sexta-feira, 10 de abril de 2020

Você é casa...

Vício de amor
Qualquer lugar com você é casa...

Minha estrutura ruída em vários pedaços que piso pelo chão... há estilhaços que ferem os meus pés...minha morada eu nunca tive e sinto que ruiu...
A casa que eu entro e procuro abrigo é ela no meio do breu...sinto que estava tudo desarrumado...vejo os sonhos e planos... está tudo bagunçado... Mesmo assim eu me sinto em paz...
O que há no estar nela que me acalma?
Aconteceram coincidências tantas que não tive roupa pra escapar das artimanhas do destino que me pregou a melhor das peças...
Andei tanto cansada e com os pés feridos que cheguei nela...dói de tanto acreditar mesmo assim sem ter poderes e fins...
Ela é o abrigo da minha alma... é a cama mais gostosa da vida...o travesseiro onde eu posso morrer...confio até nas suas confusas escolhas que te afastam de mim...confio igual um cego no tiroteio... qualquer bala que ultrapassar meu peito não me parece ser o meu fim...
A casa é o meu fim. Com todas aquelas panelas de fundo branquinha a fazer macarronada de queijo minas... não posso comer lactose, meu amor...eu como mesmo assim todas as invenções dela de fazer bagunça e deixar uma louça gigantesca...quero morrer...eu sei que vou amar tudo que vc fizer...
Ela é um lar de janelas floridas...varandas em cima dos olhos da gente... ninguém alcança aqui... não podem te ver sem roupa desse jeito...a sua nudez devia ser minha... não é...nada nela me pertence até quando me entrega a sua vida e diz "pra sempre".
Estamos vivendo um abalo sísmico da cultura de consumo que é o suporte do neoliberalismo orgânico. Nessa cultura, o "direito individual" é radicalizado a uma forma de lei (lei de consumo, ideológica) para a qual a "vontade de consumir" precisa ser defendida. Uma das bases de manutenção (defesa) dessa lei é o "direito de ir e vir", "liberdade de expressão" e "liberdade de credo", são exemplos de direitos individuais que não são naturais, mas foram naturalizados para que se defendesse para si, mesmo não percebendo que nunca foi um direito realmente universal. Sempre houve os que não podem ir e vir, os que não têm a liberdade de se expressarem e os que não têm no seu credo a garantia de manifestação respeitosa na cultura, por exemplo por causa do preconceito historicamente definido. Ir e vir agora é um sinal de "privilégio negado" para algumas pessoas. O que é vergonhoso! Quem nunca pode não questiona, quem sempre teve pressiona o sistema. Que terremoto veremos? Das pessoas que acreditam que suas vontades devem ser "supridas" ou dos donos da produção de vontade que sempre pareceu em prateleiras imperceptíveis aos olhos alienados da gente? Pode ter certeza, que não direitos humanos realmente garantidos quando eles tocam nas bases do sistema. Talvez em alguns lugares essa cultura saia muito enfraquecida, mas em outros o poder de consumir será intensificado. Sabe-se o que isso tenha a ver com o fascismo no qual o mal se banaliza a ponto de pessoas serem distinguidas para serem exterminadas... Tomara que nada😔
erfeito, querida. Sabes que hj a Br estava congestionada? Entre muitos viajantes aqueles que ignoram uma pandemia mundial em nome do seu lazer em viagem de feriadão... arff.

em pensar que muitos dos que irão morrer não tiveram qualquer escolha respeitada, nem seu direito de estar em casa com a família 😔 Não tem como não perceber a desigualdade social agravando essa crise "biológica". É muito triste que alguns cristãos ainda se colocam nesse lugar de defesa do "direito individual"... Frustra. Não adoeceremos na mente porque já vivemos rodeados por esse privilégio deles, mas é revoltante. Não tem jeito.