Hoje Caio Fernando Abreu, grande amigo de Hilda Hilst, completaria 71 anos.
Trecho de uma das Cartas de Caio para Hilda Hilst:
“Hildinha, se você soubesse como ando escuro, como ando perdido, como me distanciei de mim e das coisas em que acreditava: tenho participado de festas louquíssimas, na base da maconha, da nudez, jogo da verdade, bacanais, surubas. Por favor, queria tanto que me compreendesses. Ando muito sozinho, nessas festas se reúnem artistas plásticos, atores, atrizes, escritores - todos jovens, perdidos, desesperados - é uma coisa terrível. Chega a ser comovente a maneira errada como eles tentam se convencer que os bacanais são a forma mais absoluta de comunicação: finjo o tempo todo, rio, sou alegre, dispersivo, com aquele brilho superficial e ridículo. E em cada fim de noite me sinto um lixo. Há tempos estou vivendo uma estória-de-amor-impossível que rebenta a saúde: sei que não dá pé de jeito nenhum e não consigo me libertar, esquecer - estou completamente fixado nessa pessoa, vivo todas as horas do dia em função de encontrá-la, à noite. É insuportável.”
Na foto: Caio Fernando Abreu, Lygia Fagundes Telles, Robby Cardoso e Hilda Hilst.
No link trechos de algumas cartas que ele enviava à Hilda.
https://www.google.com.br/amp/s/www.pantagruelista.com/blog/caio-f-cartas-hilst-lispector%3fformat=amp
Trecho de uma das Cartas de Caio para Hilda Hilst:
“Hildinha, se você soubesse como ando escuro, como ando perdido, como me distanciei de mim e das coisas em que acreditava: tenho participado de festas louquíssimas, na base da maconha, da nudez, jogo da verdade, bacanais, surubas. Por favor, queria tanto que me compreendesses. Ando muito sozinho, nessas festas se reúnem artistas plásticos, atores, atrizes, escritores - todos jovens, perdidos, desesperados - é uma coisa terrível. Chega a ser comovente a maneira errada como eles tentam se convencer que os bacanais são a forma mais absoluta de comunicação: finjo o tempo todo, rio, sou alegre, dispersivo, com aquele brilho superficial e ridículo. E em cada fim de noite me sinto um lixo. Há tempos estou vivendo uma estória-de-amor-impossível que rebenta a saúde: sei que não dá pé de jeito nenhum e não consigo me libertar, esquecer - estou completamente fixado nessa pessoa, vivo todas as horas do dia em função de encontrá-la, à noite. É insuportável.”
Na foto: Caio Fernando Abreu, Lygia Fagundes Telles, Robby Cardoso e Hilda Hilst.
No link trechos de algumas cartas que ele enviava à Hilda.
https://www.google.com.br/amp/s/www.pantagruelista.com/blog/caio-f-cartas-hilst-lispector%3fformat=amp
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA