terça-feira, 23 de outubro de 2018

Reduzir a maioridade penal é dar a autorização institucional do Estado matar os pobres e negros ainda mais cedo. O extermínio da nossa juventude negra é um péssimo sinal de que, o que o Estado não dá conta, ele elimina. Elimina jogando para baixo do tapete, para 7 palmos do chão. Um Estado sádico, tirano e desumano. Esse é o Estado neoliberal. O mesmo que "deu certo" em vários lugares do mundo é só fazer um "comparação espontânea" com o socialismo radical  "pra vc ver". Eric Hobsbawm não seria tão radical: "Ambas as tentativas de viver à altura dessa lógica totalmente binária dessas definições de 'capitalismo' e 'socialismo' faliram". E nós ainda buscando agulha no palheiro. Esse Estado tirano é o que não combina humano e produção porque só pensa na lucratividade e na produtividade. Ser um estado democrático antes e tudo no século XXI será superar a tensão entre gente e suas criaturas. Superar o desequilíbrio entre ter e ser. Conduzir o bem comum em direção ao bem das pessoas e não das suas criaturas, como o mercado. As pessoas, enfim, devem estar acima de qualquer outro "bem" social. Quando pensamos mais no celular roubado do que no menor que o roubou, não pensamos como pessoas. Pensamos como parentes de objetos pelos quais vivemos, trabalhamos condenadamente e por quem morremos ou matamos. E essa humanidade é triste.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA