Eu queria entender melhor essa questão mesmo. O Freud tem um livro chamado "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade", cujas teorias são embrionárias para a psicossexualidade infantil. Nele, há uma afirmação a qual tenho muita simpatia, porque foi postulada por um judeu no início do século XX (que tinha tudo para ser conservadorista). A afirmação é de que para Freud o ser humano nasce bissexual, sendo assim para todos. O que é uma verdadeira revolução para a teoria da sexualidade dentro da cultura ocidental. Eu acredito que é bem por aí mesmo, sendo que - segundo essa visão freudiana - a diferença sexual se estabeleceria mais tarde por meio das vivências dentro do sistema cultural. Então, eu acredito muito na visão de que a identidade sexual é uma importante autoafirmação subjetiva, sendo responsável pela saúde emocional e cognitiva. Por isso, nessa situação específica da heterossexualidade compulsória eu ainda tenho muitas incertezas e algumas inseguras em relação ao fato de que me parece ser uma afirmação de que apenas homossexualidade seria a determinação saudável, o que também não pode ser desta forma. Gosto da influência da Judite Butler nas discussões sobre o gênero e a heteronormatividade. Acredito que esse sim seria um padrão compulsório em determinadas culturas dominantes, como a ocidental eurocêntrica. Sobre heteronormatividade e cisnormatividade eu me sinto muito mais confortável em falar por perceber no dia a dia. E como sempre adorei essa abertura na tua página❤️
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA