domingo, 20 de março de 2022

o Brasil que anda de sandália.

Enquanto a cenoura estava R$15kg no Preço Baixo (atacado), decidi ir à feira. Andei mais, sorri mais e até planejei mais. Chegando nas barracas, os preços mais em conta, as falas mais sensatas, comprei fruta, carne e goma pro cafezinho. Disse muitos "muito obrigada" e pensei: dessa gente, como eu, em que trabalho é compulsório e não tem o respeito do governo elitizado e predatório, é daqui que vou comer, daqui que vou tirar forças. Estava entre os meus, sabe. Entre gente como eu. Sandálias, vento, chuvisco e trabalho no rosto e sangue. E uma vontade imensa de não desistir de si. É um desabafo sobre a vida cotidiana que deveria retribuir aos verdadeiros construtores do hoje, de ontens e de sempres. Sem a nossa humanidade, nem um Brasil seria possível. É do chão de trabalho no asfalto que precisa sair o governo. O Brasil precisa saber quem de fato ergue o amanhã no peito.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA