segunda-feira, 19 de outubro de 2020

heteronormatividade

Isso nem é heterossexualidade compulsória, sabe. Esse conceito está fora dessa situação.  O nome disse é  heteronormatividade que eu chamo de compulsória,  isto é,  a lógica do dominador/ativo x dominado/passivo na prática do sistema e do que representa Estado como governo no patriarcado. Para essa lógica, se necessita de um ídolo redentor que salve da merda...tipo a Branca de Neve, a Bela e a Fera, o populismo, a lógica de Estado-nação, Pai ou Mãe que faz tudo pelo filho.  Essa ideia de dependência que não é nem sociológica, nem dialética,  mas escravização em prol de uma cultura de dominação/governo para supostamente  "organizar" a sociedade, está bem visível na epistemologia clássica (grega) em Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco ", um pai que ensina ao filho, ou na lógica do pastor, ou na lógica da cantiga de amor/amigo, ou nas novelas de cavalaria, satirizada pela poesia de Cervantes em Dom Quixote. É uma reprodução de uma pré-humanização proposital pela qual se dicotomiza, reparte em dois lados, se binariza o olhar para a vida, tem sempre o bem e o mal, o herói e o vilão,  a mocinha pra ser salva, o policial e o ladrão, o professor e o aluno, o marido e a mulher... infelizmente as tiranias desde o início da civilização sempre usaram desse dispositivo:  vulnerabilidade do ser humano. Dizer que há um leviatã...e torná-lo a via para o troféu do deus. Isso é o sistema machocêntrico milenar.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA