domingo, 16 de dezembro de 2018

Se eu pudesse agora
Eu te sonhava
Em minha noite
Em minha cama
Dentro da minha coberta
E te enrolava
Entre meus dedos
E te sentia
Chegar bem felina
Cheirando meu pescoço
E te pedia
Me nina
Me mima
Menina,
Me ensina
A te mimar
A te amar
A te sonhar
E te ninar
E te ouvia
Respirar de olhos apertados
E te sentia
Subir na minha vida
Dominar minha mente
Ferver minha pele
Deixar meu corpo
Todo refém de ti
Se eu pudesse
Agora mesmo te pegava
Te sonhava em cima de mim
E te enlaçava firmemente
Apesar do medo
Tenho em mente
Teu suor
Teu sussurro
Tenho teu gemer
E sinto um cheiro quente
Vindo das narinas ofegantes
Do teu peito saltitante
Delirante teu quadril
Tudo em ti treme
E faz um frio
Sou eu soprando
Eu te amo
Atrás dos teus ouvidos
Na tua nuca
Nos teus cabelos
Tão meus e tão negros
Vontade de ranger os dentes
E te soltar
Livre levemente
Cheirando teu pescoço
Suavemente
Tudo na gente
Nesse sonho
É quente
Ardente
Vivo
E encandescente
Sonho um dia
De noite
A gente.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA