quarta-feira, 21 de setembro de 2022

reducionismo e doutrina "feminista"

Sabe, gente, sexo é uma nomenclatura "biológica " criada pelo patriarcado que é a própria invenção da ciência em oposição ao conhecimento,  aos saberes e às experiências.  Toda vez que temos de escolher entre a "representação" genitalista fazemos alienadas pelo patriarcado. Se sexo ou é masculino ou é feminino,  me explica a intersexualidade,  descrita na humanidade desde os primórdios do pensamento analítico sistematizado no que a historiógrafa (FEMINISTA) Gerda Lerner identifica como Antigo Oriente Próximo (2.600 ac). Infelizmente,  falta muuuuuuuuita leitura para determinadas "visões " de mundo serem minimamente críticas e enriquecedoras de debates CONSISTENTEMENTE aperfeiçoadores da experiência de existir no mundo, olha. Às vezes, certas obviedades precisam ser EXAUSTIVAMENTE repetidas mesmo nos grupos mais "instruídos " ( por privilégio mesmo) na nossa sociedade.


Carlota Philippsen as pessoas intersexes com as quais me relaciono afetivamente, incluindo um namoro com uma e amizades com outras, sempre criticam o binarismo "biológico" e imposto pela medicalização que é um instrumento instucionalizado da biopolítica e do controle patriarcal de corpos. Eu realmente não sei qual é a dificuldade de compreender que útero,  vulva, ovários não são a definição absoluta de uma mulher. Do mesmo modo que não se define um homem porque este tenha ou não pênis,  sacro escrotal e próstata. Vejam que esse "formato" que é antes de tudo um paradigma é sintoma inegavelmente do patriarcado,  que é a violência do machismo. Machos é fêmeas são identificações de diversos seres vivos, incluindo plantas, insetos e até alguns  helmintos. Sendo a "diversidade", nessas circunstâncias de vida na terra, uma referência constante, analisada em menor número porque a amostragem da ciência em escala industrial é por "produtividade " e não por referência circunstancial. Não é possível que em 2022, em pleno século 21, ainda tenhamos que explicar, desdobrar, ensinar,  didatizar e "educar" conscientizando pessoas que têm TODA A OPORTUNIDADE DE LEREM (comprar livros, baixar DE GRAÇA pela Internet PDF de estudos atualíssimos sobre o tema, entre tantas e tantas outras formas de APRENDER MELHOR SOBRE UM TEMA). Sair, por favor, da bolha do assunto que se "gosta", que se tem "afinidade " é uma VACINA contra o negacionismo de um saber, de uma ciência e de uma humanidade a partir da antropologia, não do antropocentrismo que é doutrina dos século 18-19, do PASSADO. Enxergar a ciência,  as pesquisas,  os estudos para além de uma frase, um livro, um mesmo grupo de conversa "de sempre" é aprendizado vivo. Sair fos mesmos autores de sempre, da mesma doutrina ( como se vê o uso indevido da psicanálise e de outras informações provenientes de "pseudociência"). Gente, estamos para além da interpretação errônea de que "tornar-se mulher" é um tipo de "destino". A Simone de Beauvoir era metodologicamente EXISTENCIALISTA, jamais compactuaria com o determinismo do inatismo que deram para uma frase RETIRADA DO CONTEXTO DE UM LIVRO COM VÁRIOS VOLUMES e muitas outras obras como se faz cinicamente hoje em dia. Eu me recuso a calar, a ser silenciada, por um tipo de IMPOSIÇÃO pseudofeminista. Ser mulher não se contrapõe diretamente ao "oposto" único de ser homem. Já podemos ir para a realidade não HETEROSSEXUAL ou como eu chamo "heterodeterminada" que é o heteropatriarcado e passar para o que é indispensável HOJE.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA