Se eu mergulho em mim, derramo amor...prazer... ódio... rupturas. Se eu te mergulho, deságuo em fúrias...feras...feridas...e amar. É sobre o encontro de mágoas às vezes, mas em um vigoroso oceano há sempre vida!
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
monopólio, monogamia, Foucault, Gerda Lerner e muita história pra contar
Eu tenho até uma diferença para essas definições de monogamia e poligamia, baseada em uma ideia que li no livro do Foucault "História da sexualidade: o cuidado de si ". O livro que trata de fato sobre a história da sexualidade - a partir do recorte eurocêntrico do início da era "Depois de Cristo", entre os anos 3 e 5 mais ou menos - traz uma ideia interessante sobre um termo que é "monopólio", uma denominação do Foucault para o casamento heterossexual, que eu chamo de heterodeterminado, o que para mim também cabe na denominação de patriarcal. Essa forma de monopólio serveria, segundo Foucault, para concretizar o controle sexual tanto de homens quanto de mulheres, principalmente da parcela privilegiada e, por isso, mais representada socioculturalmente. Os dominantes deveriam se casar entre si (o que às vezes seria até um tipo de homogamia, ou casamento entre famílias afins e parentes, como os Judeus). Esse monopólio, então, para mim, é bastante diferente da monogamia porque ela é intermitente na trajetória histórica dos indivíduos, isto é, ora somos monogâmicos, noutra polígamos e até passamos algum tempo sem nos relacionarmos afetivamente de modo especificamente, dito amoroso. Então, para mim, o que conhecemos como monogamia é, de fato, monopólio que principalmente, diferente do que propusera Foucault sobre aquele momento histórico é aquele recorte social, atinge muito mais as mulheres com um controle social, sexual e política indiscutivelmente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA