Thais Duarte com certeza! Por isso eu deixo bem claro que o capitalismo para mim é uma tirania. Nunca foi e nunca poderá ser o meio para se chegar a uma democracia, muito menos em um tipo de universalismo social em que realmente todos fossem considerados humanos na mesma proporção. Quando tratamos, por exemplo, do de mulheres que se denominam feministas, mas não concordam com a necessidade de rever a pressão estética sobre as mulheres, estão diante de bode expiatórios do nosso movimento. Um tipo de autodestruição, comum em mulheres profundamente alienadas no campo do outro (do patriarcado estruturante). Elas estão submersas em estruturas sociais, em violências simbólicas, que aprisionam seus corpos e suas mentes. O que isso significa na prática. Elas ajudam seus próprios algozes, o que não é simplesmente demérito, é sofrimento. Muitas mulheres que defendem o padrão cisnormativo, que resume a "feminilidade" autorizada pelo patriarcado, estão em sofrimento inconsciente grave. São, ao mesmo tempo, as guardiãs dos seus "machos alfas" quanto as que mantêm os cadeados de suas correntes. Vc está certa por ter feito o alerta que pelo tom ficou forte e retumbante, como exige a urgência da escravização de nossas irmãs. Porém, elas sentem como uma afronta às suas próprias estruturas, aos seus "privilégios", às histórias. De fato, podem ter medo de perder o sentido da vida no qual sempre acreditaram. No fundo, romper com determinadas estruturas requer tanta força, coragem e luta na qual partes da gente morrem. Partes importantes da nossa vida, da nossa história e daquilo que consideramos verdade morrem. O feminismo é o lugar de cura para dores inalcançáveis de modo solitário. Múltiplas vozes de dor juntas cuidam de nossas feridas históricas. Feminismo é uma mulher cuidando da outra. Muito obrigada por lutar do mesmo lado que o nosso, mana🙋♀️💜
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA