sábado, 10 de abril de 2021

O feminismo não é um escudo de defesa de "mulheres ruins" ou de "qualquer mulher ". O feminismo é uma condição de que mulheres são humanas iguais a qualquer outro ser humano, portanto, defeitos e qualidades vão interagir. Porém, vem da visão feminista do mundo  a certeza de que existe o patriarcado. O patriarcado é o sistema de opressão que esmaga mulheres e quaisquer pessoas em um nível social de inferioridade, por exemplo, indígenas, outras etnias colonizadas, negros e demais povos em refúgio pelo mundo - INCLUINDO crianças,  que são alvos diretos da brutalidade desse sistema mundo a fora. No caso específico da tortura e do assassinato do menino Henry é bastante pertinente pensar que o próprio executor da criança, isto é,  o vereador miliciano Jairinho, tenha TODAS as possibilidades do mundo de usar a sua influência para manipular tanto a visão pública sobre ele, quanto para abrandar a sua pena dividindo com ela como coautora ou cúmplice, o que no processo penal geraria, na minha opinião, uma injustiça irreversível à própria memória da  vítima porque amenizaria a clara brutalidade do verdadeiro violentador e torturador dessa criança.  Sabe-se , já dentro do processo, que mesmo avós,  funcionários domésticos, professores e psicólogos estão sendo ouvidos dentro da perplexidade de INÉRCIA diante da situação. Todos se omitiram. Se você me disser que pior de todos no caso foi a mãe,  eu posso lhe garantir, o garoto estaria vivo e salvo se o CONSELHO TUTELAR tivesse sido acionado, se o pai tivesse a possibilidade de reagir diante da situação e não deixar o filho retornar.  Também não sei como o pai não percebeu que havia alguma situação difernete na saúde do filho que vinha passando por sessões de tortura. O que tudo isso significa?  A violência do Estado PATRIARCAL diante de um homem prestes destruir um alvo. Quem poderia ir contra o poderio e a influência pública do filho de um dos milicianos mais fortes do Rio de Janeiro? Eu fico pensando se não há alguma relação na execução política de Mariele Franco que venha dos mandatos claramente inescrupulosos desses homens. Então, não é sobre defender ela. Mas sobre não deixar de olhar a profundidade em que isso chega, já que se ele tiver uma pena amenizada - pela manipulação da imagem pública e das adições no processo de "supostos" vestígios de que a mãe é também culpada - um homem realmente psicopata e genocida continuará seu mandato, com vistas a reeleição.  Pode ter certeza.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA