quinta-feira, 19 de agosto de 2021

a solidão compulsória da mulher

E quase não se discute a solidão compulsória das mulheres, sabe. Existe um processo ultraviolento relacionado aos esteriótipos de "encalhada", "mal comida", "frígida", etc e tal. Eu estou sem nenhuma paciência para discurso até fantasioso que coloca o perebado, como diz a professora Zanello, no lugar de troféu, sabe. Não é uma mana lésbica ou BI trocada no palco do patriarcado por macho (desconstruído de Taubaté)... E haja pegar mil tapas na cara que a sociedade só sabe dar na nossa cara. É o ranking dos contatinhos vencendo até na roda feminista mais estudada, mana. Cansa, olha. Lendo a Federici, a Audre, Waleska Zanello e a bell, me sinto indigesta ao papo comum heteronormativo...nada me dá tesão nesse sentido. Mulheres são todos os dias consumidas e se colocam de bandeja por migalhas sociais (financeiras, afetivas, culturais e religiosas)... Cansa ter que dizer...cansa
Eveny Da Rocha Teixeira talvez um dos melhores debates a se construir seja a solidão compulsória sabe...existe um glamour na palavra "solitude" que me incomoda...eu vejo lésbicas idosas (tenho amigas de 50+) que vivem sozinhas ou solitárias...dentro de famílias que NUNCA oportunizaram uma conversa acolhedora. Tenho amigas pretas que passaram anos a fio...tipo uma infância inteira escolar...uma adolescência inteira sozinhas...vendo as amigas namorando...tiveram que ficar de "outra secreta" pra macho branco com fetiche, que todo santo ano tinha nova namorada e deixava ela na geladeira tipo ao menos 5 anos a fio... Eu não sei nem o que dizer quando sinto a solidão em mim e em muitas mulheres, mais velhas, mais atarefadas, mais fora do padrão social aceito...sabe..COISA FODA. Mulheres mães solo então...eu tenho minha mãe e minha mãe de prova... solidão compulsória...nada de paz porque eu escolhi... não que não seja bom...tem seu lado perfeito...estar longe do relacionamento opressor heterossexual, mas mesmo assim é só...e não é nada fácil. Eu sinto forte isso

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA