A lição de casa que sempre volta com o professor é o famigerado legado. O que se ensina não é para si, nem para hoje, nem para agora, nem sequer para amanhã imediatamente. Se ensina como verbo intransitivo, não há complemento que seja suficiente. Em geral, o que foi aprendido talvez nem o professor imagina que ensinou. O que foi aprendido talvez nem o aluno sabe ao certo quem foi que colaborou para acontecer. É o tempo um fator determinante para que o ensinamento aconteça, mas ele muitas vezes apaga o endereço de onde o feito se originou. Ao professor, resta aprender todo dia a arte de esquecer de se questionar sobre o que de fato foi sua obra. Um dia ele encontrará ela diante de olhos humildes e serenos. Ser professor talvez seja a arte de esquecer de se colocar como o ensinador e conseguir enxergar no mundo um pouquinho de esperança. Esperança de que haverá frutos mesmo que não se possa provar seu gosto.
Se eu mergulho em mim, derramo amor...prazer... ódio... rupturas. Se eu te mergulho, deságuo em fúrias...feras...feridas...e amar. É sobre o encontro de mágoas às vezes, mas em um vigoroso oceano há sempre vida!
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
"Tudo dói.
Dói antes, durante e depois de sangrar.
Dói amar e ser amada por homens.
Dói na primeira vez e quando somos forçadas.
Dói pra parir, pra abortar e pra decidir entre os dois.
Dói sair na rua e ser um pedaço de carne.
Dói ficar em casa e se sentir sozinha no mundo.
Dói aos 18, aos 30 e aos 50.
Dói cada pêlo arrancado, cada quilo a mais, cada minuto na frente do espelho.
Dói ser gentil e engolir sapos.
Dói o soco, o insulto e a piada.
Dói a plástica, a academia e a dieta.
Dói ser 2, 3, 4 ou mais coisas ao mesmo tempo.
Dói no bolso, em casa, na rua e a vida inteira.
Dói ser bela, recatada e do lar.
Não dói ser mulher.
Dói tentar se encaixar nesse padrão impossível criado pelo machismo.
Dói tentar ser um mulher que nem sequer existe.
Mas tu não precisa sentir mais essa dor.
Tu é livre, mina.
Abrace suas irmãs e entenda a magnitude do ser feminino.
O nosso amor veio pra curar."
(Yasmin Bendito)
Dói antes, durante e depois de sangrar.
Dói amar e ser amada por homens.
Dói na primeira vez e quando somos forçadas.
Dói pra parir, pra abortar e pra decidir entre os dois.
Dói sair na rua e ser um pedaço de carne.
Dói ficar em casa e se sentir sozinha no mundo.
Dói aos 18, aos 30 e aos 50.
Dói cada pêlo arrancado, cada quilo a mais, cada minuto na frente do espelho.
Dói ser gentil e engolir sapos.
Dói o soco, o insulto e a piada.
Dói a plástica, a academia e a dieta.
Dói ser 2, 3, 4 ou mais coisas ao mesmo tempo.
Dói no bolso, em casa, na rua e a vida inteira.
Dói ser bela, recatada e do lar.
Não dói ser mulher.
Dói tentar se encaixar nesse padrão impossível criado pelo machismo.
Dói tentar ser um mulher que nem sequer existe.
Mas tu não precisa sentir mais essa dor.
Tu é livre, mina.
Abrace suas irmãs e entenda a magnitude do ser feminino.
O nosso amor veio pra curar."
(Yasmin Bendito)
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