Saúde mental deveria ser um objetivo de produtividade, só assim o mercado de trabalho estaria humanizado, menos irracional. Há certas metas de eficiência que costumam ser como drogas alucinógenas. Elas iludem a mente já enfraquecida pelos problemas condicionados pelo sistema injusto no qual vivemos. Elas viciam porque trazem certo devaneio de vitória, uma espécie de torpor, como do álcool, que apenas mascara um sofrimento escondido que só crescerá e se tornará um monstro chamado: fracasso. E fracasso não existe. Ele é um bicho papão da gente adulta que vive para lustrar os índices insanos da produtividade mercadológica, que foi feita para robôs e não para gentes. Amanhã pode demorar a chegar, mas a conta vem. A gente paga caro por acreditar em tanta porcaria. No final das contas, ser feliz é viver um dia por vez. É não se medir pelos outros e se possível não ter ninguém como ídolo. O troféu não vem trazendo sucesso. Cada vez mais, vencer é ter paz. Vencer talvez seja para muitos apenas continuar vivo. Lute por sua própria vida e escreva em silêncio a sua própria história fantástica. Ser humano e ter inteligência são dois lados de um dilema: saber que se é e não saber mais nada além disso.
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA