domingo, 28 de março de 2021

Foucault e abuso

Gente, vocês viram isso? Uma verdadeira bomba. Gravíssimo, caso se confirme. Segue o texto para quem não é assinante: 

Filósofo que exerceu grande influência sobre intelectuais contemporâneos, Michel Foucault seria um pedófilo que teria feito sexo com crianças árabes enquanto viva na Tunísia no final dos anos 1960. A bomba foi disparada pelo escritor e professor franco-americano Guy Sormon, que contou ter visitado Foucault nos arredores de Túnis à época.

A referência de Sormon aos crimes sexuais do filósofo francês, que morreu em 1984 aos 57 anos, foram publicadas este mês em seu livro "My dictionary of bullshit" e depois reiteradas pelo autor em um programa de TV. O apresentador ficou pasmo: “Você está falando de Foucault, para você um pedófilo, algo que as pessoas não costumam lembrar quando falam dele”.

Sorman, de 77 anos, disse que visitou Foucault com um grupo de amigos em uma viagem de férias de Páscoa no vilarejo de Sidi Bou Said, onde o filósofo morava em 1969. “Crianças pequenas corriam atrás de Foucault dizendo 'e eu ? me leve, me leve'”, lembrou ele em entrevista ao jornal britânico "The Sunday Times" deste domingo.

"Eles tinham oito, nove, dez anos, ele estava jogando dinheiro com eles e dizia 'Vamos nos encontrar às 22h no lugar de costume'". Este, ao que parece, era o cemitério local: "Ele faria amor lá nas lápides com meninos. A questão do consentimento nem mesmo foi levantada".

Sorman afirmou que "Foucault não teria ousado fazer isso na França", comparando-o a Paul Gauguin, o impressionista que fez sexo com meninas que pintou no Taiti, e André Gide, o romancista que perseguia meninos na África. "Há uma dimensão colonial nisso. Um imperialismo branco".

Sorman disse lamentar não ter denunciado Foucault à polícia na época ou denunciado na imprensa, chamando seu comportamento de “ignóbil” e “extremamente feio moralmente”.

Mas, acrescentou, a mídia francesa já sabia sobre o comportamento de Foucault. “Havia jornalistas presentes naquela viagem, havia muitas testemunhas, mas ninguém fazia histórias assim naquela época. Foucault foi o rei filósofo. Ele é como um deus na França."

Foucault, filho de um cirurgião, foi um dos primeiros intelectuais célebres do século XX, autor de obras que até hoje seguem como referências absolutas na academia, como "Vigiar e punir", "Microfísica do poder" e os volumes de "História da sexualidade". O filósofo também é lembrado por assinar uma petição em 1977 para legalizar o sexo com crianças de 13 anos.

A biografia mais conhecida dele, "The passion of Michel Foucault" (1993), de James Miller, descreve seu interesse pelas casas de banho gays e sadomasoquistas da América  —  ele foi uma das primeiras figuras assumidamente homossexuais na vida pública e morreu de Aids  — mas não menciona suas experiências sexuais na Tunísia.

As afirmações de Sorman surpreenderam especialistas na Grã-Bretanha, onde o último volume da história da sexualidade em quatro partes de Foucault acaba de ser publicado pela primeira vez em inglês. Para Sorman, o comportamento de Foucault era sintomático de um distinto mal-estar francês que remontava a Voltaire. “Ele acreditava que havia dois princípios morais, um para a elite, que era imoral, e outro para o povo, que deveria ser restritivo.”

Ele continuou: “A França ainda não é uma democracia, nós tivemos a revolução, proclamamos uma república, mas ainda há uma aristocracia, é a intelectualidade, e ela teve um status especial. Qualquer coisa serve." Agora, porém, “o mundo está mudando repentinamente”, acrescentou Sorman.

O intelectual disse, no entanto, que Foucault não deve ser “cancelado”. “Tenho grande admiração por seu trabalho, não estou convidando ninguém para queimar seus livros, mas simplesmente para entender a verdade sobre ele e como ele e alguns desses filósofos usaram seus argumentos para justificar suas paixões e desejos”, disse ele. “Ele achava que seus argumentos lhe davam permissão para fazer o que quisesse.”

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA