terça-feira, 3 de dezembro de 2019

É bem verdade que sobre alimentação o papo é sempre muito sério e humanitário mesmo. Isso porque, infelizmente, nunca é sobre fazer piada com a comida, mas com o faminto...eu te entendo. Acho ainda louvável que se faça mesmo campanhas por uma alimentação digna e não capitalizada. É sempre importante lembrar que há assuntos indispensáveis na era do desperdício e da fome. Vivemos os paradoxos desumanizadores. Mas voltando a uva-passas... é sempre engraçado ver que ela realmente assombra o prato de uns e lustra o de outros. Ainda há uma questão ética nessa situação bem cômica, não é... Quem pode ou não comer o que escolhe? Ou é justo se escolher o que se come ou ser escolhido para passar fome? E mesmo assim posso dizer que há na tragédia da injustiça social a comédia do humano. Afinal, desde os gregos, a comédia era um jeito risível de enxergar problemas realmente sérios e indiscutivelmente relevantes. A fome não é brincadeira e deve gerar polêmicas. Como já diz o rock, afinal, "você tem fome de quê?". E a pergunta é crucial para a nossa empatia.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA