Se eu mergulho em mim, derramo amor...prazer... ódio... rupturas. Se eu te mergulho, deságuo em fúrias...feras...feridas...e amar. É sobre o encontro de mágoas às vezes, mas em um vigoroso oceano há sempre vida!
terça-feira, 15 de junho de 2021
consumismo no afeto ou consumo de afeto
Liberalismo sexual é consumismo afetivo, isto é, exploração compulsória do afeto de modo a escravizar corpo e mentalidade de quem está alienado pela heteronormatividade COMPULSÓRIA. Não importa a forma da relação, seja ela homoafetiva, heteroafetiva, poliamor, relação aberta, monogâmica, polígama, extraoficial... Não importa, a heteronormatividade é uma maneira de se conceber, de se vivenciar, de se estruturar relações interpessoais sexuais ou afetivas... É a dominação do outro (consciente ou inconsciente), é a exploração do afeto e do corpo do outro (financeira, sexual ou por meio do trabalho doméstico ou não). A heteronormatividade reflete o pensamento de ativo x passivo que é manutenção de privilégios e obrigações realmente violentadoras. Uma mulher, por exemplo, que trabalha mas faz todo o trabalho (indireto) para seu "companheiro" enquanto ele cresce, aparece, ganha visibilidade e notoriedade profissional está presumidamente em uma relação que se confunde entre o afetivo e o laboral...deixando visível os "enlaces", os "elos", os contratos sociais comuns ao patriarcado ... Explicar esse tipo de coisa é constrangedor, porque somos obrigadas a ver "ROMANTIZAÇÃO" como "idealismo", "sonho bobo", quando de fato É VIOLÊNCIA. MAS ainda não estamos de fato preparadas para essa conversa franca
romantização é o CARALHO
E tem bobo que acha que "ROMANTIZAÇÃO do amor" é "monogamia". Sinceramente, eu sou ZERO paciência para explicar, justificar, me humilhar até pras manas (especialmente as héteras, mas não só elas) que ROMANTIZAÇÃO [nesse c@r&lh#! 🤬🤬😡😡😡 É VIOLÊNCIA e sofrimento IGNORADOS na relação "afetiva-sexual" em que, especialmente na HETEROSSEXUALIDADE, as mulheres "pensam" que estão "ganhando" algo mas de fato o que se parece com algum "privilégio" é migalha e exploração - geralmente, sexual, emocional, psicológica, física (no trabalho doméstico compulsório, por exemplo), moral e estrutural. Romantizar NÃO É ACREDITAR EM AMOR, não é se apaixonar, não é transar (fazer amor?) ou querer um relacionamento ""”"fechado""""". Poligamia não é liberdade sexual de mulher. Relacionamento aberto NÃO É MODERNIDADE só por ser. Que coisa chata demais ter que dizer o óbvio até para as manas do rolê que militam. C@r&lh*!!!! Quando a gente vai aprender que "meu corpo, minhas regras" NÃO É SOBRE mulher livre, mas sobre PARAR DE MORRER, sobre o trabalho doméstico compulsório e escravizador ser REPENSADO, sobre os corpos das mulheres não serem ALIENADOS pelo patriarcado a servir à sexualidade DE QUALQUER OUTRO , seja homem, mulher, ET, planta, etc. Cansada! Essa mana da publicação que você compartilhou É A PROVA que falta MUUUUUUUUUUUUITO para o feminismo em sua ética LUTAR (fora do liberalismo, individualista, consumista, alienado) por mulheres em sua DIGNIDADE. Como grita, implora e escancara FEDERICI, em "Calibã e a bruxa", NÃO foi antigamente que fomos queimadas, sequestradas, estupradas e DESUMANIZADAS. Esse é o modus operandi do capitalismo DESDE SEMPRE. É preciso olhar pela REALIDADE COLETIVA das mulheres urgentemente. Eu não posso me sentir "a livre" se ainda há ESCRAVIZAÇÃO, EXPLORAÇÃO E MORTE do meu lado nessa merda. (Desculpa o desabafo)
A "outra"
Segundo Gerda Lerner, no livro "A criação do patriarcado" (obra de 1979- traduzido para o português só em 2019), as concubinas (segundas esposas ou as "outras" e hoje em dia substituídas pelas "amantes") sempre foram uma classe ainda mais SUBALTERNIZADA, ainda mais ESCRAVIZADA, ainda mais EXPLORADA SEXUAL e com o trabalho DOMÉSTICO, além de serem ESCORRAÇADAS pelo próprio patriarcado (em mentalidades de mulheres e homens) que usam do privilégio heteronormativo PARA ESMAGAR a humanidade, portanto, desumanizando-as. Por isso, que não se trata, de modo mais analítico histórico, de uma "opção" ou de uma "escolha", mesmo porque se assemelha demais com a origem e com a permanência do sistema de prostituição (ainda que seja uma "outra família"). É de fato UMA VIOLÊNCIA simbólica, psicológico, verbal, moral, quando não FÍSICA e , inegavelmente, INTERROMPE a própria existência/vivência até subjetiva dessa mulher alienada pelo patriarcado em forma de heterossexualidade romantizada e, por isso, compulsória. Precisamos ainda saber que não há por que para rivalizarmos, disputamos ou competimos por esse "alecrim dourado" de pênis entre as pernas - posto que a mais do que isso, só a VIOLÊNCIA ele terá como herança. Não há dinheiro ou "suposto" amor (heterossexualidade compulsória e alienada) que valha a pena.
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