terça-feira, 21 de abril de 2020

É triste demais perceber que, por sermos mulheres, somos condicionadas ao amor para o outro, pelo outro e nunca de si. É uma tormenta ser uma mulher que decidi amar a si mesma e seguir seu caminho sem até necessitar de um outro para quem devorar amor. Não digo que a solidão é o único caminho de felicidade, mas não é o monstro que pintam. E infelizmente acreditamos no que falam sobre esse monstro. Acreditamos que ser só é ser seca, ser amarga, ser inferior. Tenho certeza que muitas de nós está em uma condição familiar estritamente adoecedora por isso. Viu tentar explicar o que quero dizer com isso: muitas de nós convive dentro de suas famílias com obrigações absurdas que nos adoecem e não nos fornecem o mínimo de amor e cuidar. Isso é traumático. A maioria das mulheres se sente apenas obrigada a dar e nunca receber praticamente nada em troca. Acreditamos, primeiro, em uma falsa interpretação bíblica de que esse é o único sentido do verdadeiro amor. Mas o que me intriga mais nessa história toda é que os homens recebem muitos amor e não se sentem mal por isso. Não se sentem menos cristãos, há até os que justificam esse tipo egoico de relação interpessoal afetiva doentia, perversa mesmo. Há que se pensar ainda muito sobre as relações humanas em relação a vivência das mulheres. Somos o tempo todo exploradas e isso não é justo!

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA