quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

A tática do fascista é se espalhar... não há meios intransponíveis para o discurso...mas há uma forma de apagamento: invisibilização

Me desculpa, minha querida e aguerrida professora, eu não consigo compartilhar essas histórias plantadas pelo governo neofascista brasileiro porque há uma ambivalência na mensagem. Essa ambiguidade proposital não é compreendida por todos os que terão contato com a postagem. A ambivalência consiste na aparente solidariedade, que de fato é a maquiagem do populista fascista a fim de se colocar como "bom para a família brasileira". O que a mim, não me pega, não me faz nenhuma ilusão e sei que somos muitos. Sua crítica é clara. Porém, há os que estão vendados por alienação, os que estão subalternizados por "oportunidades" disponibilizadas (na pior feição do vender a alma ao diabo) e, ainda, há quem se filie. Os últimos costumam gozar de fama e prestígio quando, mesmo que para criticar, nosso compartilhamento se faz. É devastador. O seu papel é politicamente indispensável. O meu, por não querer dar nenhuma mídia ao desvario, é uma forma em teste também para fazer, na frente dos que vão desprezar, uma oportunidade de apagamento desse discurso ao menos em relação ao meu lugar de fala. É o que estou tentando fazer, por isso lhe justifico. Fico feliz por nos mostrar a face miserável dessa fascista, mas não compartilho para não aumentar a mídia dessa criatura que só de existir hoje nos feeds já causa gatilhos e mais adeptos, tal como descreveu Hannah Arendt. É a banalização do mal em engrenagem.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA