A linguagem da tv aberta no Brasil é orientada pelo despertar do medo. Primeiro, medo de ser brasileiro agora. Segundo, medo de ser pobre. Terceiro, medo de ser infectado. Quarto, medo de infectar. Quinto, medo de tudo. Sexto, medo de números. A lista vai longe. Até medo do "presidente" tem. Tudo é uma motivação para o medo que por hora move a população. Umas são movidas para o alerta, outras para a negação. Faces de uma informação sem piedade das desigualdades entre as massas. Vejo os programas de televisão e entendo como há tanta alienação. Enquanto a tv aberta trata em rede nacional com a banalização do amedrontamento da gente, há os espertalhões que trabalham no "acolhimento" das formas não remediadas de medo. Explico-me: enquanto quem deveria informar, espetaculariza a dor e o sofrimento através do medo para provavelmente conter à força o inimigo (que é simplesmente nesse caso o governo); há quem se aproveite e venda até "bago de feijão" milagroso, curando as famílias impotentes. Então, esse é o resumo. Não há didática na estratégia da mídia em vencer seus inimigos. Não há pedagogia ética da informação tentando acolher a natureza humana da população. Há alarme tocando enquanto uns são levados e outros são pisoteados, não há certeza quem não irá ou quem sofrerá com isso. Por isso, profissionais da saúde não sentem redução. O governo federal é realmente genocida. O medo é intuitivo e ao mesmo tempo real nos brasileiros, mas a imprensa não informa, encrenca. Isso é bem notável. Dizer na língua da gente que morrer não é o único caminho previsível perdeu a graça.
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA