Eu sempre sei escrever sobre despedidas...
Eu vou olhar de longe ela casando, amando, sorrindo, gozando, gestando e criando o próprio mundo. Ela é dona de si. Os olhos dela vão longe, não é mais possível me alcançarem. Eu vou ver ela de longe e não importa quantos quilômetros me distanciarem. Os anos também se vão, mas nunca tão longe. Seu vestido branco, único em plena multidão será vestígio de sonhos que eu jamais presenciarei. Ela sorrindo depois de um belo banquete entre amigos, familiares e padrinhos. Serão muitas pessoas por perto e eu de bem distante dizendo sobre amores e ventos num barco à vela afastado do continente. Longínqua. Eu e a neblina que invadiu o dia. Será no meio da praia o casamento dela. Eu já vejo as flores derramando suas pétalas amarelas, vermelhas e brancas pelo tapete de areia. Será simplesmente lindo. E o mar a me levar por onde nenhum amor nunca esteve. Amar de uma lonjura infinita e valente. Perder para si mesmo vendo fantasmas e uma tempestade à sua frente é desgovernante. A quem já naufragou tantas vezes é hora de se propor ir mais longe. Que chegue aonde ninguém podia dizer que chegaria. Vá pra mais perto de si e de sua própria ilha. Leve a imagem dela na sua parede de fotos indeléveis. Por onde for mais breve a fuga e mais certa a partida. Não retorne de onde saiu um dia. Siga, enfrente a si e lembre dela naquele vestido de amor nascente. O sol já lhe dará um poente para se esquecer de si e das suas feridas. Amar é a cura. Amando há de se curar no fim. O tempo é a única parceria nessa viagem dura... Amargura? Demora em mim a braveza ácida do desarmar em desamor as minhas muralhas. Por baixo de tudo, ferida e sangue sal e água. Nenhuma rota perdura infinitamente. Velas soltas no mar apontam um porto em breve. E nenhuma dor encostará em terra.
Eu vou olhar de longe ela casando, amando, sorrindo, gozando, gestando e criando o próprio mundo. Ela é dona de si. Os olhos dela vão longe, não é mais possível me alcançarem. Eu vou ver ela de longe e não importa quantos quilômetros me distanciarem. Os anos também se vão, mas nunca tão longe. Seu vestido branco, único em plena multidão será vestígio de sonhos que eu jamais presenciarei. Ela sorrindo depois de um belo banquete entre amigos, familiares e padrinhos. Serão muitas pessoas por perto e eu de bem distante dizendo sobre amores e ventos num barco à vela afastado do continente. Longínqua. Eu e a neblina que invadiu o dia. Será no meio da praia o casamento dela. Eu já vejo as flores derramando suas pétalas amarelas, vermelhas e brancas pelo tapete de areia. Será simplesmente lindo. E o mar a me levar por onde nenhum amor nunca esteve. Amar de uma lonjura infinita e valente. Perder para si mesmo vendo fantasmas e uma tempestade à sua frente é desgovernante. A quem já naufragou tantas vezes é hora de se propor ir mais longe. Que chegue aonde ninguém podia dizer que chegaria. Vá pra mais perto de si e de sua própria ilha. Leve a imagem dela na sua parede de fotos indeléveis. Por onde for mais breve a fuga e mais certa a partida. Não retorne de onde saiu um dia. Siga, enfrente a si e lembre dela naquele vestido de amor nascente. O sol já lhe dará um poente para se esquecer de si e das suas feridas. Amar é a cura. Amando há de se curar no fim. O tempo é a única parceria nessa viagem dura... Amargura? Demora em mim a braveza ácida do desarmar em desamor as minhas muralhas. Por baixo de tudo, ferida e sangue sal e água. Nenhuma rota perdura infinitamente. Velas soltas no mar apontam um porto em breve. E nenhuma dor encostará em terra.
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA