quinta-feira, 2 de abril de 2020

Participei ontem de um encontro entre educadores sobre aprendizagem criativa e o que se fala mais é exatamente disso...como as escolas, principalmente privadas, estão tentando "justificar a mensalidade" com a exploração do trabalho docente à revelia de qualquer momento de diálogo com os profissionais, sem qualquer preparo, sem as alternativas de formação fundamentais (mesmo que exijam tempo) e sem pensar na realidade em que estamos vivendo (pandemia e estresse coletivo). Realmente são os pais que também devem ser alertados. O foco, além de gestores obviamente, são pais que se colocam nesse papel de exigir "produtividade" por causa da mensalidade. É a certeza de que a escola está no lugar da babá, muitas vezes. Infelizmente, Paulo Freire continua contemporâneo em sua análise crítica em "Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar". O trabalho docente continua sendo uma forma de aparelhamento ideológico do estado adestrador que, para manter o cabresto, faz o professor de seu fantoche escravizado.
Justificar "mensalidade" escolar com exploração do trabalho dos professores, sem qualquer preparo, sem atentar que eles têm suas próprias famílias em casa e que há um contexto histórico totalmente fora de controle é desumano! Há muitos professores sendo explorados em trabalhos para os quais sequer foram preparados!
Muitas vezes, são os pais e responsáveis os culpados por esse tipo de trabalho compulsório e adoecedor sendo cobrado dos professores. Muitas famílias acham que escola e professor são babás que têm a obrigação de cuidar de seus filhos para eles. NÃO! ISSO NÃO É EDUCAÇÃO! Professor e escola não são babás com quem se deixa os filhos e sai para "buscar os próprios sonhos" ou para trabalhar e "construir uma carreira". NÃO! EDUCAÇÃO NÃO É ISSO!
Vídeos que "ocupem o tempo da criança" com tarefas escolares em que os alunos não sejam METODOLOGICAMENTE mediados POR UM PROFISSIONAL NÃO ENSINAM! ISSO NÃO É ENSINO! Por favor, parem de se enganar, de enganar seus filhos e de explorar a mão de obra, muitas vezes, "barata" de professores QUE NÃO ESTÃO PREPARADOS NESSE MOMENTO por causa dessas circunstâncias para um trabalho assim.
Há outras alternativas. Se informa. Escolas, gestores e corpo técnico e docente PODEM PENSAR JUNTOS COM CALMA em qual a melhor alternativa, por exemplo de distração e de trabalho inclusive EMOCIONAL para esse momento. Há muito que se aprender com esse DESASTRE HUMANITÁRIA e, com certeza, não é o conteúdo de escola básica indispensável agora!
 Agora é hora de valorizar AS VIDAS. Valorizar as pessoas. Valorizar o que REALMENTE nos CUIDA. Crianças, adolescentes e jovens precisam de CUIDADOS e não de mais conteúdo escolar e acadêmico despejado em suas mentes pressionadas por essa situação caótica.