Se eu mergulho em mim, derramo amor...prazer... ódio... rupturas. Se eu te mergulho, deságuo em fúrias...feras...feridas...e amar. É sobre o encontro de mágoas às vezes, mas em um vigoroso oceano há sempre vida!
terça-feira, 15 de junho de 2021
A "outra"
Segundo Gerda Lerner, no livro "A criação do patriarcado" (obra de 1979- traduzido para o português só em 2019), as concubinas (segundas esposas ou as "outras" e hoje em dia substituídas pelas "amantes") sempre foram uma classe ainda mais SUBALTERNIZADA, ainda mais ESCRAVIZADA, ainda mais EXPLORADA SEXUAL e com o trabalho DOMÉSTICO, além de serem ESCORRAÇADAS pelo próprio patriarcado (em mentalidades de mulheres e homens) que usam do privilégio heteronormativo PARA ESMAGAR a humanidade, portanto, desumanizando-as. Por isso, que não se trata, de modo mais analítico histórico, de uma "opção" ou de uma "escolha", mesmo porque se assemelha demais com a origem e com a permanência do sistema de prostituição (ainda que seja uma "outra família"). É de fato UMA VIOLÊNCIA simbólica, psicológico, verbal, moral, quando não FÍSICA e , inegavelmente, INTERROMPE a própria existência/vivência até subjetiva dessa mulher alienada pelo patriarcado em forma de heterossexualidade romantizada e, por isso, compulsória. Precisamos ainda saber que não há por que para rivalizarmos, disputamos ou competimos por esse "alecrim dourado" de pênis entre as pernas - posto que a mais do que isso, só a VIOLÊNCIA ele terá como herança. Não há dinheiro ou "suposto" amor (heterossexualidade compulsória e alienada) que valha a pena.
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA