Eu acredito que o desespero claro desse áudio não é para o mal e sim para o bem. Quando se vive uma situação de extrema vulnerabilidade, de risco iminente de mortalidade, não há como ser "frio". Acredito que a frieza nesses casos seja indício de psicopatia. Não se trata de medo de morte, mas de medo de ver pessoas que amamos serem contaminadas, assim como nós também poderemos ser, e terem uma situação de extremo sofrimento. Eu não quero isso para minha mãe de 67 anos. E, por extensão, à família de ninguém, quero que tal mal aconteça. Então, não custa nada ficar em casa. Não custa nada propagar informações e motivações à quarentena e ao isolamento quando necessário, por suspeita ou contato com possíveis infectados. A questão é essa. Ou defendemos a nossa humanidade, sendo solidários e ficando em casa. Ou assumimos certa nuance de desprezo a outros seres humanos através de um discurso de indiferença a tamanha calamidade. Estamos em uma guerra contra um vírus, inimigo quase invisível e muito mais poderoso do que qualquer invenção que já tenhamos conseguido ter através da ciência. É hora de ficar em casa e esperar o tempo dele passar. Eu acho, no mínimo, prudente. Ninguém deveria perder pela falta de empatia de ninguém.
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA