Bárbara Vieira de Castro entendo o seu ponto de vista e discordo, não dele, mas de como isso se aplica ao vídeo. Note que ela quer que ele assuma a mentira, não por isso, mas porque faz parte desse lugar de "eu vou te acolher". No caso de um erro, se exige correção. Acolhimento é para os momentos de sofrimento, dor, desajustes emocionais e situações até fora do alcance da criança. Ele ter aberto a embalagem do presente realmente não é um erro desproporcional. Não é esse o erro que eu vejo na atitude da criança. O erro é ter descumprido o trato, a confiança que ele deve aprender a desenvolver não pode estar pautada somente em acolhimento e afago, porque senão perde o valor de referência social e passa a ser um álibi reforçador de carências morais e interpessoais importantes. Ele não assume a mentira, é somente levado a não ter como discordar, isso é diferente. Mesmo quando ele diz pra ela que não fará novamente, ele mente e logo se percebe rindo porque ela riu do acontecimento também. Ele está reproduzindo uma atitude confortável para ele. Isso não é no mínimo algo para se ver com cautela? Ele faz o que lhe agrada e para o seu próprio agrado não só por ser infantil, um menino ainda, mas faz por ser "acomodado" nesse tipo de relação que só promete bonificação em qualquer situação. Veja que ele já sabe o que há no presente, nem mais o presente lhe importa tanto. Se é bonito ver o presente na hora da surpresa compartilhada, por que privá-lo disso??? Qual o benefício real que ele tem ao descumprir o trato? A mãe lhe deu um afago que pode não ser o suficiente nos próximos desejos e que não será o suficiente para tudo. Então, por certo haverá frustrações maiores mais cedo ou mais tarde. Será nessas horas a mãe o lugar de aconchego??? Haverá esse lugar de aconchego sempre? Ele é criança e por isso deve ser acalentado pela fantasia de que vai sempre haver esse aconchego sobre frustrações e principalmente sobre erros e inconsequências da parte dele? Estou aqui pensando...eu considero uma ressalva pertinente nesses tempos de desejos inalcançáveis
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA