sexta-feira, 28 de setembro de 2018

É uma falta tão exagerada de um "pai" que a população se agarra nessas fantasias. É como se esse "super-herói" brabo e resistente representasse a própria fraqueza da população, que assim demonstra se sentir carente de autodefesa. Realmente, não temos uma autoproteção, não sabemos nos cuidar, falta-nos a capacidade de nos defender. Somos uma nação tão carente que se agarra nas pernas desses "salvadores da pátria". Eles sabem da nossa fraqueza, eles quem nos fizeram assim: povo carente, necessitado de si. O engano da nossa visão é a própria ironia no espelho. A gente se olha e não reflete sobre quem de fato somos. A nossa grandeza de povo está esvaziada pelo poder daqueles que nos querem fracos para que eles possam dominar tudo.
 o incrível é que padre Antônio Vieira (séc. XVII) já falava sobre isso. Em um sermão entitulado "Bom ladrão" ele exatamente afirma a lógica da teologia clássica sobre a justiça e é enfático "uma tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: - Lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos". Nossa "justiça" se comporta como há muitos séculos a concepção de "direito" se estabelece: ao que mais poder tiver, a segurança; ao que menos puder ter, a sentença. Uma estrutura de poder complexa e destrutiva, como diria Capitão Nascimento (Tropa de Elite) "O sistema é foda!". Foucault não conseguiu ser tão certeiro, em poucas palavras se resume o capitalismo.