segunda-feira, 6 de abril de 2020

Poxa, Úrsula, eu sei que você teve uma excelente intenção, mas não podemos ser ingênuos. A escola é o lugar onde o aprendizado mais complexo acontece. Não é sobre ouvir os conteúdos, sabe? É sobre ultrapassar os limites impostos pelas desigualdades sociais, pela ausência da garantia mínima de dignidade humana e por sermos seres históricos. A nossa "natureza" exige a socialização como modo complexo de saber, inclusive saber ser. Quando um aluno de uma escola particular assiste em sua residência a uma aula em vídeo, ou faz suas tarefas enviadas por meios remotos como whatsapp, e-mail e outros, de fato, essa criança poderá ter um maior aparato sociocultural que lhe garantirá melhor entendimento muitas vezes. E mesmo assim não estamos tratando aqui de realmente esse tipo de "ensino", que eu chamo de "subterfúgio de crise", garantir a continuidade de uma escolarização. Aprender não é ouvir, nem ver. Sou professora formada pela UFPA desde 2010, tenho experiências em tipos diferentes de ambientes de aprendizagem (escola privada, ONG's, escola pública, cursinho, preparatório pra concurso e rede de educação social). Hoje sou efetiva da Seduc daqui e já fui efetiva por 3 anos da Seduc do Maranhão. Então, quem lhe garante é uma professora. Se há algo que nós educadores sabemos é educação É MUITO MAIS DO QUE ISSO. Tal como já nos apontavam os mestres Paulo Freire e Rubem Alves, por exemplo. Mas somos muitos e temos uma luta sangrada há séculos nesse país (ao menos dois). Portanto, se quer construir uma visão de educação, estamos abertos! Conversem conosco! Queremos mesmo dialogar sempre. Essa é a nossa maior alegria. Ser professora é a minha dedicação quase exclusiva. Não deixo de ser professora nem sentada entre amigos. Estamos aqui para dialogar e aprender juntos.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA