quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

atualidades de neofascismo

O fundamentalismo pseudoreligioso, que de fato é uma caça às bruxas atualizada, está descrito nesse mapa.

Ouçam: dízimo em muitas dessas "igrejas" são muitas vezes apenas LAVAGEM DE DINHEIRO sujo do capital GENOCIDA. Não precisam de fiéis vivos...pois não vivem do dinheiro deles, mas da exploração das suas mentes.

Ouçam: mulheres por toda a África, agora no Brasil,  em lugares EMPOBRECIDOS por "grandes investimentos" e por governos neoliberais GENOCIDAS são mortas, têm suas terras roubadas, seus direitos sequestrados.

Ouçam: Nessa forma de tirania, a velhice,  os idosos e, principalmente as mulheres idosas são vistos como estorvo, como alvos de morte...para esse tipo de governo morte de idosos é visto como solução.  Muitos jovens passam a matar seus pais idosos para usarem com liberdade o que herdam, mesmo que seja pouco.

Ouçam: OU MUDAMOS o nosso olhar sobre as pseudoreligiões  cristãs, OU CAIREMOS no mais absurdo lugar onde VIVER É UMA LUTA ÁRDUA e constante.

Cuidado com os tiros, as balas perdidas, os apedrejamentos, os incêndios em templos de religiões de matriz africana e com o assassinato de LGBTQIA e de mulheres cis e trans (especialmente as negras). 
Essa forma de governo é maldade para acabar com a humanidade da gente.
Libertemos o nosso país disso logo.
#ForaBolsonaro

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

delírio de um romance a céu aberto

Eu nasci numa cama d'água, ouça
Numa casa a beira de um rio parado, ouça
Que me observava crescer às margens de tamanha água
Eu nadava em meus braços o rio em volta o rio me levava
Bem-te-vis, canarinhos, ingás, mangas de tantas qualidades
Até que o sol se pôs
As estrelas são penduricalhos de um romance
A beira do rio inundou minha casa margaridas espalhadas
Eu era uma nada conhecia a madrugada
E o rio se mostrou fálico
Romance às margens
Eu conheci a madrugada
Me tornei um nada
Entendi o rio
Eu conheci a madrugada
Me tornei um nada
Entendi o rio
Delírios de um romance a céu aberto
Delírios de um romance a céu aberto
Bem-te-vis, canarinhos, ingás, mangas de tantas qualidades
Até que o sol se pôs
As estrelas são penduricalhos de um romance
A beira do rio inundou minha casa margaridas espalhadas
Eu era uma nada conhecia a madrugada
E o rio se mostrou fálico
Romance às margens
Eu conheci a madrugada
Me tornei um nada
Entendi o rio
Eu conheci a madrugada
Me tornei um nada
Entendi o rio
Delírios de um romance a céu aberto
Delírios de um romance a céu aberto

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

mulher do fim do mundo

Tati Langone o feminismo já foi um movimento de "guerra dos sexos" , sabe😔. Uma ideia que hoje não faz mais o mesmo sentido porque não queremos ser comparadas com homens para sermos exaltadas por isso. Hoje, defendemos que ser a mulher que somos é que deve ser respeitado. O orgulho não é sobre sermos exploradas,  exauridas, humilhadas em relações familiares e amorosas  que nos destroçam e escravizam. Não,  sabe.É sobre enxergar em nós mesmas o nosso lugar de humanidade,  exigir a nossa dignidade e o nosso reconhecimento sobre o que já somos. Não precisamos de aplausos e nem de comparações entre pares ou com homens. Ser a mulher que já somos é a nossa causa. Por todas as mulheres e também por todos aqueles que são juntamente conosco marginalizados nesse modus operandi genocida do patriarcado neoliberal. É por nós,  mana!♀️💜♀️💜♀️💜♀️💜♀️

sábado, 26 de dezembro de 2020

Existe um acontecimento psicológico chamado de Síndrome de Estocolmo. É o "encantamento" pelo agressor que a vítima sofre, tamanho trauma que lhe acomete. O sofrimento psicológico nesse tipo de transtorno afetivo é indescritível e pode levar a pessoa a conceber,  fantasiar (no sentido subjetivo psicopatológico) e até efetivar uma relação "amorosa" com seu agressor. Por isso, é necessário que se discuta os dispositivos de gênero e as redes de violência simbólica em que estamos o tempo todo sendo condicionados e assujeitados. As mulheres sofrem bastante com transtornos diversos após uma violência de gênero (machismo) muito dolorosa, que pode ser impossível de ser significada de modo racional ou compreensível pela lógica de violentado e violentada. Então, é indiscutivelmente lastimável a violência simbólica à qual estamos submetidas. Pode ser esse o caso, assim como pode não ser. Achei interessante levantar essa questão. Muito obrigada por ter compartilhado.♀️❤

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

a uma alma irmã que me fez dizer antes de feliz Natal...feliz renascer em nós

Eu sei, minha querida amiga, que seu Natal está sendo um tanto tristonho.  Amar é assim. Amar sente. Amar chora. Amar cisma em ter saudades, em sentir falta. Amar é humano. Amar é também,  por tudo isso, divino. 
É divino chorar.
É  divino sentir saudades.
É divino perceber em nós a falta que um amor inesquecível sempre vai fazer.
Mesmo assim eu lhe digo, que seu Natal seja celebrado no seu coração. Não precisa de festa, nem de exagerada gargalhada para que Deus se lembre que és maravilhosa, uma filha grata, uma amiga compreensiva, um ser humano amável e pessoa leal.
Enfim, desejo que seu Natal tenha uma oração suave, que te faça dormir. Durma com uma bonita certeza: Deus está contigo e com sua família sempre. Que ele renasça em suas vidas sempre. 
Um Natal de amor e vida para vcs.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Compartilho com vocês esse texto lindo do Papa Francisco. ❤

"O Natal costuma ser uma festa ruidosa, há muito barulho. Nos faria muito bem um pouco mais de silêncio, para ouvirmos a voz do Amor

Natal é você, quando decide nascer de novo, cada dia, deixando que Deus penetre seu interior.

O pinheiro do Natal é você, quando resiste fortemente aos ventos e dificuldades da vida.

 Os enfeites de natal são você, quando suas virtudes são cores que enfeitam a vida.

O sino do natal é você, quando chama, une, reúne, congrega pessoas.

A luz do natal é você, quando ilumina com sua vida, o caminho dos outros através da bondade, paciência, alegria, generosidade.

Os anjos do natal são você, quando canta ao mundo uma mensagem de paz, de justiça e de amor.

A estrela do natal é você, quando conduz alguém ao encontro do Senhor.

Você também é os reis magos, quando dá o melhor que tem aos necessitados

A música do natal é você, quando consegue encontrar harmonia interior.

O presente do natal é você, quando é verdadeiramente amigo e irmão de todo ser humano.

O cartão de natal é você, quando a bondade está escrita em suas mãos.

A felicidade do natal é você, quando perdoa e restabelece  a  paz mesmo que ainda esteja sofrendo.

O presépio do natal é você, quando sacia de pão e de esperança o pobre que está ao seu lado. 

Você é sim a noite de natal, quando humilde e consciente recebe, no silêncio da noite  o Salvador do mundo sem barulho nem celebrações, você é sorriso de confiança e ternura na paz de um natal perene, que estabelece o reino em você."

domingo, 13 de dezembro de 2020

Homens, mulheres, amores ou não. 
Um dia chega alguém...ou alguns...e diz que há regras para você se relacionar melhor e a principal é  respeitar a "liberdade" do outro de ser quem é.
 Porém, as mesmas regras que amparam o outro, nunca servem para você.  Se você gosta de chá e o outro de cerveja. O chá parece careta e encalhado,  nunca vai ter uma liberdade de verdade....e outros blábláblás.
 A cerveja, ah não!, a divina e consagrada. Ela é que é liberdade de fato, seu chá é "controle", é fazer o outro ser "aprisionado". Tem sempre um "deixa ele...deixa ela...deixa ser livre". 
Apesar da "liberdade" que você É OBRIGADO A DAR, em troca de migalhas, NUNCA há uma simples empatia de te perguntar: "amiga, isso te incomodou?", "amiga, você está se cuidando?" Ou simplesmente "eu te entendo porque mesmo sem ser como você, eu SIMPLESMENTE te respeito, mulher,  tu foi sempre foda pra mim."
Ei, mana...ei, mano...ei, mina...ei, mona...ei, mane...EEEEEI, eu sou mais importante do que qualquer coisa para mim mesma. Você que me conhece não deveria me dizer que eu tenho que "priorizar" ou "preservar" esse ou essa ou isso.
Relacionamentos, flertes, transas...tudo isso É POUCO,  é quase NADA, perto da imensidão de una existência. 
VOCÊ sabe que eu tenho outros valores, outros interesses. Você sabe que comigo a vida não é distração. Eu nasci INTENSA, INTEIRAMENTE MINHA... que o outro seja de mim apenas mais uma vastidão e eu minha ÚNICA sentença.

Pela atenção e consideração, obrigada.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

A nossa cura está na luta para que qualquer pessoa no Brasil tenha a possibilidade de ser vacinada. Antes de tudo, é preciso IGUALDADE entre nós. 
Irei celebrar a vacina sim! Aquela que chegará aos irmãos indígenas,  quilombolas  e de outras comunidades tradicionais mais afastadas do centro/urbanidade. 
Celebrarei sim, a vacina que chegar nas crianças,  pessoas  e famílias as quais tenham uma pessoa com peculiaridades genéticas e específicas situações de saúde e por isso estejam ISOLADAS de fato há meses, como  eu tenho na minha família. 
Eu quero celebrar de verdade , meus amigos. Mas não adianta eu tomar a vacina, que sou professora concursada, moradora da região privilegiada e com plano de saúde.  Eu sinceramente quero ser contemplada,  mas POSSO ESPERAR sabe...a minha urgência tem sentimento de HUMANIDADE.
NÃO VOU ESTAR FELIZ enquanto a vacina for um reflexo do PRIVILÉGIO NOJENTO que nos humilha. 
A quem puder tomar a vacina antes de quem realmente precisa, eu desejo consciência.  Ser a prioridade nesse caso É ANTES DE TUDO UMA VIOLÊNCIA reproduzida há milênios...
A transformação que eu acredito não foi escrita em nenhum  livro de filosofia, não está nas instituições de ensino e não é intelectual.
É uma EMANCIPAÇÃO que brota no coração de quem nasce gente independente da DESIGUALDADE CRUEL e vergonhosamente reproduzida.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Infelizmente, há quem pense que estar privilegiado seja a única forma de se proteger da brutalidade de um monstro, ou seja, algumas pessoas acham que se aliar ao inimigo é tipo se proteger do lado dele...quando de fato isso é estar mais perto de quem pode te destruir. Nunca o inimigo da gente deve ser ignorado, sabe. Ao contrário, dar o outro lado da face é saber que ele te humilharia enquanto você o encara de frente sempre em lados OPOSTOS.  A cultura, as artes e a população mais prejudicada com governos neofascistas são exatamente do grupo de Marco Monteiro. O que ele está fazendo é dizer que está com medo de perder "privilégios " que sequer tem, são apenas temporárias formas de manipulação e controle sobre ele. Ele está preso e dando a chave que tinha nas mãos de seus juízes. Espero que saibamos para quem devemos dar às mãos nessas horas. Segurar a mão de um cego no tiroteio é humanidade. Estar atrás de um franco atirador, como se isso lhe tirasse do alvo, é diminuir a distância entre seu assassino e sua própria existência.  Um suicídio iminente.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Menina, pior que a Silvia Federici  em "Mulheres e caça às bruxas ", pág.  68, trata exatamente de como a reforma protestante influenciou na estabilização do Estado liberal extremamente misógino.  Segundo a autora, na mesma página, Martinho Lutero acreditava que as freiras deveriam casar porque essa era a "vocação máxima " (destaque da autora) de uma mukher. Isto é,  no luteranismo mulheres são fábricas de gente e devem  procriar.  Por certo, a radicalização dessa forma de mentalidade não é nem inédita.  Talvez seja um conservadorismo mesmo, como um retorno aos séculos de indiferença em relação ao conceito de dignidade humana, humanidade, humanitarismo e, principalmente,  direitos humanos. Quando achamos que a Idade Média era uma visão católica do mundo, na verdade, não observamos que essa forma autoritária de pensamento e religião é o reflexo de um capitalismo em institucionalização. O patriarcado é o núcleo do capitalismo. Por isso, um depende do outro. Onde há homens em dominação de poder,  há também vestígios do que o neoliberalismo se mostra descaradamente hoje: genocídio daqueles que não aceitam o poder autoritário do mito de um macho mais poderoso do que tudo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

 assim, professor. Não é que eu tenha metido a discussão de gênero,  é que desde o meu primeiro comentário já estou baseada no que chamo de patriarcado e evoluo argumentativamente como paternalismo. São categorias teóricas de gênero, também. Mas de fato pertencem à historiografia, ao feminismo e à epistemologia decolonial.  Por exemplo, eu citei a Gerda Lerner,  a Grada Kilomba,a Djamila Ribeiro. Para mim, a discussão sob a perspectiva de gênero nunca rebaixa a discussão analítica contextualizada, ela sempre acrescenta uma visão mais contemporaneizada, talvez. Quando eu coloco, por exemplo,  a candidatura de Benedita,  enquanto mulher negra e neopentescotal assumida em comparação com a de Renata também uma mulher negra periférica e voltada para as discussões realmente mais progressistas, você pode até dizer que estou sendo de certo modo intolerante religiosa, o que de fato não é.  Porque sabemos que o neopentecostalismo está se consolidando enquanto uma política de governo, infelizmente conservador e neofascista. Então, não acho que Tatto seja tão irrelevante, porque ele personalizou o que a própria Gleice Hoffman chamou de "militância do PT" o que me parece personalismo. Nesse mesmo sentido, ainda é preciso dizer que Tatto, Boulos, Edmílson,  entre outros são mesmo homens,  o que não indica por si o paternalismo patriarcal,  como eu já havia dito no outro comentário,  uma mulher em Benevides não representa a luta feminista ao contrário é machocêntrica.  Os demais candidatos não são machistas? Quem não tem a mazela do machismo em um mundo machocêntrico milenarmente, segundo Gerda Lerner em "A criação do patriarcado " . Também não é sobre uma guerra de séculos, como um feminismo superficial da década de 20 EM diante ...seculo XX. É sobre uma proposta de leitura do mundo para além da lógica centrada na dominação de uns pelos outros, em que a alienação é uma arma sempre em ação.  Militares não são bélicos por definição,  são pessoas que podem ou não se filiar ao discurso da necropolítica. Deveríamos nós concentrar em ver nossas vulnerabilidade enquanto campo humanitário na política... estamos falando de algo para além de progresso,  mas de emancipação.  Talvez seja uma utopia esse propósito , mas esse é o lema da educação que eu prático como educadora no ensino básico, por isso costumo ser muito analítica.



Hilda Freitas Deixa Tatto disputar para preservar algum espaço. Todos sabemos que em SP não há lugar para as esquerdas agora, desgraçadamente. Por isso mesmo escolheram alguém irrelevante dentro do Partido. Tirar ou botar Tatto não muda em um centavo as chances (pequenas) do Boulos na capital. Inclusive pq, já agora, boa parte do Petismo correu para ele e, vê bem, ganhar tantos votos petistas com candidato do PT em jogo é infinitamente melhor para o PSOL, porque não tá tomando emprestado, apontado, mas certamente conquistando para a posteridade esses votos. Mais ainda, sabemos que 100% dos votos do Tatto vão par o Boulos agora. Não muda nada. Pior para o PT, exclusivamente para o PT, que demonstrou fragilidade. É por isso que a gente não vê Boulos ou Erundina se queixando. Agora, não entendo como meteste a discussão de gênero neste caso porque os candidatos do PSOL seguem sendo homens... Boulos, Edmilson. Tampouco entendo a negação da candidatura de uma mulher negra, a Benedita, por ser protestante (olha, se a gente não abraçar as alas progressitas do protestantismo, vai ser impossível), ao mesmo tempo que se aceita a do PSOL com um vice que é MILITAR (sim, também da ala progressista dos militares). Aí me parece que o argumento não fecha. O Tatto, um nada dentro do partido está colocado na disputa por Ego? Personalismo? Mas aí não teriam que estar o Haddad, o Lula, o Mercadante, Suplicy, Dilma? Então, respeito, mas discordo de tua linha de entendimento. Minha publicação diz justamente o contrário: eleitorado se GANHA com trabalho de base, com política, não com reclamação e falando mal do coleguinha. Abraço.



Em respota:
 
Fernando Maués eu só acho que Boulos não tinha nem  como deixar de se candidatar para ajudar Haddad porque ele não tinha nem a projeção política, nem a referência pública que o ex ministro da educação tinha. Eu entendo que o PT possa colocar candidatos onde e quando bem entender, isso realmente faz parte da democracia brasileira. Porém, gostaria de uma análise mais realista sobre o que se trata de política partidária, política de coligação,  política de representatividade coletiva e política de personalismo (tradicionalista). O que eu chamei de cirismo/cinismo é a incapacidade de se juntar a fim de derrotar neofascismo e conservadorismo, para além de qualquer outro propósito. Veja o exemplo da região metropolitana de Belém,  Benevides elegeu uma mulher,  que não representa a luta feminista, ao contrário é machocêntrica. Lá não houve qualquer reunião de forças "progressistas". Por que não fazer por onde tanto se precisa? Por que deixar Tatto disputar com Boulos onde o neofascismo é dominante. Por que aceitar Benedita como representatividade, se o esforço de quem não consegue sequer imaginar ela como antineopentecostalismo é até imenso. Querer mostrar que tem ainda muita força nas capitais e no país não é sobre política democrática,  mas sobre política personalista e tradicionalista (para não dizer conservadora). Se flertarmos com o que é estruturante no paternalismo, estamos entre vestir a camisa de uma política com vontade de representar a nova era, o século XXI, ou manter certas tradições porque isso é importante. E eu te pergunto: para quem é importante manter certas práticas políticas brasileiras? Me parece, sim, coisa de paternalismo do século XX. Assim eu penso, sem querer ser a única proposta de discurso sobre a atual situação política brasileira porque não sou ninguém para me colocar nessa discussão de forma teórica, já que não tenho nenhum diploma em ciência política. Mas, tenho um lugar de fala com o qual me disponho a debater.



A pergunta:
Hilda Freitas O PT tem direito e legitimidade de ter candidatos onde ele bem entender. Não é a desistência do PT que elege ninguém. Isso, para mim, é o mesmo chororô cirista. Boulos não deixou de concorrer a presidência para ajudar o Haddad, com toda a razão. Querer que qualquer político ou partido abra mão de suas candidaturas é cirismo puro. O PSOL vem fazendo melhor justamente porque não faz esse tipo de discurso antagonizando com o PT. Vai lá, movimenta as bases, ganha o eleitorado. Isso é política. O resto é choro.
E mostrar ao cirismo/cinismo patriarcal que "identitarismo" não só importa como também é a chave para revolucionar por meio de espírito de juventude, que não se trata de idade mesmo.  A juventude espiritual NÃO TEM MEDO DE REALMENTE se desconstruir, não tem medo de dialogar com as várias tribos, não se envergonha de ver que está antiquada e precisa de novidades, não se humilha à toa quando chamada a responder por seus equívocos.  Essas vereanças são uma certeza: machismo, racismo, neoliberalismo e discriminações de sexo,  gênero, etnia, classe social entre outras, devem ser SUBVERTIDAS. Quando Djamila Ribeiro ou Grada Kilomba só escuto reverberar um quilombo de mulheres que dizem não ao silenciamento,  ao controle sexual, ao apagamento histórico e epistemológico, à repressão das nossas próprias revoluções. Toda essa "minoria" é a única fonte de transgressão ao "neoliberalismo neofascista neopentecostal" uma representação clara de como as vozes que sempre quiseram ser as donas da história estão com medo de nunca mais nos emudecer.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Olho os homens,  geralmente brancos, ao meu redor, que estão em suas motos ou seus carros.  Tenho 32 anos, sou concursada há 4 anos, trabalho em minha carreira de professora desde 2011 e nunca consegui sonhar em ter um carro. Sempre ajudei a minha família financeiramente,  sempre me senti responsabilizada pelos problemas alheios à fim de me comprometer afetiva e financeiramente com situações que são provenientes de outras pessoas e não  minhas.  Sigo, para ser sintética,  o exemplo da minha mãe. Ela nunca teve um guarda-roupa que tenha comprado para si mesma porque comprava tudo da casa dos pais, em que os irmãos ou qualquer outra pessoa poderia manusear, quebrar ou depreciar porque por ser do dinheiro de trabalho de 12h em pé no comércio que ela fazia, era visto como pouco. EU QUIS ROMPER ESSA ESCRAVIDÃO.  Sinto como se o senso de fraternidade da família patriarcal do judaico-cristianismo seja de fato como uma mentalidade escravizadora de mulheres. Sinto isso na pele. Vejo muitas mulheres se responsabilizarem sozinhas por seus filhos, por seus afilhados, por seus netos, por seus bisnetos...tudo recai sobre nossos ombros enquanto os homens têm o direito de terem o quiserem, serem o que quiserem, fazerem o que qiiserem,  sentirem o que quiserem, mandarem onde quiserem, mudarem até as leis... Há nessa realidade incontestavelmente milenar, de ao menos 6 milênios,  de acordo com o estudo historiográfico de Gerda Lerner em "A Criação do Patriarcado", VIOLÊNCIA DE GÊNERO.  Existe uma ancestralidade misógina que naturaliza a escravização das mulheres. Então, romper com esse "destino", transgredir essa tragédia é uma reparação histórica muito íntima. Necessitamos arrebentar até mesmo as nossas correntes já que há certo privilégio, indiscutível,  na relação interracial, entre gêneros, intersexual e entre classes na interação das mulheres.  Precisamos muitas vezes  perceber até nossos privilégios a fim de cortar o "cordão umbilical" que nutre o patriarcado em nós, o que se pode definir também de dispositivo materno-amoroso, como denomina  Zanello. Então, é  isso. Na dor de uma, a outra se sente e se aproxima para que se curem juntas.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

DISSIDÊNCIA OU A ARTE DE DISSIDIAR

Há hora de somar

E hora de dividir.

Há tempo de esperar

E tempo de decidir.

Tempos de resistir.

Tempos de explodir.

Tempo de criar asas, romper as cascas

Porque é tempo de partir.

Partir partido,

Parir futuros,

Partilhar amanheceres

Há tanto tempo esquecidos.

Lá no passado tínhamos um futuro

Lá no futuro tem um presente

Pronto pra nascer

Só esperando você se decidir.

Porque são tempos de decidir,

Dissidiar, dissuadir,

Tempos de dizer

Que não são tempos de esperar

Tempos de dizer:

Não mais em nosso nome!

Se não pode se vestir com nossos sonhos

Não fale em nosso nome.

Não mais construir casas

Para que os ricos morem.

Não mais fazer o pão

Que o explorador come.

Não mais em nosso nome!

Não mais nosso suor, o teu descanso.

Não mais nosso sangue, tua vida.

Não mais nossa miséria, tua riqueza.

Tempos de dizer

Que não são tempos de calar

Diante da injustiça e da mentira.

É tempo de lutar

É tempo de festa, tempo de cantar

As velhas canções e as que ainda vamos inventar.

Tempos de criar, tempos de escolher.

Tempos de plantar os tempos que iremos colher.

É tempo de dar nome aos bois,

De levantar a cabeça

Acima da boiada,

Porque é tempo de tudo ou nada.

É tempo de rebeldia.

São tempos de rebelião.

É tempo de dissidência.

Já é tempo dos corações pularem fora do peito

Em passeata, em multidão

Porque é tempo de dissidência

É tempo de revolução

(Mauro Iasi) 

#umachanceprajuventude
#léoreis50456 #PSOL 
#eleicoes2020

domingo, 25 de outubro de 2020

O que me causa FÚRIA é saber que essa gente está em seus carros particulares, andando todo dia de ar-condicionado ligado, com a casa higienizada por outras pessoas , com os filhos estudando por meio de internet "acessível", com família resguardada, com planos de saúde pelos quais pagam até regalias. Covid não mata mesmo esses podres... mata a gente que é vulnerável... em casas em que um cômodo abriga 5/6/7, de faixas etárias diferentes...com a limpeza sendo feita depois de exaustivas horas de trabalho, de transporte público e de alienação neoliberal na mente, dizendo que "vem aí , blackfraude"... Nós compramos a porcaria da produção desses vermes...nós sustentados a ostentação desses abutres...é em cima do nosso corpo que eles têm as mesas tão fartas que cai farelo para que "animalizados" salivemos. A gente não tem só fome mais. A gente tem vontade porque SOMOS humanos também.  Humano quer, deseja, ama. Porém, também odeia, mata e quebra tudo. Quando um deles é sequestrado, morto, assaltado, vitimado de latrocínio SOMENTE um pensamento me vem à alma, a minha alma me grita, "TEVE O QUE PLANTOU!". Eu sei que é errado ser radical, dessa forma. Minha ética sai pela saliva nessas horas. Enquanto o imbecil que se acha o presidente diz "não!" à chance de vida...nós estamos entrando para os números. Somos somente números mesmo. Como diz o abutre branco supremacistas "bilhões,  bilhões, bilhões " e muitos não se comparam sequer a uma vespa.
Francisco é um papa latino-americano, que quando era cardeal na Argentina ia ao encontro de pessoas em situação de rua e marginalização para oferecer um mínimo de dignidade...ia às madrugadas para que não fosse reconhecido.  Andava de transporte público. Fez os primeiros banheiros públicos do Vaticano apropriados (com toda a estrutura digna) para banhos, higienização de pessoas desabrigadas, sem tetos, em situação de abandono familiar ou em situação de rua. Modo de sobrevivência de tantas  pessoas neuroatípica, como esquizofrênico dentre outros. Seu acolhimento político da União Cívil (Casamento Civil) de cônjuges homoafetivos é uma revolução política de um estadista autêntico e contemporâneo às necessidades do nosso tempo. Não há nisso qualquer deturpação teológica,  senão uma reparação histórica à população lgbtqi que existe, ama, mantém sua família em laços incontestavelmente afetivos, amorosos e humanos. A civilização do século XXI merece uma liderança religiosa com a postura ética de Francisco que retoma à  tradição socrática,  equânime, idealista e humanista. O preceito desse ser humano é a humanidade, essência de uma pessoa integral para a sobrevivência e combate ao NEOFASCISMO neoliberalista!

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Qual é o problema da colonização? Achar que tudo é igual a única referência que se enxerga diante do nariz...a própria! Quando  chamam Evo de tirano, ditador, fazem-no apenas por QUANTIDADE DE ANOS. MUITA BURRICE achar que isso por si só já garante um Estado tirano. Os dois anos de Temer no Brasil, por meio de um GOLPE PARLAMENTAR-LOBISTA-MIDIÁTICO foi MUITO mais tirano do que os 32 anos de Fidel como primeiro ministro em Cuba.  Os 2 anos do miliciano, fazedor de rachadinha, no Brasil estou piores do que os 13 do governo ABSOLUTAMENTE ameríndio, contextual, na Bolívia.  O problema da visão COLONIZADA é achar que todos são como a si mesma: EXPLORADORA, DOMINADORA, NEOLIBERAL, IMPERALISTA, ETNOCÊNTRICA, AMERICANIZADA OU EUROPEISTA, BRANCOCÊNTRICA, PATRIARCAL. Não,  colonizados! É exatamente por causa de Evo que Arce se torna presidente. É para libertar a verdadeira identidade boliviana, ameríndia, que EVO enalteceu desde o seu primeiro pronunciamento.  Quem vive sem COLONIZADOR GOLPISTA, NEOPENTESCOSTAL MACHOCÊNTRICO é a América do Sul. Aqui vai ter guerra se vcs vieram tentar colonizar de novo! 
#VivaVenezuelaDeMaduro
#VivaChavez
#VivaUruguaiDeMujica
#VivaBrasilDeMarielle
#LulaLivre
#EleNão
#BolsonaroGenocida
#ForaBolsonaro

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

fraternidade?

Eveny Da Rocha Teixeira pois é competindo por um prêmio.  Eu disse que achei espontânea porque é muito comum nessa situação acontecer...quase um reflexo em algumas situações... notei a agressividade da outra, muito agressiva e sintomática,  porque ela é repetitiva por isso que eu achei instantânea.  Sabe isso para mim é sinal da cultura em que vivemos... É muito propagado que se deve competir entre pares(?). Então,  acaba inflamando mesmo feridas... Eu acho que nossa cultura é muito egocentrada... esse eu ferido entre ambas...para mim, é a natureza da gente. Brigando pra preencher o que é vazio sem solução.

Eveny Da Rocha Teixeira pois é competindo por um prêmio.  Eu disse que achei espontânea porque é muito comum nessa situação acontecer...quase um reflexo em algumas situações... notei a agressividade da outra, muito agressiva e sintomática,  porque ela é repetitiva por isso que eu achei instantânea.  Sabe isso para mim é sinal da cultura em que vivemos... É muito propagado que se deve competir entre pares(?). Então,  acaba inflamando mesmo feridas... Eu acho que nossa cultura é muito egocentrada... esse eu ferido entre ambas...para mim, é a natureza da gente. Brigando pra preencher o que é vazio sem solução.

sobre mitos, tragédias...narciso, zeus...sobre viver na era do hedonismo radical e outros vícios

A diferença entre narcisismo e hedonismo parece não existir na cultura ocidental contemporânea.   
Quando leio a tragédia de Narciso sendo contada como se fosse uma história de alguém que se "apaixona" por si mesmo, que praticamente se idolatra(talvez), isso me deixa intrigada. 
Narciso nem se conhecia,  não sabia o que via, defrontou-se com um abismo (a imagem de si) -  recorrendo aqui à proposta interpretativa de Nietzsche que elucida o aparente paradoxo ao  entender que  olhar fixamente para os monstros pode torná-los algo familiar, pois são como abismos refletidos...
 Digam se não parece essa a situação em que se encontra Narciso,  que morre... (ou se suicida...quem sabe?) ???
Narcisismo parece um termo colocado no mesmo sentido que hedonismo, que é muito mais romano do que grego. Muito mais romântico do que trágico. 
Me parece que sofremos  de um tempo hedonista radical em que o prazer é levado ao seu ápice. Mas isso não é bom. O prazer radicalizado é tirano, autoritário,  controlador, ditatorial. 
Parece mais com um outro personagem da tragédia de Narciso, o pai de Narciso, o ESPETACULAR Zeus, o famoso, o belo, o forte, o sedutor, o maravilhoso líder do Olimpo. O cara da mitologia grega, profundamente hedônico por sinal. Um mito mesmo.  
Todas as besteiras que ele fazia eram "perdoadas" pela sua mulher (ciumenta,  famigerada,  megera) que castigava os filhos de adultério dele, como fez com Narciso.
 Mas eu também tenho uma visão disso, sabe... Sei lá,  talvez a Hera fosse só uma mulher que proclamava tragédias,  como um oráculo,  embora nesta fase da civilização as mulheres já tivessem sido fortemente distanciadas da divindade,  pois a era dos patriarcas já havia se espalhado nos anos 4,3, 2 antes de Cristo (aproximadamente entre 400 e 100 a.c.). 
Perto perigosamente da era judaico-cristã que chegará interpretando ao seu modo tudo que enxerga pela frente. 
Ah, os romanos... não só a língua "socializaram", mas dominaram até os sentidos das coisas...
Bom...é isso.
Queria saber o que vcs acham dessa proposta de acepção dos termos narcisismo e hedonismo que eu tenho?
Boa noite, meus amigos!
Queria só explicar para o editorial do El País que "votos ocultos" nesse caso não quer dizer,  urnas "piratas", que trump está colocando no país "mais"(?) democrático do planeta, vulgo estados unidos,  o paladino da ditadura cruel neoliberal que está golpeando a democracia sul-americana desde 2010. Então, eu queria deixar bem claro que "votos ocultos" deve ser BEM EXPLICADO como INESPERADOS...deus sabe por quem... no caso, a imprensa que é muito democrática por causa dos patrocinadores que apoiam demais essa lógica algoritimica das redes sociais.  Então, a sugestão de fraude que supõe a chamada é um ato falho do editorial.  Infelizmente,  deveria ser mudado se se quer tratar de  América do Sul com olhar contextualizado e não colonizador que isso é antiquado e cheira mal...tipo imprensa passa pano pra golpismo neoliberal/neofascista.

heteronormatividade

Isso nem é heterossexualidade compulsória, sabe. Esse conceito está fora dessa situação.  O nome disse é  heteronormatividade que eu chamo de compulsória,  isto é,  a lógica do dominador/ativo x dominado/passivo na prática do sistema e do que representa Estado como governo no patriarcado. Para essa lógica, se necessita de um ídolo redentor que salve da merda...tipo a Branca de Neve, a Bela e a Fera, o populismo, a lógica de Estado-nação, Pai ou Mãe que faz tudo pelo filho.  Essa ideia de dependência que não é nem sociológica, nem dialética,  mas escravização em prol de uma cultura de dominação/governo para supostamente  "organizar" a sociedade, está bem visível na epistemologia clássica (grega) em Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco ", um pai que ensina ao filho, ou na lógica do pastor, ou na lógica da cantiga de amor/amigo, ou nas novelas de cavalaria, satirizada pela poesia de Cervantes em Dom Quixote. É uma reprodução de uma pré-humanização proposital pela qual se dicotomiza, reparte em dois lados, se binariza o olhar para a vida, tem sempre o bem e o mal, o herói e o vilão,  a mocinha pra ser salva, o policial e o ladrão, o professor e o aluno, o marido e a mulher... infelizmente as tiranias desde o início da civilização sempre usaram desse dispositivo:  vulnerabilidade do ser humano. Dizer que há um leviatã...e torná-lo a via para o troféu do deus. Isso é o sistema machocêntrico milenar.

domingo, 18 de outubro de 2020

O mito de medusa foi oralizado, escrito, reproduzido e imortalizado pelo patriarcado MISÓGINO grego. Os clássicos, como principalmente Aristóteles,  venerado em filosofia clássica,  era apenas mais um misógino,  aliás  "pobrezinho" de seu tempo...QUE NUNCA  MUDOU.  Não há inversão em um mito, há a forma como se conta a narrativa,  isto é,  há QUEM conta a história...por exemplo, eu sempre conto a historinha do grandioso fabuloso monstruoso minotauro, como um barulho que inventaram ser esse monstrengo...como ninguém sabia de verdade se existia ou não...UMA MULHER INTELIGENTÍSSIMA suspeitou... ah, a Ariadne! Infelizmente ,  como toda mulher  por mais inteligente que seja faz da sua vida uma tragédia quando acredita no amor incondicional que DEVE ter pelo macho,  que ela tanto precisa para ser legitimada socialmente. Então, como o pai dela disse que quem retornasse do labirinto tendo matado o monstro casaria com sua filha, Ariadne deu um fio para Teseu,  o brega, e ele retornou... Sendo o SUPER-HERÓI da história...o MACHÃO, o TESÃO da história...enfim, feliz para sempre porque ele virou rei e ela mulher do Teseu a ninguém da história...que tem o FIO DA ARIADNE como o núcleo do enredo.  A razão/lógica esperteza de Ariadne fez o Teseu ganhar um trono e ela um casamento,  que desde milênios é o símbolo do monopólio da sexualidade feminina, totalmente a serviço do patriarcado, sem que ela tenha nem direito de pensar em não quer isso para si. Então, a história termina como  os homens gostam... eles sendo AMADOS, sendo o objeto de amor...e a mulher sendo até estuprada maritalmente para suprir ps desejos do grande pai. Por isso, eu digo, o mito de medusa é a fenda que toda condenada à fogueira tem que conhecer... se medusa se torna uma fúria,  um monstro é por sua beleza...Então , que morramos como mulheres endemoniadas,  mas jamais como servas, escravas, estupradas de um merda que se acha deus.

Posso colocar minhas referências no outro comentário para abrir que conheçamos várias leituras a respeito dessa cultura que nos mata todo dia.

sábado, 17 de outubro de 2020

Demi Lovato canta hoje uma canção por todas as Américas 
Ameríndia
Afroamérica
America latina
América dos imigrantes de todas as partes do mundo que chegam aqui por causa da Guerra
 que os brancos RACISTAS Americanos Neofascistas supremacistas bilionários sonegadores de impostos, ladrões de terras alheias, milicianos (como no brasil, minúsculo enCUrralado está) e de ESTUPRADORES.
 A América inteira sofre com a vergonha mundial que é esses governos de homens miseráveis,  medíocres e bandidos.
Não são presidentes, são bandidos que SEQUESTRARAM A DEMOCRACIA .
Mas nossas vozes, nossas lutas, nossos cantos, nossas mentes JAMAIS VÃO APRISIONAR,  CALAR E MATAR.
#MarielleFrancoPresente
#EleNão
#BolsonaroFascista
#genocidabandido
Não é meu presidente e nunca será!

mulher, mãe, a Deusa-Mãe e o movimento childrens free... aiai

Sinceramente,  o movimento childrensfree é um desserviço ao feminismo. É um absurdo querer separar na marra o ser mulher do ser mãe de maneira simbólica.  Fazem igualzinho aos dogmas patriarcais há milênios,  que enterraram literalmente a Deusa-Mãe para colocar no lugar o grande criador de tudo. Não ser mãe como opção é inevitavelmente uma escolha, muitas vezes, dolorosa porque vai contra a santa mãezinha proposta  como uma forma de submissão da mulher no judaísmo machocêntrico sempre. Porém, dizer que isso é pior do que ser mãe no mundo real já é demais! Muito mais as mulheres  sofrem na condição de mães do que de mulheres sem filhos. O sofrimento começa na carne dessa mulher enquanto o sofrimento da outra se torna sempre uma questão ideológica, psicológica, obviamente muito legítima,  MAS NÃO maior do que as das mães e da compulsoriedade da maternidade dentro do patriarcado como vivemos. Isso não é uma pauta sobre ser a favor da descriminalização das pessoas (mulheres e homens trans) que gestam até em caso de estupro. Isso é essencial sobre o ser mulher  diante da nossa indiscutível  natureza. Desculpe o desabafo. Vc me inspira e sabe disso!💜♀️👭🌻

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Nietzsche o andarilho

Quem chegou, ainda que apenas em certa medida, à liberdade da razão, não pode sentir-se sobre a Terra senão como andarilho — embora não como viajante em direção a um alvo último: pois este não há. Mas bem que ele quer ver e ter os olhos abertos para tudo o que propriamente se passa no mundo; por isso não pode prender seu coração com demasiada firmeza a nada de singular; tem de haver nele próprio algo de errante, que encontra sua alegria na mudança e na transitoriedade. Sem dúvida sobrevêm a um tal homem noites más, em que ele está cansado e encontra fechada a porta da cidade que deveria oferecer-lhe pousada; talvez, além disso, como no Oriente, o deserto chegue até a porta, os animais de presa uivem ora mais longe ora mais perto, um vento mais forte se levante, ladrões lhe levem embora seus animais de tiro. E então que cai para ele a noite pavorosa, como um segundo deserto sobre o deserto, e seu coração se cansa da andança. Se então surge para ele o sol da manhã, incandescente como uma divindade da ira, se a cidade se abre, ele vê nos rostos dos quais aqui moram, talvez ainda mais deserto, sujeira, engano, insegurança, do que fora das portas — e o dia é quase pior que a noite. Bem pode ser que isso aconteça às vezes ao andarilho; mas então vêm, como recompensa, as deliciosas manhãs de outras regiões e dias, em que já no alvorecer da luz ele vê, na névoa da montanha, os enxames de musas passarem dançando perto de si, em que mais tarde, quando ele, tranqüilo, no equilíbrio da alma de antes do meio-dia, passeia entre árvores, lhe são atiradas de suas frondes e dos recessos da folhagem somente coisas boas e claras, os presentes de todos aqueles espíritos livres, que na montanha, floresta e solidão estão em casa e que, iguais a ele, em sua maneira ora gaiata ora meditativa, são andarilhos e filósofos. Nascidos dos segredos da manhã, meditam sobre como pode o dia, entre a décima e a décima segunda badalada, ter um rosto tão puro, translúcido, transfiguradamente sereno: — buscam a filosofia de antes do meio-dia.

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

laços invisíveis que havia

Me lembrei da "síndrome do membro fantasma" que altera a percepção real (?) quando alguém "perde" um membro ou órgão do corpo e continua sentindo ele, incluindo sensações como  dor ou formigamentos (bastante incômodas,  por exemplo). Eu também tenho um ente invisível e, por isso, presente. Por não conhecer pessoalmente meu pai, estive com sua sombra em qualquer lugar por onde à luz me pudesse sentir enxergada. É  como se ele fosse algo que só os outros veem em mim, mas eu não consigo. Ou, noutras vezes, só eu sei dele enquanto aos outros ele é até inexistente. Uma situação indiscutivelmente orgânica para mim  porque faz parte do meu corpo-mundo. E, para além da biologia, fisiologia, metafísica ou até mítica cristã, o que sinto é o que vejo...e o ditado "o que olhos não veem, o coração não sente" não faz sentido...para mim, o que o coração sente, aos olhos não se sabe esconder... e tudo mais é música,  como canta Leoni "e o que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia" (Fotografia - Leoni).

sábado, 26 de setembro de 2020

pixo

Fui professora efetiva do estado do Maranhão de 2016 até 2019. Professora de língua portuguesa, redação e artes. Certa aula, me coloquei na posição política de tratar da arte de protesto sem pretexto racista. Foi o que minha rebeldia garantiu. Tratei da diferença histórica entre o pixo e o grafite. Que pixo, ou pichação,  teve origem nos vagões de uma Nova  York desigual, sendo ele proposto principalmente pela voz silenciada do povo negro e periférico.  E que o grafite é mundialmente representado pelas mãos "estéticas" brancas que supõe a arte visual,  enquanto a origem gráfico-verbal da pichação exige o manifesto, a revolta e a reverberação do que não se quer ler, ouvir ou simplesmente admitir existência.  Usei documentários.  Disse claramente que não se confundem as origens entre pixo e grafite,  porque a origem é a pichação,  o grafite é o nome quando o branco coloniza e capitaliza. Eu sei, há grafite de manifestação, há grafiteiros que estão sempre ecoando a matriz dessa arte marginalizada. Porém, é inacreditável que não se leia o racismo nesse fenômeno cultural.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Resenha: o patriarcado NAO ME DEFINE

E o lugar de ser a "mulher dele" é tão escravizado, sabe... ela é mulher porque foi "feita" na relação com "ele". Isso nem é cristianismo, nem medieval, nem colonialismo aos moldes europeus ocidentais... É a escravidão das nossas ancestrais há milênios,  por exemplo, no Oriente Médio Próximo (Mesopotâmica,  Babilônia, Assíria, etc.). É um nível de subjetivação tão primitivo que considerava as mulheres como seres atrelados ao domínio de seus "donos", proprietários,  pais, maridos, familiares, etc. É o patriarcado na sua essência. Destruir esse tipo de mito é a maior subversão que uma mulher pode chegar para si mesma. Como diria a Nina Simon, "eu tenho a mim mesma". Não sobre solidão ou sobre não ter uma relação interpessoal afetiva, é sobre autonomia. " Um homem não me define, minha carne não me define, minha casa não me define, eu sou o meu próprio lar", "Triste , louca ou má" na prática.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

rede de afeto

A rede de apoio... infelizmente não é a rede social... é quem vai entender que não precisamos de conselhos, muito menos de julgamentos... A quem tiver qualquer situação delicada de saúde mental, somente a compreensão MUITAS VEZES SILENCIOSA, só no olhar, no abraço e NO RESPEITO já faz parte da cura. 
Falar NÃO É NADA FÁCIL,  por isso psicólogos são profissionais responsáveis, sobretudo, POR ESCUTA, ACOLHIMENTO, CUIDADO E ACOMPANHAMENTO no processo de AUTOCONHECIMENTO.
MUUUUITAS vezes não é a pessoa quem precisa de cura, mas seu ambiente familiar, seu círculo afetivo (amores e amigos), sua cultura sobre ser o que se é,  sobre lugar de mulher e  lugar de amor.  
Drogas são resultado de transtornos, muitas vezes, evitáveis por um acolhimento afetivo não perfeito, mas atencioso. E não estou falando daquelas drogas que "querem liberar", estou falando de BEBIDA ALCOÓLICA usada ABUSIVAMENTE e celebrada nas redes sociais (do bem). Alcoolismo, substâncias psicoativas (até remédios para ansiedade,  insônia,  depressão) TUDO SE TORNA PERIGOSO quando é preciso ser cuidado e a mente repete a mesma ideia de ABANDONO.  
Entre tantas formas de desigualdades sociais, pobreza, ódio contra gays, lésbicas,  trans, racismo , PRECONCEITO com pessoas que possuem peculiaridades genéticas ou cognitivas, etc.
O cotidiano incentiva o sofrimento que parece não ter fim. Não seja mais uma pessoa que está no motivo de suicídio até de quem você ama.

fome

Por isso que entre a fome e a vontade de comer o abismo se chama capitalismo genocida.  Não se come mais o alimento, mas o símbolo que ele representa dentro da sociedade do espetáculo e da autoafirmação, o status quo do capital é a marca e não a necessidade. Então, quem precisa comer terá o que os alimentos simbólicos não dão. E quem se direciona para saciar a vontade de ser alguém que "come bem" também de fato nunca tem o anseio satisfeito. No mundo da satisfação como imagem (foto para ser curtido por exemplo), ninguém está de fato suficientemente satisfeito, todos temos fome, fomes diferentes e nenhuma é melhor do que a outra, mas há fomes que são mais urgentes. E o prato de comida sem um pouco de arroz e de feijão  não ganha nenhuma admiração.  Recebe invisibilidade e desprezo,  mas está na sombra do prato que transborda e deixa cair no chão.  A colonização da percepção humana da fome causa a desnutrição da humanidade, a banalização das mortes por miséria e a desumanização de quem não "pode" ter nem vontade de ser gente.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

A pseudociência atrasa a ciência. 

Imagine ser um cientista pesquisador, e, ao invés de trabalhar na investigação de possíveis curas do câncer, ter que parar tudo para iniciar uma nova pesquisa para descobrir se um composto químico pode curar câncer, porque ele caiu na mídia. O resultado, obviamente, é que o composto não cura câncer. Mas esse é apenas UM resultado da pesquisa. Além do veredito, a pesquisa causou movimentação de dinheiro, de pessoal, equipamentos, políticas, e tempo - elementos preciosos na corrida científica contra doenças mortais.

A cada nova teoria mirabolante espalhada por gente ingênua, mais tempo cientistas e educadores precisam perder para desmentir as fraudes, ao invés de usar esse tempo para fazer avanços. 

Cura com cristais, imposição de mãos, homeopatia, constelação familiar, cloroquina, radiestesia, design inteligente, entre outras, são pseudociências tão populares, que precisam movimentar um mercado inteiro de pesquisas para provar o que o simples bom senso poderia admitir em poucos segundos: que não funcionam. Que não se baseiam em princípios biológicos ou químicos. Que não têm pé nem cabeça. Que não poderiam funcionar, porque não têm lógica.

Para se ter um ideia, universidades religiosas ao redor do mundo já gastaram milhões para estudar se orações seriam capazes de curar  câncer. A pesquisa é tão sem sentido, que mesmo o cálculo do resultado ficou confuso e difícil de concluir. 

Ao invés de partir do ceticismo, a população geral parte da crença. Invertem o ônus da prova, e pedem que a ciência vá atrás de provar que suas alegações fantásticas são falsas. Pedem que se prove a ineficácia antes mesmo de haver alguma eficácia comprovada. 

E assim, cientistas de todo o mundo precisam abandonar seus trabalhos que poderiam salvar milhões de vidas, para tentar engarrafar o vento de ideias absurdas e mentirosas que caem no gosto do cidadão médio sem conhecimento básico de ciência. 

Uma pessoa que tem noção da realidade não precisa de estudo para saber que homeopatia é uma farsa. Basta saber que "reverberação a níveis subatômicos" é uma afirmação ridícula e sem qualquer conexão com física. Qualquer um que sabe o mínimo sobre pesquisas com aceleradores de partículas sabe que o nível subatômico ainda é um campo quase desconhecido, e que, portanto, nenhuma "medicina" milenar seria capaz de afirmar qualquer coisa embasada em ciência.

E para aqueles que insistirem que é preciso ter fé e considerar a experiência individual com tratamentos alternativos, apenas insisto: você não sabe como a ciência funciona. 

Parem de criar curas milagrosas. Deixem a ciência trabalhar em paz.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

vai pro caralho

Ninguém está preocupado com o suposto "chifre" de ninguém,  o que se quer é DIFAMAR E DEPRECIAR A IMAGEM DE UMA MULHER.  Não podem mais nos apedrejar impunes porque aqui "tá fora de moda", mas podem nos ASSEDIAR MORALMENTE POR MEIO DAS REDES SOCIAIS. Sempre lugares muito tóxicos para mulheres e, principalmente,  terríveis espaços discursivos sobre relacionamento porque acolhem e fomentam a HETERONORMATIVIDADE COMPULSÓRIA, isto é,  a relação em que um domina e o outro é dominado. Uma forma colonizadora de afetos, adoecedora e destrutiva. Casais homoafetivo ou não heteronormativos são clandestinizados, hostilizados e até perseguidos por amigos ou familiares nas redes sociais. Em pleno setembro amarelo, eu que ia lembrar da moça que casou consigo e em seguida se suicidou, como se estar sozinha ou ser "deixada" por um homem fosse o fim da vida de uma mulher. Uma sociedade doente que estimula suicídios, discriminação,  assassinatos e muitas formas de violência  verbal, psicológica, moral é, por tudo isso,  simbólica.  Eu fico encaralhada com essas frescuras.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Infelizmente ,  muitos são os colegas (professores) nas escolas públicas do Brasil que se colocam no lugar de moralizadores, e isso é, ao meu ver, antiético e, dependendo da situação,  anti-humanitário. Há,  nas salas de aula, performances carregadas de uma ideologia teocrática ,  tecnocrática,  misógina e obscurantista. Precisamos também melhorar enquanto educadores as nossas concepções de humanidade,  urgentemente.  Não sei se isso é algo que eu ouço nas salas de professores que já frequentei ou que frequento... mas é tão comum que causa desânimo.  Aos professores,  deve ser garantido o livre direito de cátedra sem jamais esquecer que somos fontes de repercussão cultural.  Devemos cuidar bastante da nossa capacidade ética e nunca relativizar direitos humanos, tais como o direito ao aborto seguro conforme previsto em lei, para além de quqluer credo que possamos adotar. Nossos alunos não podem ser recrutados  e influenciados por nossas ideologias quando essas são atentados à própria humanidade.  Então,  é preciso cuidar da concepção dos educadores , principalmente nas escolas públicas onde se inscrevem discursividades conflitantes, em pleno diálogo,  mas não a ponto de legitimar desumanidade.  A educação deve ser para humanização e  não mais um meio de manter a barbárie.

terça-feira, 2 de junho de 2020

 eu gostei bastante da discussão que você proporcionou na postagem da Cássia Nascimento porque faz algum tempo que alguns filósofos (no Brasil, Luis Felipe Pondé) já estão tratando da concepção de democracia. Desde a Grécia, origem etimológica do termo, não se tratava de um governo realmente do "povo", era apenas a representação das intenções coletivas de uma parcela da população que se considerava representativa. Aí já vemos que a proposta de democracia nunca foi plena, como a tradução literal costuma insinuar. Alguns estudiosos, por exemplo, tratam da condenação de Sócrates dentro da democracia ateniense como uma fratura na ideia de "poder popular", já que esse filósofo tinha uma autonomia clara em relação ao governo institucionalizado (ele era contrário a essa forma de governo). Sem tentar impor verdades, eu queria mesmo que se fizesse uma reflexão crítica sobre a própria viabilidade da democracia como ela se estabelece dentro do neoliberalismo que se torna cada dia mais tirano. Me parece uma tirania "legalizada" pela forma de governo pautado em liberdades individuais que se cristaliza, o que é possível dentro das democracias liberais no mundo todo. Quando comparado ao sistema republicano romano, por exemplo, nossa também chamada república é repetitiva porque elege formas de ditaduras em que há um representante militarista (um líder) que concentra as decisões sobre as demandas coletivas e não é justo obviamente. E, no caso da República, houve um pretenso deslocamento do poder centralizado, o que jamais chegou a ser compartilhado em nenhuma parte do mundo "civilizado". A questão de gestão que você colocou é realmente a concretização desse sistema. Governo, Estado e Gestão não são a mesma coisa. E no Brasil nenhum dos três funciona em relação ao bolsonarismo. Apesar de tudo, acredito que o debate sobre a forma de governo precisa começar a ser levado a sério no nosso país. Muito implosiva essa forma de presidencialismo na qual se proporciona autoridade máxima a uma figura (liderança). Essa concepção está antiquada e não nos garante mais direitos (nem à maioria da população). Embora, desde a República Velha, saibamos que nossos senadores, as "vossas excelências" aqui são de uma origem saqueadora da pátria (Machado de Assis não apoiava o republicanismo por isso), temos que testar alternativas. A era Temer-Bolsonaro nos constata que o liberalismo é genocida e qualquer forma de governo que se baseie apenas nele também será assim. Espero que a pluralidade de representação nas diversas instâncias seja um caminho para um governo melhor no nosso país.
Por favor, pessoal, vamos parar de propagar esse tipo de discurso do nazista. O que ele quer é propaganda gratuita, e nós sem querer fazemos! Parem! Parem com isso! Ele quer publicidade para o ódio, espalhar dor! Tem muita gente que ao ver ou ouvir isso sofre MUITO e isso é combustível para o nazismo. Nazismo gosta de SOFRIMENTO EM MASSA. Uma, duas ou estas e aquelas pessoas morrendo e sofrendo para o Nazismo é nada. Espalhar dor e sofrimento é o que o fascismo mais gosta. Parem! Por favor não propaguem!

sábado, 23 de maio de 2020

Fascismo na América do Sul

E que esquerda é essa?! Parece que fazer propaganda eleitoral é mais lucrativo - sendo que esse adjetivo chega a ser ofensivo para quem é realmente da esquerda - do que derrubar o fascismo em franca instauração. A mim, não me importo que este ou aquele legalista ou parlamentarista seja uma proposta em um regime de transição até a próxima eleição presidencial (que eu gostaria que fosse para ontem, mas não pode ser). A mim, me importa que a gente não seja assassinada em um sistema genocida que mais parece um holocausto sul-americano do que qualquer outra coisa. Haverá uma diáspora da nossa gente enquanto essa tirania estiver vigente. E, aos povos tradicionais que não podem sequer se mover pois estão sitiados, nos resta chorar e sangrar em bandeiras funestas. Infelizmente, somos um país anestesiado e a banalidade sucumbe já muita gente. Então, lutar com agressividade, exigindo o impedimento é a única saída. #ForaGenocida #ForaBolsonaro #ForaFascista

segunda-feira, 18 de maio de 2020

E ainda colocam a nutrição nesse lugar de descaso em que vemos no mundo. Saciar a fome, nesse tipo de mentalidade, é secundário porque a vontade de comer é demonstração de poder. Nutrir as pessoas de maneira digna não é um objetivo, ao contrário disso, é o privilégio de poder comer o que se quer que seduz e, realmente, domina a mentalidade. Precisar se alimentar, como acontece com as crianças recém-nascidas é uma posição de inferioridade política a ponto de ser silenciada e apagada qualquer voz nesse sentido. O patriarcado não quer "matar a fome" com uma variedade de comida, quer saciar a própria gana de ver a escassez de alguns alimentar a sua tirania. Quem pode come, quem não come é desigual e está submetido a morrer sem saciar desejos elementares, como o desejo de ser ouvido e visto. Para mim, o sistema patriarcal é um núcleo de desumanidade.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Nenhuma novidade. Nas crises domésticas TODOS SABEM QUE É ASSIM. Somos adestradas para "dar conta" das coisas enquanto os homens se lançam em maravilhosas aventuras. Os heróis não são só invenção, são em certa medida mentira, ao menos os das telonas.  As mulheres vencem guerras constantes e aprendem a comunicar medo e cuidado desde cedo. Elas sabem ser porta-vozes de gente comum, já os super homens estão a mercê do mito, que lhes fez o que são, protagonistas de uma cultura de hipocrisia.
E isso não resultado de informação, mas de amedrontamento. Sim, a população está amedrontada e o medo segue impune. Enquanto em uma esperteza manipuladora alguns "vendem" milagres, na tv aberta (maior canal de informação) o entretenimento se tornou cruel. A arma para combater o vírus poderia ser a informação, mas o que se percebe é alarme. Alarde também. Alarme que gera por um lado paralisação e por outro negação. A prova disso é o efeito de ansiosidade na gente. Assistir jornal de tv aberta virou teste psicotécnico para guerra, embora eu suspeite de sadismo e masoquismo. Uma população carente de educação e naturalmente manipulável é mais que isca, é o alvo da guerra das forças, quem aliena mais. Para mim, a falta de uma linguagem realmente acessível e didática na imprensa desencadeia amedrontamento, aparelho ideológico de um Estado tirânico. Enquanto há os que inventam curandices para angariar a atenção de quem se desesperar tanto que nega. Nega com veemência. O bolsonazismo existe e é uma mentalidade genocida, não é nenhuma invenção isso. Mas "a única saída é pela alarmamento da população", não é bem o que vejo. Não se ensina "tocando o terror", há ao contrário disso uma didática da esperança, entusiasmada por Freire na luta pela emanciapação e da cidadania. Por que seria diferente neste caso? Até carta suicida vale a pena reverberar contra o insano... Que se tornou presidente em uma narrativa de salvaguardado de uma facada pavorosa. Agora o pavor é um vírus potente e a gente é imunizada pela negação ou pelo medo irrefreante? Talvez. Não vejo com bons olhos a forma como a informação anda sendo promovida no Brasil. Parece um espetáculo de terror. Isso não é eficiente, já se vê há tempos. Estava na hora de mudar a forma de falar com a nossa gente simples e que realmente precisa acreditar que é vontade de salvar e não de nos matar mais rápido o que fazem...
A linguagem da tv aberta no Brasil é orientada pelo despertar do medo. Primeiro, medo de ser brasileiro agora. Segundo, medo de ser pobre. Terceiro, medo de ser infectado. Quarto, medo de infectar. Quinto, medo de tudo. Sexto, medo de números. A lista vai longe. Até medo do "presidente" tem. Tudo é uma motivação para o medo que por hora move a população. Umas são movidas para o alerta, outras para a negação. Faces de uma informação sem piedade das desigualdades entre as massas. Vejo os programas de televisão e entendo como há tanta alienação. Enquanto a tv aberta trata em rede nacional com a banalização do amedrontamento da gente, há os espertalhões que trabalham no "acolhimento" das formas não remediadas de medo. Explico-me: enquanto quem deveria informar, espetaculariza a dor e o sofrimento através do medo para provavelmente conter à força o inimigo (que é simplesmente nesse caso o governo); há quem se aproveite e venda até "bago de feijão" milagroso, curando as famílias impotentes. Então, esse é o resumo. Não há didática na estratégia da mídia em vencer seus inimigos. Não há pedagogia ética da informação tentando acolher a natureza humana da população. Há alarme tocando enquanto uns são levados e outros são pisoteados, não há certeza quem não irá ou quem sofrerá com isso. Por isso, profissionais da saúde não sentem redução. O governo federal é realmente genocida. O medo é intuitivo e ao mesmo tempo real nos brasileiros, mas a imprensa não informa, encrenca. Isso é bem notável. Dizer na língua da gente que morrer não é o único caminho previsível perdeu a graça.

terça-feira, 5 de maio de 2020

Meu chefe colocou no grupo de trabalho que esses tempos exigem do professor mais expertise e "um estúdio" para que possam executar a profissão de maneira satisfatória. Perguntou no grupo quem dominava três instrumentos: flash, PowerPoint e animações. Na lista de mais de 100 educadores, a maioria a declarar domínio pleno foram homens, uma maioria evidenciadora. Enquanto estamos ajudando nossas famílias durante essa quarentena, cuidando da casa, colaborando e até nos dedicando aos cuidados com as crianças, os homens estão se aprimorando profissionalmente, porque as casas são para as mulheres como a casa grande aos escravos, nossas celas de exploração. "O que vamos fazer pra mudar isso?" É só o que a minha mente inflamada grita. "Vamos nos aprimorar nas horas em que eles descansam..." E vamos sangrar pelo nosso lugar. O mundo nunca foi fácil para mulheres mesmo!

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Cada um tem uma receita que cura... Não tem problema... Vamos nos curando... Que a cura não seja uma única promessa, não tenha um único jeito e não seja uma única saída... Que a minha cura esteja mais perto do que eu possa imaginar e que a sua cura chegue a tempo... Cura é uma palavra libertadora!
#FiqueEmCasa ❤️

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Que verdade perfeita! Muitas vezes, olhar para o outro e motivar a sua competência, nada mais é do que elogiar para que continue nos servindo. Infelizmente, isso é muito comum nas relações que temos com as mulheres (seja entre homens e mulheres ou entre pares). As mulheres são tão incentivadas a determinadas características exaustivas que só se percebe que a finalidade era a servidão através do incentivo cínico do elogio depois que ela cai de tão explorada e é condenada no imediato momento. Como se não tivesse prestado pra nada...

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Eu queria dizer que tanto concordo quanto cada vez mais vejo o meu lugar de branca (embora periférica) gritar seus privilégios. Sou das únicas entre as amigas que demorou para trabalhar, demorou para se sustentar, não pega quase em uma vassoura mas foi cuidada por empregadas e babás. Mamãe trabalhou a a minha infância inteira, regada em um lindíssimo lema "estudem para que não dirijam fogão, não crio filhas para que sejam pilotos de fogão". Foi o exemplo mais revolucionário, porém com uma dose de cruel ao mesmo tempo. Queria explicar o que pressinto hoje, mas nem consigo enxergar com exatidão. Não consigo morar sozinha porque dependo afetivamente da minha família que depende afetivamente de mim. Um ciclo adoecedor. Mas, para além dessa prisão familiar comum no patriarcado (brancocêntrico), percebi que na minha casa relacionamos diretamente trabalho doméstico ao desprezo que temos pela histórico desse trabalho, isto é, por racismo. É um racismo forte na minha família imaginar mulheres, brancas, criadas para serem as patroas sendo as "donas de casa que fazem tudo". Se não somos quem cozinha, advinha quem faz? Se não somos quem cria os filhos, quem fará por nós? Se queremos alçar vôos extraordinários na Academia, quem nos sustentará? Infelizmente, a resposta é devastadora. 😣 Eu sempre achei lindo o fato de eu me sentir muito feminista, com uma mãe como exemplo de mulher que não é "do lar". Foi quando caí na real. Aqui em casa não lutamos por libertar mulheres. Não. Só a nossa própria ascensão é objetivada. Se para isso outra mulher, em geral negra e periférica tiver que ocupar esse lugar, não nos revelaremos. É duro dizer com todas essas letras, mas o racismo no patriarcado é alma do negócio. Sem uma emanciapação de TODAS as mulheres, iniciando pelas negras e minorias (indígenas, ribeirinhas, amazonidas, quilombolas, mulheres trans e etc.) não tem feminismo que funcione. É puro blá blá blá. Eu percebi isso na minha vida da pior forma.

terça-feira, 21 de abril de 2020

É triste demais perceber que, por sermos mulheres, somos condicionadas ao amor para o outro, pelo outro e nunca de si. É uma tormenta ser uma mulher que decidi amar a si mesma e seguir seu caminho sem até necessitar de um outro para quem devorar amor. Não digo que a solidão é o único caminho de felicidade, mas não é o monstro que pintam. E infelizmente acreditamos no que falam sobre esse monstro. Acreditamos que ser só é ser seca, ser amarga, ser inferior. Tenho certeza que muitas de nós está em uma condição familiar estritamente adoecedora por isso. Viu tentar explicar o que quero dizer com isso: muitas de nós convive dentro de suas famílias com obrigações absurdas que nos adoecem e não nos fornecem o mínimo de amor e cuidar. Isso é traumático. A maioria das mulheres se sente apenas obrigada a dar e nunca receber praticamente nada em troca. Acreditamos, primeiro, em uma falsa interpretação bíblica de que esse é o único sentido do verdadeiro amor. Mas o que me intriga mais nessa história toda é que os homens recebem muitos amor e não se sentem mal por isso. Não se sentem menos cristãos, há até os que justificam esse tipo egoico de relação interpessoal afetiva doentia, perversa mesmo. Há que se pensar ainda muito sobre as relações humanas em relação a vivência das mulheres. Somos o tempo todo exploradas e isso não é justo!
Será que eu posso?

Eu tenho um drama em mim
Uma questão profunda
Bem dentro
Nada na margem
É um prazer intenso e escondido
Mas para mim
Segue como uma miragem
Desgasto por conter
Sigo exausta por impedir
Bloquear minhas entregas
Sou inibição e censura
Por quê?
Quem me condenou?
O que eu fiz de tão errado?
Parece que eu nunca fiz nada
De fato, eu nada fiz até hoje de meu
Não tem minha assinatura
Em nenhuma cena da vida
Eu não ajudei, fui comandada
Me sinto uma marionete
Sem alma até
Nunca me perguntei por que não posso
Por que é errado desaguar
É errado beber e jorrar?
Não pode fumar? Mas eu fumo, eu quero
Não pode beber? Mas eu amo, eu deliro
Meu delito é querer?



terça-feira, 14 de abril de 2020

Eu ainda acho que essa manutenção do Enem é uma pressão sistêmica para o retorno à rotina. Infelizmente, o extremismo está mostrando as suas presas. Para mim, há uma estratégia de eugenia. E isso é fascismo na prática. Infelizmente, não consigo ver de outra forma

Com certeza. Retornar às escolas ainda neste semestre me parece utopia ou irresponsabilidade. Junho, se houver sucesso por parte da maioria dos governadores, teremos um isolamento social mais significativo. Eu acredito que a partir de meados de junho já poderemos começar a pensar no retorno e sem pressa. Pressa agora é fatal. Estarmos vivos é a melhor meta de todas

E eu ainda acho que datas são irrelevantes. Eu sei que elas têm uma função óbvia de justificar questões de planejamento, principalmente de escolas particulares e suas burocracias financeiras (por exemplo, o pagamento ou não de aulas ou férias durante janeiro em relação à preparação do alunado). Porém, chegamos a uma certeza: rigidez de planejamento agora é trabalho perdido. Deverá ser refeito quantas vezes for necessário. Quando deveríamos pensar em melhores estratégias de orientação dos alunos e de organização de conteúdo. O que para o Enem, antes não funcionava exatamente assim, mas agora é cada vez mais "conteudista". Como professores nessa batalha, eu desejo a vcs ânimo. Essa história irá nos formar mais do que qualquer curso em nossas vidas. A prática de hoje é mais que mil livros repetidos. Está mais do que na hora de levarmos leituras acadêmicas sobre uma educação melhor para a realidade do nosso país de fato. Eu acredito plenamente que vamos ter um efeito real mas escolas depois disso. Tenho essa esperança.

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Movimento_eug%C3%AAnico_brasileiro

sábado, 11 de abril de 2020

Mais cedo eu respondi sobre isso a uma pessoa que sigo do Facebook. Ela é paulistana e professora do ensino infantil. Na postagem, falou sobre se deixar o ano letivo de 2020 como "perdido" em relação às burocracias e investir exatamente nos cuidados e alguns conteúdos direcionados.  Concordo plenamente com minha colega que não dá para pressionar os professores e simplesmente levar o ano como se nada tivesse acontecido. É hora de se reinventar. Eu acho muito relevante a atual conjuntura dramática em que vivemos porque ela escancara a maior doença, para mim, que acomete o sistema educacional brasileiro: a burocracia tecnicista. Os 200 dias letivos com conteúdo depositado nas aulas sem qualquer perspetiva de mudanças metodológicas. Os professores estão muito acostumados com a mesma apostila, a mesma aula expositiva e a mesma prova seletivista. O que não é um mal da nossa categoria, mas uma indução do próprio sistema antiquado. O uso das novas tecnologias encarado sempre com muita desconfiança por muitos professores que verbalizam ser "só mais um trabalho" a sobrecarregar nossas vidas. A formação que nunca está a gosto porque parece ignorar os desafios da prática precária no "chão das salas" muitas vezes desestruturadas. São muitos fatores a se pensar. Muitos. Eu mesma estou refletindo muito sobre minha própria forma de ser professora porque já fui colocada na situação de ter que ir para salas de chat, grupos de whatsapp e aulas via videoconferência. Não estava preparada. Topei porque me senti colocada diante de uma situação extrema e acredito que nesses casos devemos aprender. E vamos aprender no começo errando. Eu que sempre tive muita resistência em fazer vídeos e aula por celular agora me vi nessa situação por necessidade minha e dos alunos. Não é fácil e não será. Não é simples e não será. Não é a única alternativa e nem pode ser. Mas acredito que vale a pena tentar. Para mim, seria muito melhor se houvesse uma formação realmente prática sobre como se portar, o que levar ao ambiente virtual de ensino, o que não levar, o como perceber as respostas dos alunos e, principalmente no meu caso, como garantir o diálogo, que eu considero indispensável para que as aulas sejam significativas. Estou aprendendo exatamente diante dessa situação traumática.
Eu gosto da ponderação do autor sobre a comparação com bolsonazi... Realmente, ofende ser comparado a esse fascista, mas de fato é o que se vê. Quem admite que há necessidade de continuar com aulas online o que era feito em aula presencial, ainda não entendeu nada sobre educação de verdade. Educação não é ocupação para quando os pais precisarem cumprir seus afazeres. Educação não é distração para quando o garoto não tem "nada para fazer de melhor". Educação não é uma rotina biológica como acordar - escovar os dentes - se banhar - tomar café - ir para a escola. Não, não é. Educação é muito mais. Mesmo Home Schoolling não é isso. Não é assim que se faz o ensino doméstico institucionalizado. Educação exige técnica, ética, diálogo e ciência. São princípios freireanos, sim, mas também são as nossas práticas históricas. Professores e alunos sabem que educação não é o que se está fazendo, nem propondo. Se há certas boas intenções, não duvido. Mas também não acredito que sejam as mais importantes pela forma como está acontecendo. Os professores que estão se empenhando merecem nosso apoio, estarão exauridos para o restante do ano...e os alunos sabem exatamente do que precisam. Infelizmente, dentro das escolas todos os dias estamos cansados de dizer, a família que se ausenta no ambiente escolar é a mesma que agora foge do convívio, digo sem medo de errar. A convivência dentro de casa com os próprios filhos muitas vezes se traduz em uma forma adoecedora. É nesse lugar que se colocou a escola há algumas décadas...como sou uma jovenzinha, diria que há três décadas... A escola é a intermediadora de conflitos entre pais e filhos, agora sem poder ficar nesse lugar o que sobra é reclamação. Sabemos exatamente do que se trata.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Você é casa...

Vício de amor
Qualquer lugar com você é casa...

Minha estrutura ruída em vários pedaços que piso pelo chão... há estilhaços que ferem os meus pés...minha morada eu nunca tive e sinto que ruiu...
A casa que eu entro e procuro abrigo é ela no meio do breu...sinto que estava tudo desarrumado...vejo os sonhos e planos... está tudo bagunçado... Mesmo assim eu me sinto em paz...
O que há no estar nela que me acalma?
Aconteceram coincidências tantas que não tive roupa pra escapar das artimanhas do destino que me pregou a melhor das peças...
Andei tanto cansada e com os pés feridos que cheguei nela...dói de tanto acreditar mesmo assim sem ter poderes e fins...
Ela é o abrigo da minha alma... é a cama mais gostosa da vida...o travesseiro onde eu posso morrer...confio até nas suas confusas escolhas que te afastam de mim...confio igual um cego no tiroteio... qualquer bala que ultrapassar meu peito não me parece ser o meu fim...
A casa é o meu fim. Com todas aquelas panelas de fundo branquinha a fazer macarronada de queijo minas... não posso comer lactose, meu amor...eu como mesmo assim todas as invenções dela de fazer bagunça e deixar uma louça gigantesca...quero morrer...eu sei que vou amar tudo que vc fizer...
Ela é um lar de janelas floridas...varandas em cima dos olhos da gente... ninguém alcança aqui... não podem te ver sem roupa desse jeito...a sua nudez devia ser minha... não é...nada nela me pertence até quando me entrega a sua vida e diz "pra sempre".
Estamos vivendo um abalo sísmico da cultura de consumo que é o suporte do neoliberalismo orgânico. Nessa cultura, o "direito individual" é radicalizado a uma forma de lei (lei de consumo, ideológica) para a qual a "vontade de consumir" precisa ser defendida. Uma das bases de manutenção (defesa) dessa lei é o "direito de ir e vir", "liberdade de expressão" e "liberdade de credo", são exemplos de direitos individuais que não são naturais, mas foram naturalizados para que se defendesse para si, mesmo não percebendo que nunca foi um direito realmente universal. Sempre houve os que não podem ir e vir, os que não têm a liberdade de se expressarem e os que não têm no seu credo a garantia de manifestação respeitosa na cultura, por exemplo por causa do preconceito historicamente definido. Ir e vir agora é um sinal de "privilégio negado" para algumas pessoas. O que é vergonhoso! Quem nunca pode não questiona, quem sempre teve pressiona o sistema. Que terremoto veremos? Das pessoas que acreditam que suas vontades devem ser "supridas" ou dos donos da produção de vontade que sempre pareceu em prateleiras imperceptíveis aos olhos alienados da gente? Pode ter certeza, que não direitos humanos realmente garantidos quando eles tocam nas bases do sistema. Talvez em alguns lugares essa cultura saia muito enfraquecida, mas em outros o poder de consumir será intensificado. Sabe-se o que isso tenha a ver com o fascismo no qual o mal se banaliza a ponto de pessoas serem distinguidas para serem exterminadas... Tomara que nada😔
erfeito, querida. Sabes que hj a Br estava congestionada? Entre muitos viajantes aqueles que ignoram uma pandemia mundial em nome do seu lazer em viagem de feriadão... arff.

em pensar que muitos dos que irão morrer não tiveram qualquer escolha respeitada, nem seu direito de estar em casa com a família 😔 Não tem como não perceber a desigualdade social agravando essa crise "biológica". É muito triste que alguns cristãos ainda se colocam nesse lugar de defesa do "direito individual"... Frustra. Não adoeceremos na mente porque já vivemos rodeados por esse privilégio deles, mas é revoltante. Não tem jeito.



quinta-feira, 9 de abril de 2020

Que castração do capeta que ela é
Ela arde...corta tudo que eu pensei que eu tinha
Ela eu sinto debaixo da minha sina...ela me nina
Ela dói...igual uma ferida que acabou de ser tocada
Ela me sangra...eu doída viro gente no colo dela inteira a ser mamada
Ela me cinde... eu dedilho cicatrizes que voltam do além de mim
Ela me nota...me enxerga torta semente de dores a se mobilizarem
Ela quer ver...quer em mim o que não pode ter
Ela me interroga...fujo dela e do que ela me cobra
Ela me castra...com suas mãos em delírios de me comer
Ela me assusta...me invade em meus desejos  famintos de dar
Ela é como o pássaro...vooa rasante na velocidade certa para o meu deleite
Ela tira a minha roupa...tira meu fôlego
Ela é meu delito...fico nua só de lhe ouvir
Tudo ela sabe...tudo ela abre...tudo ela fode em mim
Minha alma é toda dela...meu gozo na orelha dela...meus olhos nela fecham de prazer
Eu ofegante paro e cheiro sua pele...cheiro sua boca...cheiro seu cabelo...cheiro todo o seu corpo em pedacinhos e devagar
Eu avanço em seu pescoço...lambendo no seu cangote minha própria versão preferida de pudim
Eu olho nos seus olhos firmes e suaves...mandando em mim como um comandante...morando na intuição
Eu colho seus amores de antes...beijando seus lábios que pedem beijos afoitos de ter
Eu mordo na ponta do seu queixo...na ponta dos seus lábios...quero tirar um pedaço de você pra mim
Eu chupo gostoso seu seio esquerdo...seguro de leve o direito... você retorce a cabeça no travesseiro
Eu sei que é a hora certa de descer...de descer mais? Pergunta rebelde...respondendo mais, mais, mais...
Eu não vou deixar você me puxar de volta se eu chegar mais longe...
Eu quero ver seu raciocínio lógico perder a compostura...quero sonhar tua loucura rangendo o dente pra não gemer
Eu vou te chupar um pouco...te molhar com minha água na boca por te querer
Eu cheguei tão perto... tão natural... tão eu em você
Nós dormimos depois de uma explosão dos medos...todos foram destruídos na hora de se entregar
Nós entrelaçamos pernas, braços e dengos...amor feito...tesão sereno...eu podia me casar com você


É muito traumatizante ver situações de convivência como a que se coloca no BBB. Imagina o que é ver, por exemplo, uma Flay (muito racista também) colocar na Thelma um peso de julgamento que ela nunca colocou na Gisele e nem na Manu que claramente já foram de contra a ela. Para ela, é muito mais "fácil" atacar alguém vulnerabilizado do que uma pessoa com maior "prestígio" comunitário. A Thelma e o Babu lutam calados, quietos, abafados, como sabemos apagamento e silenciamento, sociologicamente definindo. Sempre há nesse tipo de "jogo" a estratégia de matilha, todos contra o mais fraco. Um estilo de atuação extremamente discriminatório, idêntico ao que acontece com minorias. Somos todos os dias a parte mais frágil (faço parte da comunidade LGBTI+). A Marcela aqui fora tem prestígio profissional e privilégio de classe, de raça e de indentidade de gênero (porque é uma mulher branca cis). Então, aplaudir qualquer obrigação humanitária dela é o sintoma da reverência ao dominador. Não podemos esperar que venha qualquer reparação histórica em relação a Thelma e a Babu. O que se fará é demagogia, se algo for feito.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Poxa, Úrsula, eu sei que você teve uma excelente intenção, mas não podemos ser ingênuos. A escola é o lugar onde o aprendizado mais complexo acontece. Não é sobre ouvir os conteúdos, sabe? É sobre ultrapassar os limites impostos pelas desigualdades sociais, pela ausência da garantia mínima de dignidade humana e por sermos seres históricos. A nossa "natureza" exige a socialização como modo complexo de saber, inclusive saber ser. Quando um aluno de uma escola particular assiste em sua residência a uma aula em vídeo, ou faz suas tarefas enviadas por meios remotos como whatsapp, e-mail e outros, de fato, essa criança poderá ter um maior aparato sociocultural que lhe garantirá melhor entendimento muitas vezes. E mesmo assim não estamos tratando aqui de realmente esse tipo de "ensino", que eu chamo de "subterfúgio de crise", garantir a continuidade de uma escolarização. Aprender não é ouvir, nem ver. Sou professora formada pela UFPA desde 2010, tenho experiências em tipos diferentes de ambientes de aprendizagem (escola privada, ONG's, escola pública, cursinho, preparatório pra concurso e rede de educação social). Hoje sou efetiva da Seduc daqui e já fui efetiva por 3 anos da Seduc do Maranhão. Então, quem lhe garante é uma professora. Se há algo que nós educadores sabemos é educação É MUITO MAIS DO QUE ISSO. Tal como já nos apontavam os mestres Paulo Freire e Rubem Alves, por exemplo. Mas somos muitos e temos uma luta sangrada há séculos nesse país (ao menos dois). Portanto, se quer construir uma visão de educação, estamos abertos! Conversem conosco! Queremos mesmo dialogar sempre. Essa é a nossa maior alegria. Ser professora é a minha dedicação quase exclusiva. Não deixo de ser professora nem sentada entre amigos. Estamos aqui para dialogar e aprender juntos.

sábado, 4 de abril de 2020

Dia dois

Insônia, sóbria, sobras e sombras
Cada uma palavra e cada letra traz um efeito.
 Ela insônia insistente, eu insone resistente comovendo as pálpebras a me acariciar os olhos em meia-baixa.
Eu tão sóbria que causo dormência no meu sentido súbito, em que nasce metáforas e anagramas alegóricos metafísicos. A sobriedade mata a metafísica trivial. Minha cética costumeira adormeceu por tirania.
Ela se derrama em sobras que caída me lambuzo e me deleito. É o meu delito acreditar em devaneios de além-mar. Aquém-mar há falta, há vaga, há vão em cantos de sonoros ecos. Cavernosa é a parede do meu peito, invadida por fora por sua lava de vulcão ardendo em destruição.
As nossas sombras andaram juntas no amanhecer sem solução... Vagar em luminosas vias... véus de luto sob os olhos...penumbras de matizes mal assombradas...fantasmagoram em mim porão. Existe uma prisão à vista, breu e limo alcançam as minhas mãos. Apegos egoístas...invadem e privam meu pôr do sol. A sombra andando sobre a aurora consente a noite não deixar adormecer no leito. Ela não chega. É sempre dia. Se não vejo a lua, onde ela foi parar?

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Participei ontem de um encontro entre educadores sobre aprendizagem criativa e o que se fala mais é exatamente disso...como as escolas, principalmente privadas, estão tentando "justificar a mensalidade" com a exploração do trabalho docente à revelia de qualquer momento de diálogo com os profissionais, sem qualquer preparo, sem as alternativas de formação fundamentais (mesmo que exijam tempo) e sem pensar na realidade em que estamos vivendo (pandemia e estresse coletivo). Realmente são os pais que também devem ser alertados. O foco, além de gestores obviamente, são pais que se colocam nesse papel de exigir "produtividade" por causa da mensalidade. É a certeza de que a escola está no lugar da babá, muitas vezes. Infelizmente, Paulo Freire continua contemporâneo em sua análise crítica em "Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar". O trabalho docente continua sendo uma forma de aparelhamento ideológico do estado adestrador que, para manter o cabresto, faz o professor de seu fantoche escravizado.
Justificar "mensalidade" escolar com exploração do trabalho dos professores, sem qualquer preparo, sem atentar que eles têm suas próprias famílias em casa e que há um contexto histórico totalmente fora de controle é desumano! Há muitos professores sendo explorados em trabalhos para os quais sequer foram preparados!
Muitas vezes, são os pais e responsáveis os culpados por esse tipo de trabalho compulsório e adoecedor sendo cobrado dos professores. Muitas famílias acham que escola e professor são babás que têm a obrigação de cuidar de seus filhos para eles. NÃO! ISSO NÃO É EDUCAÇÃO! Professor e escola não são babás com quem se deixa os filhos e sai para "buscar os próprios sonhos" ou para trabalhar e "construir uma carreira". NÃO! EDUCAÇÃO NÃO É ISSO!
Vídeos que "ocupem o tempo da criança" com tarefas escolares em que os alunos não sejam METODOLOGICAMENTE mediados POR UM PROFISSIONAL NÃO ENSINAM! ISSO NÃO É ENSINO! Por favor, parem de se enganar, de enganar seus filhos e de explorar a mão de obra, muitas vezes, "barata" de professores QUE NÃO ESTÃO PREPARADOS NESSE MOMENTO por causa dessas circunstâncias para um trabalho assim.
Há outras alternativas. Se informa. Escolas, gestores e corpo técnico e docente PODEM PENSAR JUNTOS COM CALMA em qual a melhor alternativa, por exemplo de distração e de trabalho inclusive EMOCIONAL para esse momento. Há muito que se aprender com esse DESASTRE HUMANITÁRIA e, com certeza, não é o conteúdo de escola básica indispensável agora!
 Agora é hora de valorizar AS VIDAS. Valorizar as pessoas. Valorizar o que REALMENTE nos CUIDA. Crianças, adolescentes e jovens precisam de CUIDADOS e não de mais conteúdo escolar e acadêmico despejado em suas mentes pressionadas por essa situação caótica.

domingo, 29 de março de 2020

Caroline Kreile Dos Reis morei no interior do Maranhão por 3 anos, o que há é venda de leite cru por pessoas que alimentam suas famílias através da venda de 1 litro de leite a R$1,00. Óbvio que a realidade da indústria requer fiscalização sanitária, mas estamos falando de VONTADE POLÍTICA. Estamos tratando de MATAR A FOME de milhares de pessoas pelo Brasil a fora. Se vc acha isso impossível, então, veja todas as pesquisas sobre indústria da miséria (alimentícia) que se tem. Não se produz alimento, se produz FOME E MISÉRIA. Jogar fora para o COITADINHO do produtor é mais simples do que OBRIGAR A DOAÇÃO EM SITUAÇÃO DE CALAMIDADE. Será que o produtor não teria NENHUMA maneira de tornar esse produto consumível? Teria mas não faz. O sistema que move a lucratividade nesse setor impõe a venda de uma base alimentar não preparada e DERRAMA PELAS CRIMINOSAS VALAS da produção o que alimenta os vermes da miséria. Claro que eles "gostariam muito" de poder doar. Mas esse poder não é dado aos donos do alimento. A fiscalização sanitária NO NOSSO PAÍS é só mais uma engrenagem. Veja os exemplos dos produtores sustentáveis como o MST, desperdício próximo de zero, responsabilidade humanitária. Por isso a reforma agrária é um "problema" pro burguês, ela legaliza a distribuição e equilibra a lucratividade irracional.

https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,industria-de-alimentos-discute-formas-de-combater-desperdicio,70003051028

https://www.diarioinduscom.com/a-realidade-da-fome-no-mundo-e-a-oferta-de-alimentos/

https://www.politize.com.br/fome-no-mundo-causas-e-consequencias/

http://www.pucrs.br/revista/uma-lei-que-mata-de-fome/

http://www.justificando.com/2019/07/22/relatorio-da-onu-indica-que-fome-no-brasil-que-antes-diminuia-voltou-a-crescer/

https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/agricultura/lei-que-proibe-jogar-alimentos-fora-vira-exemplo-mundial-3m4jleeqk1exidd8hnjalam5n/

Dicas de leitura sobre o tema. Mas o que se produz nas universidades brasileiras sobre o assunto também vale muito a pena.
Adriano Gross Gonçalves inclusive outros alimentos são descartados não só no nosso país. Muitas são as campanhas de grandes chefes pelo mundo em relação ao descarte de alimento. Por exemplo, durante aquela alta do preço de tomate em 2014 (acho), os produtores estavam descartando esse "produto" nas lavouras, sem sequer os noticiários pensarem em relatar o assunto. Enquanto o alimento for pensado como mais um produto da indústria, não haverá ética humanitária sobre acabar com a fome. Quando se pensa em produtores sustentáveis, como o MST por exemplo, esse descarte chega a zero. Mas a produção em larga escala é desumana e se apoia em dispositivos legais para ser cruel. A fome é o produto vendido nós comerciais das grandes empresas. Se produz vontade de comer o que não se pode comprar. Se produz desnutrição e miséria também. Não há uma indústria alimentícia que se habilite em doar por exemplo cestas com seus produtos às pessoas que não poderiam de jeito nenhum comprar, aos miseráveis. Há toneladas de alimento industrializado por exemplo no lixo por perderem a "validade", outra importante invenção desse sistema. Jogar fora alimento nutre a fome de milhares de pessoas no mundo. Comprar alimento de grandes indústrias e pagar para matar gente no mundo inteiro. Infelizmente, é a realidade da alienação do poder de ser consumidor. Somos os que mantém a roda da morte capitalista em constante dinâmica. 
Para eles, é absolutamente "natural" que se jogue fora porque é um "trabalho" desperdiçado. Eles fazem para garantir o equilíbrio financeiro já que não terão livro sobre, então, não vale a pena alimentar mais nada. O lucro é pensado como o único fim e nenhuma proposta de doação se vê porque não há lucro em doar. É uma lógica ao inverso de alimentar. Produzir alimento para ter dinheiro, não é para "matar a fome", mas para sustentar a fome de muitos que perecerão. Garantir que haja fome mantém o leite como um dia produtos mais importantes desse mercado. A fome alimenta a vontade de comer sem ética, comer sem empatia. Comer nesse caso é um privilégio de poucos e a fome um objeto desejado pelo "produtor de alimento".

sábado, 28 de março de 2020

Por Matheus Germino

As carreatas bolsonaristas revelam o que sempre soubemos: nossa elite é perversa e genocida. E a classe trabalhadora, estranhada e desesperada em retornar para sua condição de exploração compulsória brutalizante, imposta pelas forças destrutivas do Capital, é carente das armas da crítica e do desejo real de emancipação humana e civilizatória. A subjetividade do trabalhador foi completamente deformada pelos valores fantasmagóricos e decadentes do capitalismo. Essa crise humanitária pandêmica deixa claro como o dia que, enquanto vivermos sob o modo de vida capitalista, nossa espécie estará condenada à extinção. Que os ignorantes fundamentalistas desapareçam primeiro!

sexta-feira, 27 de março de 2020

Aos que pediram encarecidamente a ditadura militar violentando as pessoas da "oposição", agora é hora de se ver no lugar indigesto da inibição de manifestação POR QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA. Os que possuem essa mentalidade contraditório que só querem a ditadura contra os SEUS inimigos, agora precisam perceber que buscar se manifestar em favor das suas escolhas (embora, indiscutivelmente irresponsáveis que são) é um direito DEMOCRÁTICO. Sem democracia não há diálogo. A proposta do governador é conservar a saúde pública em equilíbrio, o contraditório quer colocar em risco as vidas para ganhar sua ânsia por guerra e disputas irrelevantes. Quem sai perdendo com a proposta de "manifestação" contrária a vida são os mesmos que se fazem de defensores da vida no caso de aborto. Para eles, expor à morte milhares de pessoas agora não é uma boa saída? Então, a inibição é uma proposta. Tenho certeza que nada mais do que isso será feito.
Fernando Maués pode ter certeza que no máximo, os mais empolgados serão inibidos e duvido muito que seja na bala de borracha. Veja que as manifestações de apoio ao bolsonazi aqui em Belém sempre foram frequentadas pela branquitude. São senhores e senhoras de bens, que andam, que estão em carros, que levam a família tradicional brasileira nas marchas para Jesus. Eu vejo inclusive policiais de alto e baixo escalão aí. Eder Mauro por exemplo é muito influente aqui e não deixará barato. Eu acredito exatamente que por haver oficiais da polícia que são da elite é que a escolta será feita. Dei aula em cursinhos preparatórios para concurso de PM e de PC, eles flertam bastante com o bolsonarismo. São muitos advogados e pós-graduados em diversas áreas em que a grana fala bem mais alto. E eu concordo plenamente com vc que deveríamos fazer algo em contrapartida. Se fosse uma reação, mesmo que virtual, contra o Bolsonazi eles viriam em manada pra cima de qualquer um, mesmo que fosse de modo criminoso. Então, devemos nos preparar para alguma contrapartida coordenada de casa já que esse é o plano #FicarEmCasa.
Não se preocupe, não haverá "cassete no lombo" de ninguém! Não é assim que se dispersa ricos, brancos e sociopatas em Belém. O que vai haver é uma escolta policial vendo a alucinação coletiva e se arriscando. Policiais são negros, são de origem periférica em sua maioria. Jamais poderiam cassetar seus senhores. Infelizmente essa é a realidade. Haverá com certeza escolta com a hostilidade e a prática ostensiva contidas. A quem diz que será violento, não se preocupe, é só o nosso sonho. Quando o sistema se levantaria contra si mesmo da mesma maneira que arrebenta as cabeças em nossas ruas. O que gostei nisso tudo é que há uma voz de governança dizendo que não apoia e levará a polícia como forma de inibição. Pode ter certeza, não haverá mais do que uma escolta.
Infelizmente, não são os engravatados, os donos de empresas, os "manifestantes" de dentro do carro, as madames querendo suas empregadas de volta, que irão morrer em sua maioria. O vírus atinge qualquer pessoa, eu sei. Mas a maioria a morrer sofrendo sufocada será preta, pobre e periférica. Sabemos que isso é uma certeza que os FASCISTAS que apoiam esse governo sabem. Eles sabem e não disfarçam. Para eles, pobres estão condenados, e não se trata de determinismo, é fascismo.  A eugenia é um sintoma de fascismo. Querer "limpar" a sociedade é o principal objetivo dessa "gente". O mal que está banalizado entre pobres que se sentem levados por uma inércia mental chamada "alienação". A falta de "consciência" de classe é a característica mais dolorosa dessa outra doença social. O inimigo a ser vencido pelos fascistas: a igualdade de direitos. Eles querem apartheid. Eles querem holocausto. Eu não tenho nenhuma dúvida de que há MUITOS fascistas entre nós. Não consigo mais vendar os olhos a fim de suportar. De verdade, realmente tentei andar de olhos fechados porque dói ver o suicídio coletivo ao qual estamos expostos, mas é a realidade. E não é porque estou chamando de "suicídio coletivo" que se trata de culpa de quem o faz consigo. Não! A alienação é uma mentalidade mantida e defendida pelo Estado neoliberal, que se mascara de "democrático" até que se estabeleça de fato a morte (cerebral) do Estado, insuficiência política através de um "Estado Mínimo". O Brasil está vivendo uma pseudodemocracia. Nenhum direito mais tem garantia. Nem o direito à vida. É duro mas não podemos negar! Os legisladores estão sendo empurrados a uma camisa de força por um sistema financeiro irracional. É a distopia neofascista capitalista do século XXI.

quarta-feira, 25 de março de 2020

ao seu nascente

Eu sempre sei escrever sobre despedidas...
Eu vou olhar de longe ela casando, amando, sorrindo, gozando, gestando e criando o próprio mundo. Ela é dona de si. Os olhos dela vão longe, não é mais possível me alcançarem. Eu vou ver ela de longe e não importa quantos quilômetros me distanciarem. Os anos também se vão, mas nunca tão longe. Seu vestido branco, único em plena multidão será vestígio de sonhos que eu jamais presenciarei. Ela sorrindo depois de um belo banquete entre amigos, familiares e padrinhos. Serão muitas pessoas por perto e eu de bem distante dizendo sobre amores e ventos num barco à vela afastado do continente. Longínqua. Eu e a neblina que invadiu o dia. Será no meio da praia o casamento dela. Eu já vejo as flores derramando suas pétalas amarelas, vermelhas e brancas pelo tapete de areia. Será simplesmente lindo. E o mar a me levar por onde nenhum amor nunca esteve. Amar de uma lonjura infinita e valente. Perder para si mesmo vendo fantasmas e uma tempestade à sua frente é desgovernante. A quem já naufragou tantas vezes é hora de se propor ir mais longe. Que chegue aonde ninguém podia dizer que chegaria. Vá pra mais perto de si e de sua própria ilha. Leve a imagem dela na sua parede de fotos indeléveis. Por onde for mais breve a fuga e mais certa a partida. Não retorne de onde saiu um dia. Siga, enfrente a si e lembre dela naquele vestido de amor nascente. O sol já lhe dará um poente para se esquecer de si e das suas feridas. Amar é a cura. Amando há de se curar no fim. O tempo é a única parceria nessa viagem dura... Amargura? Demora em mim a braveza ácida do desarmar em desamor as minhas muralhas. Por baixo de tudo, ferida e sangue sal e água. Nenhuma rota perdura infinitamente. Velas soltas no mar apontam um porto em breve. E nenhuma dor encostará em terra.