sexta-feira, 18 de setembro de 2020

rede de afeto

A rede de apoio... infelizmente não é a rede social... é quem vai entender que não precisamos de conselhos, muito menos de julgamentos... A quem tiver qualquer situação delicada de saúde mental, somente a compreensão MUITAS VEZES SILENCIOSA, só no olhar, no abraço e NO RESPEITO já faz parte da cura. 
Falar NÃO É NADA FÁCIL,  por isso psicólogos são profissionais responsáveis, sobretudo, POR ESCUTA, ACOLHIMENTO, CUIDADO E ACOMPANHAMENTO no processo de AUTOCONHECIMENTO.
MUUUUITAS vezes não é a pessoa quem precisa de cura, mas seu ambiente familiar, seu círculo afetivo (amores e amigos), sua cultura sobre ser o que se é,  sobre lugar de mulher e  lugar de amor.  
Drogas são resultado de transtornos, muitas vezes, evitáveis por um acolhimento afetivo não perfeito, mas atencioso. E não estou falando daquelas drogas que "querem liberar", estou falando de BEBIDA ALCOÓLICA usada ABUSIVAMENTE e celebrada nas redes sociais (do bem). Alcoolismo, substâncias psicoativas (até remédios para ansiedade,  insônia,  depressão) TUDO SE TORNA PERIGOSO quando é preciso ser cuidado e a mente repete a mesma ideia de ABANDONO.  
Entre tantas formas de desigualdades sociais, pobreza, ódio contra gays, lésbicas,  trans, racismo , PRECONCEITO com pessoas que possuem peculiaridades genéticas ou cognitivas, etc.
O cotidiano incentiva o sofrimento que parece não ter fim. Não seja mais uma pessoa que está no motivo de suicídio até de quem você ama.

fome

Por isso que entre a fome e a vontade de comer o abismo se chama capitalismo genocida.  Não se come mais o alimento, mas o símbolo que ele representa dentro da sociedade do espetáculo e da autoafirmação, o status quo do capital é a marca e não a necessidade. Então, quem precisa comer terá o que os alimentos simbólicos não dão. E quem se direciona para saciar a vontade de ser alguém que "come bem" também de fato nunca tem o anseio satisfeito. No mundo da satisfação como imagem (foto para ser curtido por exemplo), ninguém está de fato suficientemente satisfeito, todos temos fome, fomes diferentes e nenhuma é melhor do que a outra, mas há fomes que são mais urgentes. E o prato de comida sem um pouco de arroz e de feijão  não ganha nenhuma admiração.  Recebe invisibilidade e desprezo,  mas está na sombra do prato que transborda e deixa cair no chão.  A colonização da percepção humana da fome causa a desnutrição da humanidade, a banalização das mortes por miséria e a desumanização de quem não "pode" ter nem vontade de ser gente.