Se eu mergulho em mim, derramo amor...prazer... ódio... rupturas. Se eu te mergulho, deságuo em fúrias...feras...feridas...e amar. É sobre o encontro de mágoas às vezes, mas em um vigoroso oceano há sempre vida!
segunda-feira, 15 de agosto de 2022
não sirvo a quem se quer fazer senhor de mim
Sabe o que é pior, na minha visão, é a generalização. É a fala da branquitude nele que faz do homem, no caso o padre, um ser universal. Não há personalidade, não se respeita a identidade étnica, não existe princípio de ser humano em dignidade e diversidade. A catequese colonial que explorava, violava e impunha a "concepção " autoritária do mundo eurocêntrico está ofensivamente expressa nesse discurso, que demonstra o racismo agudo e naturaliza a desumanização. Não está na responsabilidade individual deste padre essa moral opressora. Está na fala histórica desse ser humano o princípio da manutenção do próprio aprisionamento, sem a indignação emancipatória, o que para mim é resultado direto de uma pedagogia da opressão, em que um oprimido demonstra a lógica violenta do próprio opressor. Para que uma humanidade seja comunalmente autônoma, ela precisa de uma busca incessante do questionamento da própria opressão, o que é muitas vezes enlouquecedor. Dessa prática "religiosa ", eu também me abstenho. Dissido na contramão do que se pensa ser senhor.
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA