Qual o PROBLEMA da visão que o fantástico está expondo sobre o AFEGANISTÃO de hoje?
A omissão, por exemplo, das heranças da União Soviética ANTES DO TALIBÃ SER PATROCINADO E TREINADO PELOS ESTADOS UNIDOS.
Tentar mostrar que a ÚNICA forma de liberdade para o AFEGANISTÃO é a visão neoliberal ocidental e cristianizada não ajuda em nada a DEMOCRACIA para nenhum país que luta por uma real independência política.
As mulheres afegãs estão assustadas e aterrorizadas também porque existe uma visão de mundo (ocidental e xenofóbico) fazendo do país delas o lugar em que o inferno se estabeleceu porque o "super-heroi estados unidos" saiu de lá. Porém, essa é a fantasia capitalista mais INÚTIL e CRUEL para a humanidade pois AJUDA a manter guerras intermináveis em que vidas são menos importantes do que armas.
O Talibã é sim um regime MISÓGINO, FEMINICIDA e radical religioso... porém, as saídas possíveis para esse conflito étnico-econômico precisam ser construídas dentro do país, por seus cidadãos e serem apoiadas e respeitadas - cultural e economicamente - por todas as nações solidárias que RESPEITAM A CONSTRUÇÃO de uma DEMOCRACIA possível.
A visão errada e omissa que o fantástico apresentou não consegue dar conta da realidade porque quer mais uma vez vender o "sonho americano" como o melhor destino possível para a humanidade. Isso é uma mentira, já que quem aparelhou de armas os talibãs foi exatamente os estados unidos. Foi por isso que ele TEVE obrigação de estar por 20 anos tentando amenizar os danos do seu patrocínio bélico para os radicais.
Foi a "guerra contra o comunismo" - que estava ajudando a população a melhorar mesmo de vida - o que provocou a tragédia que o Afeganistão vive desde meados do século XX.
Então, estar posicionada FRONTALMENTE contra o talibã e a sua VIOLÊNCIA exterminadora de mulheres, crianças e direitos democráticos NÃO SIGNIFICA APOIAR A VISÃO CAPITALISTA genocida do país (Estados Unidos) que massacrou a nação afegã.
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA