segunda-feira, 1 de maio de 2023

no dia do trabalho, indignação com a exploração da gente é só o que temos e nada a celebrar

No dia do trabalho, é obrigatório se reconhecer que TODOS os pensadores do século XIX estão radicalmente errados sobre o que disseram ser o resultado da "força de trabalho humana".
Enquanto muitos, incluindo o marxismo, defendem que o trabalho "produz riqueza ", que o fruto do trabalho do proletariado é a produção da riqueza, que o trabalhador produz riqueza; eu digo que para o século XXI (hoje) o que se produz é DOENÇA e LIXO.
Ou mudamos RADICALMENTE a visão antiquada, INADEQUADA para a contemporaneidade, em nossos discursos em prol de trabalhadoras e trabalhadores ou estamos condenando todas e todos à morte por exaustão. 
Infelizmente achar que "o que o trabalhador produz a ele pertence" realmente se tornou a sentença de morte da "classe operária ", porque nós operárias e operários somos de fato EXAURIDOS, ESMAGADOS e EXPLORADOS ATÉ A MORTE para gerar a fantasia, a ficção, de "lucro".
Não existe e NUNCA EXISTIU LUCRO! Acordem!
O que há de fato é o trabalhador (o oprimido) querendo e comprando - através da sua exploração e da sua exaustão- a fantasia que ele foi alienado a acreditar que é o tal do bem-estar. 
Não se produz riqueza nesse sistema, nessa forma de trabalho, nada é riqueza. Nada.
Tudo é doença e lixo.
Lixo tecnológico, lixo nos oceanos, lixo que comemos e lixo que nos tornamos.
Doença que gera vício por remédios, para se trabalhar o que fingimos que "vale".
Eu não me conformo com um salário mínimo declarado pelo governo Lula de R$1320,00 para que um trabalhador esteja HOJE, neste miserável feriado, trabalhando em um supermercado de algum fdp.
Isso é gerar riqueza para um país, trabalhador?
Quem enganou todos dizendo que trabalho produz riqueza estava também se enganando, viu. Não pensem que foram gênios os homens miseráveis que entenderam que o operário estava gerando riqueza para poucos.
Não é riqueza ter iPhone, morar em condomínio de luxo, ter o melhor hospital pra tratar câncer enquanto no mundo crianças passam fome agora, trabalhadores são VIOLENTAMENTE IMPEDIDOS DE ESTAREM COM SUAS FAMÍLIAS, PESSOAS NÃO PODEM DESFRUTAR DE UM PINGO DE LAZER E DESCANSO EM SUAS CASAS OU ONDE QUISEREM porque estão obrigadas, estão compulsoriamente levadas a trabalhar horas de desumanidade.
Eu não estou nem um pingo honrada, como trabalhadora da educação que sou, em um país neoliberal como o Brasil, com um governo que NÃO PENSA ATÉ AGORA EM REVOGAR A REFORMA TRABALHISTA QUE DESTRUIU e vai acabar com a qualidade de vida de milhares de pessoas.
A conta vai chegar. 
A porcaria da aposentadoria na hora da morte pode não chegar a tempo.
E hoje é de R$1320,00 a merda do salário de alguém que trabalhou mais horas do que seu corpo humano e sua mente podem de fato suportar.
A conta da violência doméstica, da cultura da violência simbólica, das violências estruturais só aumentam e temos que achar bonito aumentar pouquíssimos reais no SALÁRIO MÍNIMO. 
PARTIDOS QUE SEJAM DE TRABALHADORES vocês falham miseravelmente em aceitar que as pessoas estejam sendo esmagadas e moídas na máquina do capitalismo.  
Ou vocês dizem que é preciso repensar jornada de trabalho PARA TODOS OS TRABALHADORES NESSE PAÍS ou vocês estão ajudando a comprimir a nossa vida no suco de laranja do opressor.
Falhamos miseravelmente com a nossa população que precisa de dignidade de vida.
A vida de um ser humano não pode valer o valor do salário mínimo desse país.
Redução de carga horária geral ou vergonha nacional. É o que entendo como justiça social hoje no dia do trabalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA