domingo, 2 de junho de 2019

É gol do patriarcado! Mais uma mulher vai ser julgada sem ter como se defender!

eu queria pontuar uma coisa fundamental na situação do print da conversa, ele por si já acarretaria danos morais ao referido acusado porque usa de coação moral (assédio na exposição pública) a fim de obstruir a acusação. A única coisa que não se está discutindo é o que de fato importa, a suposta vítima estar sendo coagida em público e ainda haver quem lhe constranja. Se fôssemos um país digno, esse tipo de procedimento já estaria claramente tipificado como agravante em casos de assédio sexual, moral, violência psicológica e até mesmo em casos de tentativa de feminicídio. Sobre o fato de os juízes, sem magistratura, estarem supondo a prévia condenação da vítima por falso crime, eu ainda tenho uma última observação: um país com a cultura entranhada pelo futebol, que chega a ser confundido com a identidade do nosso povo de modo até superficial, jamais colocará o ídolo (fabricado) nessa berlinda, quem será a apedrejada publicamente...adivinha? Ele fez isso conscientemente! Não esqueçamos, por fim, o caso emblemático de Elisa Samúdio que declarou se sentir ameaçada, foi brutalmente assassinada, teve os assassinos "presos" por um tempo insignificante perto do tamanho do crime e tem hoje, SEU MAIOR CONDENADOR E FEMINICIDA, de novo de volta aos gramados... É gol do patriarcado! E para nós, insignificantes mulheres, é MORTE (da nossa dignidade ou do nosso corpo). Eu não desejo isso a nenhuma de nós! E gostaria que essa doença chamada MACHISMO que fomenta a cultura do estupro ACABASSE! Independentemente do desenrolar desse caso, tenho uma certeza incontestável em mim: ser mulher é estar em constante perigo sempre, até entre as iguais.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA