quinta-feira, 18 de agosto de 2022

religião

Sabe o que é pior, na minha visão,  é a generalização.  É a fala da branquitude nele que faz do homem, no caso o padre, um ser universal.  Não há personalidade,  não se respeita a identidade étnica,  não existe princípio de ser humano em dignidade e diversidade. A catequese colonial que explorava, violava e impunha a "concepção " autoritária do mundo eurocêntrico está ofensivamente expressa nesse discurso,  que demonstra o racismo agudo e naturaliza a desumanização.  Não está na responsabilidade individual deste padre essa moral opressora. Está na fala histórica desse ser humano o princípio da manutenção do próprio aprisionamento,  sem a indignação emancipatória,  o que para mim é resultado direto de uma pedagogia da opressão,  em que um oprimido demonstra a lógica violenta do próprio opressor.  Para que uma humanidade seja comunalmente autônoma, ela precisa de uma busca incessante do questionamento da própria opressão,  o que é muitas vezes enlouquecedor. Dessa prática "religiosa ", eu também me abstenho. Dissido na contramão do que se pensa ser senhor.


Amanda Rocha eu me considero uma católica,  cheia de minhas próprias visões sobre o mundo. Então,  quando ouço uma homilia fecho os olhos e tento enxergar nas palavras o abraço de comunhão,  tipo Deus entre nós.  Nem só pra mim, nem só pros meus, nem adiante ou atrás,  sabe...no centro, do nosso lado.  É,  assim,  que sinto a minha expressão de espiritualidade,  sabe. Ser católica é uma escolha afetiva,  nunca me deixei achar missão ou obrigação.  Eu sinto a louvação em relação à Maria,  como um legado que tenho entre eu e minha própria mãe- que já foi mais de década presidente na Legião de Maria na paróquia do bairro. Portanto,  me considero de dentro. E não tenho como identificar quem possa estar mais de fora, senão quem não compreende o amor como o melhor meio de praticar essa ou qualquer outra religião.