quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

A tática do fascista é se espalhar... não há meios intransponíveis para o discurso...mas há uma forma de apagamento: invisibilização

Me desculpa, minha querida e aguerrida professora, eu não consigo compartilhar essas histórias plantadas pelo governo neofascista brasileiro porque há uma ambivalência na mensagem. Essa ambiguidade proposital não é compreendida por todos os que terão contato com a postagem. A ambivalência consiste na aparente solidariedade, que de fato é a maquiagem do populista fascista a fim de se colocar como "bom para a família brasileira". O que a mim, não me pega, não me faz nenhuma ilusão e sei que somos muitos. Sua crítica é clara. Porém, há os que estão vendados por alienação, os que estão subalternizados por "oportunidades" disponibilizadas (na pior feição do vender a alma ao diabo) e, ainda, há quem se filie. Os últimos costumam gozar de fama e prestígio quando, mesmo que para criticar, nosso compartilhamento se faz. É devastador. O seu papel é politicamente indispensável. O meu, por não querer dar nenhuma mídia ao desvario, é uma forma em teste também para fazer, na frente dos que vão desprezar, uma oportunidade de apagamento desse discurso ao menos em relação ao meu lugar de fala. É o que estou tentando fazer, por isso lhe justifico. Fico feliz por nos mostrar a face miserável dessa fascista, mas não compartilho para não aumentar a mídia dessa criatura que só de existir hoje nos feeds já causa gatilhos e mais adeptos, tal como descreveu Hannah Arendt. É a banalização do mal em engrenagem.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

O fascismo é uma fronteira intransponível para mim

o que é inacreditável é ele ser pastor evangélico em um momento em que a designação neopentecostal é pró-fascismo. Isso é, no mínimo, impactante. O fascismo é uma ideologia brutalmente misógina, além de genocida em todos os sentidos. A anti-hmanidade dessa frente ideológica que deveria ter sido SUCUMBIDA pela inteligência e pela evolução humana, nos garante que somos além de tudo monstros. Monstros contra mulheres e pessoas que se diferem das nossas causas. Então, não há uma retórica histórica de "ressocialização", há um aprofundamento vergonhoso ao qual esse FEMINICIDA se atrela por ser igual a ele.
manter ele preso, como se em prisão perpétua, realmente não há possibilidade. Porém, não se indignar frontalmente eu não consigo. Se pareço antidemocrática nessa forma de defender a posição contrária à hipocrisia, ainda acho mais empático da minha parte por eu ser feminista, por ter vivido em violência doméstica por grande parte da infância e da adolescência e por ter sofrido um atentado misógino traumático. Então, prefiro a aparente antítese democrática e me coloco do lado contrário ao fascismo...para mim, há limite para tudo.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Já está mais do que na hora de pessoas heteronormativas encararem sua máscara PATRIARCAL. Seja homem ou mulher cis, seja machista ou feminista radical (que não acolhe a identidade de gênero), seja quem quer que seja já está passando do tempo de se explodir o binarismo opressor menino e menina. Todos ficam chateados quando a boza damaris (com letras minúsculas porque é uma fascista e instrumento de fascismo) diz que menina veste rosa e menino veste azul...porque não querem ser "reduzidas" a isto ou àquilo. Mas na hora de compreender que aumentar a lista não muda nada, ou seja, que incluir isso ou aquilo em ser "verdadeiramente" mulher não muda a opressão só a mantém...ISSO NINGUÉM QUER, né bonita? Vamos melhorar! Vamos dar conta! Gênero é uma categoria social que merece ser discutida senão a nossa tão amada Simone de Beauvoir estaria errada em dizer afirmar um "segundo sexo", ou seja, uma hierarquia social OPRESSORA que diz que há os melhores (privilegiados) e há os outros relegados. Vamos parar de reproduzir machismo, misoginia e força do patriarcado no nosso heteronormativismo enrustido, inconsciente e igualmente opressor. Só para finalizar em par e em paz com o meu feminismo que amo tanto e defendo demais, vou terminar com as palavra da própria Simone "o opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos". É isso.

O FEMINICIDA sempre arruma um jeito de culpar a vítima e consegue! Ele é um monstro e deve ir pra cadeia

Notem que essa é a velha história do sujeito "passional" que se sente no direito de finalizar uma vida que ele acredita ser o dono. Ele pensa que é o dono dessa mulher, que ela é sua propriedade. Mulher não é propriedade de ninguém, muito menos de um ex cônjuge. Tanto esse tipo de caso se tornou comum dentro da visão machista doente, quanto a misoginia só foi sendo legitimada já que há muitas pessoas que há décadas acreditam que esse "sentimento" que o ASSASSINO FEMINICIDA tem é "amor doentio". A coisa doentia que essa VERME tem é a misoginia sustentação do machismo que só quer explorar, sugar, expor e violentar mulheres. Ele porque está vivo deve ter um final comum aos feminicidas como ele: ir a uma igreja arrumar outra VÍTIMA sob a tutela de gente "de bem", que acha normal matar mulheres por causa do desejo monstruoso de um homem assassino. Querem outro final comum para a história? Mulheres condenarem a memória de uma vítima à lama porque ela "ousou" se libertar de um potencial assassino. Ela sabia. Ela intuia. Ela estava sendo levada à morte e por alguns momentos acho que conseguiria se libertar sozinha, mas NINGUÉM A PROTEGEU, ninguém esteve REALMENTE DO LADO DELA e o "ÓDIO" A FÚRIA DESSE DEMÔNIO ASSASSINO DE MULHERES só aumentou. Todas as mulheres que morrem em esquinas do Brasil e do mundo TÊM SEUS SANGUES condenando a alma de muitas pessoas porque AJUDARAM A MATÁ-LAS. Quem ao invés de olhar para essa mulher como uma vítima decide lhe matar junto com o monstro misógino é tanto quanto ele ASSASSINO DE MULHERES. Essa foi mais uma vítima do machismo, da sua misoginia indispensável. Quanto à masculinidade "tóxica", EU NÃO LHE RECONHEÇO. Não há um homem adoecido, há uma sociedade adoecida em que as VÍTIMAS SOMOS NÓS. Infelizmente muitas que aqui vêm julgar e condenar a memória dessa vítima, serão antes do que pensem condenadas por um homem e seus mantenedores, seus patrocinadores, seus cúmplices. Cuidado. Agora mesmo outra mulher caiu na sua esquina, na sua casa, na rua perto de onde vc mora ou trabalha e A CULPA É SUA TAMBÉM por nunca lhe ter escutado. Esse ASSASSINO FEMINICIDA merece o inferno!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Conheça a maior obra distópica da história da literatura do Século XX

"Admirável Mundo Novo" é um deleite literário que , de tão clássico, transforma o mundo ficcional do livro em previsões assustadoramente atuais.

No prefácio escrito para uma edição lançada em 1946, Aldous Huxley diz que “Admirável Mundo Novo” é um livro sobre o futuro, não é um livro sobre o “avanço da ciência em si”, mas sobre em que medida esse avanço científico afeta os seres humanos.
Considerado um dos mais importantes romances distópicos já produzidos, “Admirável Mundo Novo” foi publicado em 1932 e apresenta uma série de discussões que são impossíveis de serem abordadas em poucas linhas, mas que geram fascinação em seus leitores.
Em seu primeiro parágrafo já somos inseridos em um mundo regido pelo controle, pelo desenvolvimento científico e pelo totalitarismo: “Um edifício cinzento e atarracado, de trinta e quatro andares apenas. Acima da entrada principal, as palavras Centro de Incubação e Condicionamento de Londres Central, e, num escudo, o lema do Estado Mundial: comunidade, identidade, estabilidade”, e nos damos conta de que para garantir que esse lema seja cumprido, os seres humanos são criados em laboratório, divididos em castas (Alfas, Betas, Gamas, Deltas e Ipsilons), conforme as funções sociais que desempenham, e tudo é rigidamente controlado. Não há a menor possibilidade de mobilidade de uma casta para outra e todos exercem fielmente o papel que cabe ao grupo ao qual pertencem.
Nesse mundo, as relações familiares não existem, o sexo é livre e naturalizado desde a infância, criando-se uma ideia de que “todos são de todos”, não existem compromissos ou vínculos afetivos entre parceiros, também não há doenças ou medo da morte, tudo é criado em laboratório em um processo que remete à linha de montagem fordista e Ford é justamente o grande “deus” que marcou esse modo de viver em sociedade.
A história se passa em “Londres Central”, no ano 632 depois de Ford, e tudo pertence ao Estado Mundial, o qual é responsável pela criação dos seres humanos em laboratório, pelo condicionamento desses novos seres através de um processo chamado hipnopedia, no qual as crianças aprendem preceitos morais através do sono e são submetidas a choques e traumas para que se mantenham afastadas daquilo de que não devem gostar.
Para o Estado Mundial, todos devem ser felizes, pois é isso que garante a estabilidade social. Não há mais guerras, fome, dor, todos sorriem o tempo todo e têm seus desejos de consumo satisfeitos e seus momentos de melancolia preenchidos pelo Soma, uma droga sem efeitos colaterais.
Ao longo do livro, no entanto, fica claro que esse mundo aparentemente perfeito era uma grande ilusão, a felicidade pregada pelo Estado Mundial era falsa, induzida, os sentimentos realmente humanos eram reprimidos e quem não se encaixava nesse sistema padronizado era considerado um Selvagem e vivia em uma Reserva distante de Londres Central.
E será através do que acontece nessa Reserva e do destino dos personagens Bernard Marx, Linda e John, que veremos que aquele mundo perfeito não era tão admirável quanto o Estado queria fazer acreditar. Aquela sociedade sustentável só existia porque era extremamente artificial e controlada, as pessoas eram condicionadas desde o nascimento de acordo com a casta à qual pertenciam e, assim, deveriam permanecer ao longo de toda a sua vida, sujeitando-se ao Estado e tendo seus instintos e emoções reprimidos desde o momento de sua concepção em laboratório.
Com “Admirável Mundo Novo”, Huxley nos mostra que viver em um mundo marcado pela manipulação genética, por intensa propaganda ideológica, pela proibição da literatura, da individualidade e do afeto, produz seres vazios, alienados e passivos, que só aceitam essa ordem social justamente porque foram manipulados de modo a acreditar que ela era a única estrutura social possível.

Texto - Adriana de Paula / Joel Paviotti

Ilustração - Anna Kaveh


  • Referências - nos comentários
Aproveitando o gancho do outro post: parem de dizer para as meninas que elas TÊM QUE ir ao ginecologista médico antes ou logo após iniciarem suas vidas sexuais, por motivos de:

1) ninguém leva os meninos no urologista (apesar de serem os ómis que precisam de campanha para lavar adequadamente suas partes).
2) converse com mulheres de 20-30 anos com acesso a serviços de saúde e você ficará impressionada com a quantidade de meninas que foram levadas com idades entre 5-15 anos no GO para investigar "corrimentos" que nada mais eram que fluidos normais ou para investigar cólicas ou alterações menstruais que nada mais eram do que esperadas para a fase e saíram de lá com pedidos de exames invasivos e prescrição de anticoncepcionais hormonais e tratamentos desnecessários e constrangedores.
3) discutir anticoncepcional com um GO mediano no mundo atual significa sair do consultório com prescrição de hormônios (levanta a mão quem tomou D*ane na mais tenra idade e permaneceu com ele às vezes por décadas) sem ter qualquer orientação sobre outras alternativas.
4) Vida sexual não é problema médico, não é doença, não requer aval profissional, salvo existam queixas ou questões de fato médicas envolvidas.
5) Se for levar uma menina ou adolescente ao médico por essas razões, investigue antes qual a abordagem do profissional sobre o tema, que tipo de orientação dá, como trata as questões envolvendo sexualidade, se sabe lidar com as diferentes nuances da sexualidade e do gênero e assim por diante. Algumas sandices frequentemente ditas em consultórios médicos podem gerar marcas profundas na vida de mulheres e meninas.
6) Saiba que muitas vezes uma enfermeira ou parteira (obstetriz ou enfermeira obstetra) e também uma médica de família têm muito mais condições de dar orientações e prestar cuidado não medicalizante sobre esses temas do que a maioria dos ginecos.

Sexo não é doença.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Sabe, querida, a simplicidade da lógica da vida. Nada na vida é por acaso. A vida tem sua gramática que transmite o sentido exato. Possui a matemática perfeita que garante a cada equação específica um resultado preciso. A vida tem nas leis da física seus mandamentos inequívocos, não há onda que se desfaça antes de chegar ao cume. Da mesma sorte, a vida tem arte. A arte da vida é a nossa maior aliada, a partir dela vivemos e somos em plenitude. Te vejo tão plena sendo quem és. Nenhum fio de cabelo está fora do lugar ao te olhar e ver que é humano ser quem se é. Sua deusa.
Melhor fase da vida adulta é quando vc aprende a fazer mesa redonda consigo mesma quando surta.

Senti ciúmes?
Eu: Que isssso Amaaaada? Lhe pertence pra tá surtando desse jeito?

Senti raiva?
Eu: Eeeeei, respira e vai dar uma volta. Falar qualquer coisa dá merda.

Senti carência?
Eu: Você é um mulherão da porra, vai ocupar a mente.

Senti mogoada?
Eu: Esquece essa porra, corta relação e segue o baile. 

Senti rejeitada?
Eu: A pessoa tem todo o direito de sair sem se justificar e não depende de vc. Acalma o coração.

Ressignificar as crises é a melhor coisa do mundo. As vezes a gente não precisa de conselhos externos, basta sentar e se ouvir um pouco ❣️

sábado, 4 de janeiro de 2020

Caio Fernando Abreu e outros vícios e virtudes da literatura. Feliz 2020

(...) Nada, você não entende nada. Dama da noite. todos me chamam e nem sabem que durmo o dia inteiro. Não suporto: luz, também nunca tenho nada pra fazer - o quê? Umas rendas aí. É, macetes. Não dou detalhe, adianta insistir. Mutreta, trambique, muamba. Já falei: não adianta insistir, boy . Aprendi que, se eu der detalhe, você vai sacar que tenho grana e se eu tenho grana você vai querer foder comigo só porque eu tenho grana. E acontece que eu ainda sou babaca, pateta e ridícula o suficiente para estar procurando O verdadeiro amor. Pára de rir, senão te jogo já este copo na cara. Pago o copo, a bebida. Pago o estrago e até o bar, se ficar a fim de quebrar tudo. Se eu tô tesuda e você anda duro e eu precisar de cacete, compro o teu, pago o teu. Quanto custa? Me dil que eu pago. Pago bebida, comida, dormida. E pago foda também, se for preciso. (...)

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

— Você me ama? Perguntou Alice.
— Não, não te amo! Respondeu o Coelho Branco.
Alice franziu a testa e juntou as mãos como fazia sempre que se sentia ferida.
—Vês? Retorquiu o Coelho Branco.

Agora vais começar a perguntar-te o que te torna tão imperfeita e o que fizeste de mal para que eu não consiga amar-te pelo menos um pouco.

Sabes, é por esta razão que não te posso amar. Nem sempre serás amada Alice, haverá dias em que os outros estarão cansados e aborrecidos com a vida, terão a cabeça nas nuvens e irão magoar-te.

Porque as pessoas são assim, de algum modo sempre acabam por ferir os sentimentos uns dos outros, seja por descuido, incompreensão ou conflitos consigo mesmos.

Se tu não te amares, ao menos um pouco, se não crias uma couraça de amor próprio e de felicidade ao redor do teu Coração, os débeis dissabores causados pelos outros tornar-se-ão letais e destruir-te-ão.

A primeira vez que te vi fiz um pacto comigo mesmo: "Evitarei amar-te até aprenderes a amar-te a ti mesma!"

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

- tô querendo uma experiência... atravessa uma mulher dessa na minha vida...me empurra...que uma mulher dessa só quer humilha