Se eu mergulho em mim, derramo amor...prazer... ódio... rupturas. Se eu te mergulho, deságuo em fúrias...feras...feridas...e amar. É sobre o encontro de mágoas às vezes, mas em um vigoroso oceano há sempre vida!
domingo, 18 de abril de 2021
privilégio de estar em casa, vivo.
Ficar em casa não é uma escolha, infelizmente. Quando é uma decisão, mesmo assim pode ser compulsória...vemos tanto isso em relação às pessoas que precisam trabalhar fora de casa. Então, o nosso privilégio está nessa incapacidade de escolha, pois nós é proporcionado o ficar em casa, enquanto que não há esse direito para todos. Aqueles que têm minimamente o poder de decisão real de impacto coletivo permitem ou não permitem. É adoecedor viver em um país com a desigualdade social brutal que nos assaltou desde o golpe de 2016. É contínua e irreversível a construção da miséria de milhões de pessoas, a de milhares e a empobrecimento cruel da esmagadora maioria. Por tudo isso, é doloroso demais reconhecer esse privilégio, é frustrante saber ainda que não temos nem como mudar de modo abrupto, nem imediato esse caos. Nossa luta vai ser de formiguinhas, de andorinhas no incêndio. Porém, o que nos dá esperança é que em nós a coragem não falta, a generosidade não perde o brilho e a união é um instrumento progressivo de revolução. Estamos juntas com muitos companheiros que não perdem a certeza de que lutar vale a pena. Lutar vale a vida, vale o mundo. Lutar, esperançar e seguir, nossos verbos. NÃO RECUAREMOS. "É preciso estar atento e forte!"
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA