segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Eu li uma vez em artigo de um historiador, desses que estão fora de moda no Brasil, que o nosso país é das contradições gigantescas. Monarquia que faz  independência  ao império; Império que faz golpe e instaura a república; república que faz golpe militarista; operário que faz modernização do sistema liberal ultrapassado para a democracia neoliberal mais contemporânea possível. Aqui a surpresa não acaba. Mas fico feliz da vida de ver, essa radicalidade da nossa esquerda sendo jovial e contemporânea! Boulos representa a nossa diversidade faraônica. Somos contraditoriamente um país de surpresas! Enquanto todos esperaram de Ciro a luta democrática, mesmo que fosse apenas por uma reverência ao criador do partido que lhe acolhe Brizola; somos surpreendidos por um radical de esquerda fazendo o aceno livre pela democracia plena! Meu presidente seria Boulos, votei sem medo de ser feliz e livre!

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Esse caos é o efeito mesmo que eles querem. Quanto maior a dor, o sofrimento e a angústia gerada mais eles crescem. Eles se alimentam da nossa dor e nós jamais somos culpados por de certa forma sermos suas presas. Ao contrário, sonos na mesma medida o veneno. Uma pessoa que sofre ao ver tanto horror e desumanidade, só pode ser totalmente contra essa forma de poder e por isso é sua oposição. O que enfraquece esse mal é quando nós o DESPREZAMOS. DEVEMOS DESPREZAR ESSE IMPRESTÁVEL! A luta agora é para apagar ele da mente das pessoas e só faremos isso falando, fazendo e reverberando outras coisas e outras energias. Tire ele da sua vida. Se purifique . Purifique a sua família. Pense, fale e reverbere outra coisa . Não se deixe dominar por esse mal, que eles querem exatamente é serem os senhores das nossas mentes. E não serão!

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Um trecho do sensacional e fundamental "Introdução à vida não fascista" do Foucault:

Essa arte de viver contrária a todas as formas de fascismo, estejam elas já instaladas ou próximas de sê-lo, é acompanhada de certo número de princípios essenciais, que resumirei como segue, se eu devesse fazer desse grande livro um manual ou um guia da vida cotidiana:
 • Liberem a ação política de toda forma de paranóia unitária e totalizante.
• Façam crescer a ação, o pensamento e os desejos por proliferação, justaposição e disjunção, e não por subdivisão e hierarquização piramidal.
 • Livrem-se das velhas categorias do Negativo (a lei, o limite, as castrações, a falta, a lacuna) que por tanto tempo o pensamento ocidental considerou sagradas, enquanto forma de poder e modo de acesso à realidade. Prefiram o que é positivo e múltiplo, a diferença à uniformidade, os fluxos às unidades, os agenciamentos móveis aos sistemas. Considerem que o que é produtivo não é sedentário, mas nômade.
 • Não imaginem que seja preciso ser triste para ser militante, mesmo se o que se combate é abominável. É a ligação do desejo com a realidade (e não sua fuga nas formas da representação) que possui uma força revolucionária.
 • Não utilizem o pensamento para dar a uma prática política um valor de Verdade; nem a ação política para desacreditar um pensamento, como se ele não passasse de pura especulação. Utilizem a prática política como um intensificador do pensamento, e a análise como multiplicador das formas e dos domínios de intervenção da ação política.
 • Não exijam da política que ela restabeleça os “direitos” do indivíduo tal como a filosofia os definiu. O indivíduo é produto do poder. O que é preciso é “desindividualizar” pela multiplicação e o deslocamento, o agenciamento de combinações diferentes. O grupo não deve ser o liame orgânico que une indivíduos hierarquizados, mas um constante gerador de “desindividualização”.
 • Não se apaixonem pelo poder.
Minha amiga, o silêncio do corpo é a dormência da mente. Os antigos gregos diriam "mente sã, corpo são", em igual proporcionalidade. Nem uma medida de consequência será deixada para trás. Os que apoiam com medo e pensam "estamos seguros", se enganam. Uma cadela raivosa e faminta não escolhe sua comida. Quem de longe enxerga o cheiro de sangue e se afasta - está em perigo, mas se protege. Quem de perto cheira e consome os restos, não sabe a hora que os olhos que lhe enxergam são a bocarra que lhe dilacera.
Reduzir a maioridade penal é dar a autorização institucional do Estado matar os pobres e negros ainda mais cedo. O extermínio da nossa juventude negra é um péssimo sinal de que, o que o Estado não dá conta, ele elimina. Elimina jogando para baixo do tapete, para 7 palmos do chão. Um Estado sádico, tirano e desumano. Esse é o Estado neoliberal. O mesmo que "deu certo" em vários lugares do mundo é só fazer um "comparação espontânea" com o socialismo radical  "pra vc ver". Eric Hobsbawm não seria tão radical: "Ambas as tentativas de viver à altura dessa lógica totalmente binária dessas definições de 'capitalismo' e 'socialismo' faliram". E nós ainda buscando agulha no palheiro. Esse Estado tirano é o que não combina humano e produção porque só pensa na lucratividade e na produtividade. Ser um estado democrático antes e tudo no século XXI será superar a tensão entre gente e suas criaturas. Superar o desequilíbrio entre ter e ser. Conduzir o bem comum em direção ao bem das pessoas e não das suas criaturas, como o mercado. As pessoas, enfim, devem estar acima de qualquer outro "bem" social. Quando pensamos mais no celular roubado do que no menor que o roubou, não pensamos como pessoas. Pensamos como parentes de objetos pelos quais vivemos, trabalhamos condenadamente e por quem morremos ou matamos. E essa humanidade é triste.

sábado, 20 de outubro de 2018

O legado do patriarcado é a psicopatia! Sério, além de ver gente se fingindo de "contra a corrupção", mas declarando que queria ver morte ...de leve...ainda temos que ver gente alucinada reverberando suas fantasias. O que querem os loucos? Eu diria que mais sanidade aos "doutos". Ironicamente, a loucura é mais sã em tempos extremos e a "sanidade" aparente é só um jeito falho de esconder a irracionalidade dos sentidos.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Falem-nos sobre remediar. Nós queremos muito ouvir! Qual é o remédio e, antes de tudo, qual a doença? Sintomas estão esparsos. Efeitos se espraiam. Nesse caos democrático, vivenciando por todo o mundo em que esse sistema é vigente, há problemas difusos. Tudo o que fazemos é lançar mão de mecanismos operantes na teoria contemporânea. E eu pergunto: como vc se aparelha para analisar essa problemática? Quais seus preceitos? A metodologia é a alma da resposta científica.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Quando a filosofia, as artes, a ciência, a racionalidade e a humanidade são consideradas erradas, não há mais referências. O obscurantismo se baseia na demonização de tudo isso.
Devemos tomar muito cuidado com os senhores em quem nos apoiamos. Newton já dizia "enxerguei mais longe porque me apoiei em ombros de gigantes". Os saberes são gigantes, não há um homem sequer que possa se autonomear gigante, senão já perdeu sua sabedoria. A maior virtude de quem é sábio é a humildade.
Quando olhar no espelho, se questione sobre os gigantes em que você está apoiado. Pode ser que a baixeza de sua humanidade lhe garanta poucos andares de escadas inseguras. Os gigantes estão na pequenez daquele que reconhece sua necessidade de saber. Se veja. Se mova. Se deixe saber. Logo seus olhos poderão alcançar um mundo que era improvável até o instante anterior. O saber nos mostra sua gigantesca força quando nos faz enxergar de longe a humanidade que nos identifica e nos unifica. Não há espaço para o saber onde não há humanidade de ser.
A idolatria que desde Moisés é temida consiste nesse sistema. Idolatrar um ser ou ideia como fosse a única possibilidade de verdade. A ciência sempre combateu essa forma de expressão cultural, foi a luta do renascentismo e o mote do iluminismo. Tudo quanto foi criado durante a era medieval sofreu com as sombras da adoração à monarquia aparelhada pela igreja. O absolutismo foi a tirania, o fascismo dessas eras. Nenhuma ciência vigorava, apenas o obscurantismo. Foram tempos difíceis para as mentes. Ainda são tempos difíceis para as mentes. Onde há idolatria, há demência e dormência da mente. Em geral, a arte foi sempre o refúgio da humanidade, do próprio humanismo. Ela será o nosso suporte, eu não duvido.

sábado, 13 de outubro de 2018

É depressor esse sistema! Fico impressionada como pessoas que conheço desde a infância, que sempre foram educadas para aniquilar outras; que sempre foram adeptas do dar porrada para calar a boca do fulano; que embora tivesse boas notas na escola era sempre fã da pancadaria generalizada e das piores práticas como aluno em escolas "militaristas"; acho incrível como essas pessoas dizem que "só vão votar no coiso porque odeio o PT". Eu vejo de longe a covardia dessa gente. Quero ver maninho correndo quando enfrentar o sistema que ele pensa que o protegerá. A covardia dessa gente é farejada a léguas. Há uma cadela raivosa e faminta na espreita. Se eu sou contra ela, eu reconheço suas pegadas. Se alguém for um covarde/comensal que se esconde atrás dela para ver o sangue jorrar, eu te pergunto: quem ela vai matar primeiro? É uma simples lógica.
Está escrito não idolatrarás outros deuses, e mesmo assim o pastor, o candidato à presidência parecem verdadeiros deuses defendidos e idolatrados, louvados e adorados por seus fiéis seguidores. O segundo mandamento é claro sobre quem idolatrar outros deuses. Jesus como é um fiel a lei de Moisés diz na porta do grande templo em Jerusalém aos fariseus "dai a César o que é de Cesar e dai a Deus o que é de Deus". Além do mais, nunca houve uma "abolição" do furto na "lei" de Jesus, como fiel aos eternos ensinamentos antigos, ele garante a lei quando condena um ladrão ruim, embora perdoe o outro, o ladrão bom. O que salva o ladrão bom, segundo padre Antônio Vieira, é a restituição dos bens. Aquele que restituir o que furtar em sua totalidade será digno de perdão, conforme manda a lei de Moisés. É preciso ler e interpretar, porque só decorar trechos da bíblia não salva ninguém!

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Sua tia não é fascista, ela está sendo manipulada

 Você se pergunta como um candidato com tão poucas qualidades e com tantos defeitos pode conseguir o apoio quase que incondicional de grande parte da população?

 Você já tentou argumentar racionalmente com os eleitores deles, mas parece que eles estão absolutamente decididos e te tratam imediatamente como inimigo no mais leve aceno de contrariedade?

 Até sua tia, que sempre foi fofa com você, agora ataca seus posts sobre política no facebook?

 Pois bem, vou contar uma história.

 O principal nome dessa história é um sujeito chamado Steve Bannon. Bannon tinha uma visão de extrema direita nacionalista. Ele tinha um site no qual expressava seus pontos de vista que flertavam com o machismo, com a homofobia, com a xenofobia, etc. Porém, o site tinha pouca visibilidade e seu sonho era que suas ideias se espalhassem com mais força no mundo.

 Para isso, Bannon contratou uma empresa chamada Cambridge Analytica. Essa empresa conseguiu dados do facebook de milhões de contas de perfis por todo mundo. Todo tipo de dado acumulado pelo facebook: curtidas, comentários, mensagens privadas. De posse desses dados e utilizando algoritmos, essa empresa poderia traçar perfis psicológicos detalhados dos indivíduos.

 Tais perfis seriam então utilizados para verificar quais indivíduos estariam mais predispostos a receber as mensagens: aqueles com disposição de acreditar em teorias conspiratórias sobre o governo, por exemplo, ou que apresentavam algum sentimento de contrariedade difuso ao cenário político atual.

  A estratégia seria fazer com que esse indivíduo suscetível a essas mensagens mudasse seu comportamento, se radicalizasse. Como as pessoas passaram a receber as notícias e a perceber o mundo principalmente através das redes sociais, não é difícil manipular essas informações. Se você pode controlar as informações a que uma pessoa tem acesso, você pode controlar a maneira com que ela percebe o mundo e, com isso, pode influenciar a maneira como se comporta e age.

 Posts no facebook podem te fazer mais feliz ou triste, com raiva ou com medo. E os algoritmos sabem identificar as mudanças no seu comportamento pela análise dos padrões das suas postagens, curtidas, comentários.

 Assim, indivíduos com perfis de direita e seu tradicional discurso “não gosto de impostos” foram radicalizados para perfis paranóicos em relação ao governo e a determinados grupos sociais. A manipulação poderia ser feita, por exemplo, através do medo: “o governo quer tirar suas armas”. Esse tipo de mensagem estimula um sentimento de impotência e de não ser capaz de se defender. Estimula também um sentimento de “somos nós contra eles”, o que fecha a pessoa para argumentos racionais.

 Sites e blogs foram fabricados com notícias falsas para bombardear diretamente as pessoas influenciáveis a esse tipo de mensagem. Além disso, foi explorado também um sentimento anti-establishment, anti-mídia tradicional e anti “tudo isso que está aí”. Quando as pessoas recebiam várias notícias de forma direta, e não viam essas notícias repercutirem na grande mídia, chegavam à conclusão de que a grande mídia mente e esconde a verdade que eles tem.

 Se antes a mídia tradicional podia manipular a população, a manipulação teria que ser feita abertamente, aos olhos de todos. Agora, todos temos telas privadas que nos mandam mensagens diretamente. Ninguém sabe que tipo de informação a pessoa do lado está recebendo ou quais mensagens estão construindo sua percepção de realidade.

 Com esse poder nas mãos, Bannon conseguiu popularizar a alt right (movimento de extrema direita americana) entre os jovens, que resultou nos protestos  “unite de right” no ano passado em Charlottesville, Virgínia que tiveram a participação de supremacistas brancos. Bannon trabalhou na campanha presidencial de Donald Trump e foi estrategista de seu governo. A Cambridge Analytica trabalhou também no referendo do Brexit, que foi vencido principalmente por argumentos originados de fakenews.

 Quando a manipulação veio à tona, Mark Zuckerberg foi chamado ao senado americano para depor. Pra quem entendeu o que houve, ficou claro que a democracia da nação mais importante do mundo havia sido hackeada. Mas os congressistas pouco entendimento tinham de mídia social; e quem estaria disposto a admitir que a democracia pode ser hackeada através da manipulação dos indivíduos?

 Zuckerberg estava apenas pensando em estabelecer um modelo de negócios lucrativo com a venda de anúncios direcionados. A coleta de dados e a avaliação de perfil psicológico das pessoas tinham a intenção “inocente” de fazer as pessoas clicarem em anúncios pagos. Era apenas um modelo de negócios. Mas esse mesmo instrumento pode ser usado com finalidade política.

 Ele se deu conta disso e sabia que as eleições brasileiras podiam estar em risco também. Somos uma das maiores democracias do mundo. O facebook tomou medidas ativas para evitar que as campanhas de desinformação e manipulações ocorressem em sua rede social. Muitas contas fake e páginas que compartilhavam informações falsas foram retiradas do facebook no período que antecede as eleições.

 Mas não contavam com a capilarização e a popularização dos grupos de whatsapp. Whatsapp é um aplicativo de mensagens diretas entre indivíduos; por isso, não pode ser monitorado externamente. Não há como regular as fakenews, portanto. Fazer um perfil fake no whatsapp também é bem mais fácil que em outras redes sociais e mais difícil de ser detectado.

 Lembram do Steve Bannon, que sonhou com o retorno de uma extrema direita nacionalista forte mundialmente? Que tinha ideias que são classificadas como anti minorias, racistas e homofóbicas? E que usou um sentimento difuso anti “tudo que está aí”, e um medo de os homens se sentirem indefesos para conquistar adeptos?

 Pois bem, ele se encontrou em agosto com Eduardo Bolsonaro. Bolsonaro disse que o Bannon apoiaria a campanha do seu pai com suporte e “dicas de internet”, essas coisas. Bannon é agora um “consultor eventual” da campanha. Era o candidato ideal pra ele, por compartilhava suas ideias, no cenário ideal: um país passando por uma grave crise econômica com a população desiludida com a sua classe política.

 Logo depois de manifestações de mulheres nas ruas de todo o Brasil e do mundo contra Bolsonaro, o apoio do candidato subiu, entre o público feminino, de 18 para 24 por cento. Um aumento de 6 pontos depois de grande parte das mulheres se unir para demonstrar sua insatisfação com o candidato.

 Isso acontece porque, de um lado, a grande mídia simplesmente ignorou as manifestações e, por outro, houve um ataque preciso às manifestações através dos grupos de whatsapp pró-Bolsonaro. Vídeos foram editados com cenas de outras manifestações, com mulheres mostrando os seios ou quebrando imagens sacras, mas utilizadas dessa vez para desmoralizar o movimento #elenão entre as mais conservadoras.

 Além disso, Eduardo Bolsonaro veio a público logo após a manifestação e declarou: “As mulheres de direita são mais bonitas que as de esquerda. Elas não mostram os peitos e nem defecam nas ruas. As mulheres de direita têm mais higiene.” Essa declaração pode parece pueril ou simplesmente estúpida mas é feita sob medida para estimular um sentimento de repulsa para com o “outro lado”.

Isso não é nenhuma novidade. A máquina de propaganda do nazismo alemão associava os judeus a ratos. O discurso era que os judeus estavam infestando as cidades alemãs como os ratos. Esse é um discurso que associa o sentimento de repulsa e nojo a uma determinada população, o que faz com que o indivíduo queira se identificar com o lado “limpo” da história. Daí os 6 por cento das mulheres que passaram a se identificar com o Bolsonaro.

 Agora é possível compreender porque é tão difícil usar argumentos racionais para dialogar com um eleitor do Bolsonaro? Agora você se dá conta do nível de manipulação emocional a que seus amigos e familiares estão expostos? Então a pergunta é: “o que fazer?”

 Não adiante confrontá-los e acusá-los de massa de manobra. Isso só vai fazer com que eles se fechem e classifiquem você como um inimigo “do outro lado”. Ser chamado de manipulado pode ser interpretado como ser chamado de burro, o que só vai gerar uma troca de insultos improdutiva.

 Tenha empatia. Essas pessoas não são tolas ou malvadas; elas estão tendo suas emoções manipuladas e estão submetidas a uma percepção da realidade bastante diferente da sua.

Tente trazê-las aos poucos para a razão. Não ofereça seus argumentos racionais logo de cara, eles não vão funcionar com essas pessoas. A única maneira de mudar seu pensamento é fazer com que tais pessoas percebam sozinhas que não há argumentos que fundamentem suas crenças e as notícias veiculadas de maneira falsa.

 Isso só pode ser feito com uma grande dose de paciência e de escuta. Peça para que a pessoa defenda racionalmente suas decisões políticas. Esteja aberto para ouvi-la, mas continue sempre perguntando mais e mais, até ela perceber que chegou num ponto em que não tem argumentos para responder.

 Pergunte, por exemplo: “Por que você decidiu por esse candidato? Por que você acha que ele vai mudar as coisas? Você acha que ele está preparado? Você conhece as propostas dele? Conhece o histórico dele como político? Quais realizações ele fez antes que você aprova?”

 Em muitos casos, a pessoa tentará mudar o discurso para falar mal de um outro partido ou do movimento feminista. Tal estratégia é esperada porque eles foram programados para achar que isso representa “o outro lado”, os inimigos a combater.

Nesse caso, o caminho continua o mesmo: tentar trazer a pessoa para sua própria razão: “Por que você acha que esse partido é tão ruim assim? Sua vida melhorou ou piorou quando esse partido estava no poder? Como você conhece o movimento feminista? Você já participou de alguma reunião feminista ou conhece alguém envolvido nessa luta?”

 Se perceber que a pessoa não está pronta para debater, simplesmente retire-se da discussão. Não agrida ou nem ofenda, comportamento que radicalizaria o pensamento de “somos nós contra eles”. Tenha em mente que os discursos que essa pessoa acredita foram incutidos nela de maneira que houvesse uma verdadeira identificação emocional, se tornando uma espécie de segunda identidade. Não é de uma hora pra outra que se muda algo assim.

 Duas das mais importantes democracias do mundo já foram hackeadas utilizando tais técnicas de manipulação. O alvo atual é o nosso país, com uma das mais importantes democracias do mundo. Não vamos deixar que essas forças nos joguem uns contra os outros, rasgando nosso tecido social de uma maneira irrecuperável.

  P.S.: Por favor, pesquise extensamente sobre todo e qualquer assunto que expus aqui, e sobre o qual você esteja em dúvida. Não sou de nenhum partido. Sou filósofo e, como filósofo, me interesso pela verdade, pela ética e pelo verdadeiro debate de ideias.

A arte é o nosso maior sentido. O corpo humano só existe enquanto se sente pela arte.

Eles não são imbecis, ELES SÃO PERVERSOS. Há muitos perversos fora do armário que se aproveitaram da "onda" para satisfazerem seus desejos irracionais. Não há racionalidade é puro gozo incubado. Eles se aprazem com o esvaziamento do outro, com sua desumanização, com seu pagamento. São muitos sim e derrubam ao chão qualquer esforço humanitário. Claro que há quem seja absolutamente neurótico e medroso por isso. Por pura fraqueza, há os que se filiam por medo achando que podem estar salvos de baixo das asas de um dragão desses. Nosso maior inimigo é o vazio de humanidade, a desumanização pensada por Saramago, por Freud, por Nietzsche e por tantos e tantos outros. Somos uma imitação de máquinas que já não sabe sublimar. A arte não tem mais sentido para muitos porque eles perderam a percepção, a sensibilidade estética profundamente humana. Como revogar esse caos? Sensibilizar! Que trabalho platônico teremos pela frente! Que trabalho titânico! Será um tempo, embora a democracia vença temporariamente, de lutas diárias. Esmorecer, jamais! Mas que a arte nos comova e nos liberte desse mal durante esse tempo. A maior perda sem dúvida é se tornar um deles, como diria Darcy Ribeiro.