quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Quando a filosofia, as artes, a ciência, a racionalidade e a humanidade são consideradas erradas, não há mais referências. O obscurantismo se baseia na demonização de tudo isso.
Devemos tomar muito cuidado com os senhores em quem nos apoiamos. Newton já dizia "enxerguei mais longe porque me apoiei em ombros de gigantes". Os saberes são gigantes, não há um homem sequer que possa se autonomear gigante, senão já perdeu sua sabedoria. A maior virtude de quem é sábio é a humildade.
Quando olhar no espelho, se questione sobre os gigantes em que você está apoiado. Pode ser que a baixeza de sua humanidade lhe garanta poucos andares de escadas inseguras. Os gigantes estão na pequenez daquele que reconhece sua necessidade de saber. Se veja. Se mova. Se deixe saber. Logo seus olhos poderão alcançar um mundo que era improvável até o instante anterior. O saber nos mostra sua gigantesca força quando nos faz enxergar de longe a humanidade que nos identifica e nos unifica. Não há espaço para o saber onde não há humanidade de ser.
A idolatria que desde Moisés é temida consiste nesse sistema. Idolatrar um ser ou ideia como fosse a única possibilidade de verdade. A ciência sempre combateu essa forma de expressão cultural, foi a luta do renascentismo e o mote do iluminismo. Tudo quanto foi criado durante a era medieval sofreu com as sombras da adoração à monarquia aparelhada pela igreja. O absolutismo foi a tirania, o fascismo dessas eras. Nenhuma ciência vigorava, apenas o obscurantismo. Foram tempos difíceis para as mentes. Ainda são tempos difíceis para as mentes. Onde há idolatria, há demência e dormência da mente. Em geral, a arte foi sempre o refúgio da humanidade, do próprio humanismo. Ela será o nosso suporte, eu não duvido.