sábado, 23 de setembro de 2023

reflexões para o séc 21

Perguntas pra se fazer no íntimo.
Será que meus valores são meus mesmo, escolhidos por mim, ou são valores impostos, induzidos na minha mente, por um modelo de ensino "de mercado" e o controle da comunicação por empresas?
Será que o que eu quero da vida fui eu mesmo que quis, ou fui induzido, condicionado, dentro do "que se espera de mim"?
Será que vejo o mundo com os meus próprios olhos, ou através das lentes distorcedoras que foram postas na minha cara desde que sou criança?
A humanidade tem milênios sem conta, mas uma vida são apenas algumas décadas, duas, três, cinco, sete, nove ou dez, quando se tem "sorte". O que fazer com esse tempo que temos de passagem por aqui? Assim como é certo que entramos aqui pelo nascimento, é certo que vamos sair pela morte.
Morte não é desgraça ou infelicidade, morte é conseqüência de nascer. Simples assim. Seja planta, bicho ou gente, tudo que nasce, morre. É da natureza, cada um a seu tempo. Tem os que vão cedo, e são muitos, tem os que vão tarde, e são poucos. A maioria vai pelo caminho, não chega nem na velhice. Comprovei isso nas pesquisas que fiz enquanto mangueava - oferecia minhas coisas de mesa em mesa, de grupo em grupo, de bar em bar, em praças e qualquer tipo de ajuntamento de gente. E fazia minhas pesquisas.
O que a sociedade nos empurra a fazer não é necessariamente o que nos realiza nesta passagem. Viemos aqui atrás do quê? A publicidade, a ideologia da superficialidade, da forma e do consumo nos diz uma coisa. O coração, se soubermos ouvir, diz outra.
Somos da terra, não a temos. Tudo nos é empréstimo, mesmo o corpo que usamos - a natureza o cobrará de volta, a seu tempo. E nós seguimos, entre dimensões. A freqüência que escolhemos faz as suas sintonias.


Eduardo Marinho , o pensador solitário da psicodelia contra o capital.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA