Que lindo ver que alguém quis compartilhar conosco sua intimidade! Muito obrigada, mulher. Às vezes, aquilo que está guardado na gente é muito útil pras outras pessoas. Eu fiquei bastante interessada no seu depoimento, não sei se eu posso dizer assim. Isso aconteceu porque fiquei pensando sobre a sexualidade e a nossa vivência mesmo em um relacionamento amoroso. Nem sempre sexo é a mais importante característica na relação com o outro, porém talvez ele possa ser uma boa experiência de conhecer o outro. E algumas vezes a gente acha que já sabe tudo e perde até o interesse pelo outro e por nós mesmos. Eu vivi isso. Perdi o interesse por mim, uma depressão me levou de mim mesma durante um tempo. Eu não sentia nenhuma vontade nem de me dar prazer. O outro que quisesse fazer isso ou que tentasse sentir prazer comigo teria uma péssima experiência, como houve várias. Eu colocava no piloto automático e ia. Nada sentia, era anestesiada. Tudo era assim. Poucas coisas me faziam me sentir. E eu me sucumbia. Tomei remédio, fiz terapia, um hipertireoidismo foi descoberto e a depressão saiu do armário! Eu precisava reconhecer que não estava tudo bem em me sentir tão nada, tão sem gosto, tão sem vontade até de viver. Fui buscar ajuda quando estava para pirar com dores em todo o corpo que me clamava para lhe ouvir. Hoje estou em tratamento. Muito melhorou e voltei a me ouvir. Tenho poucos parceiros e ainda sou bastante frígida e muito mais criteriosa, exijo muito cuidado e um olhar carinhoso a todo momento. Mas acho que as coisas vão melhorar, já me sinto e já me cuido, me dou carinho e me busco, sempre tentando fazer de mim a única que realmente ouve o meu corpo com respeito e cuidado.
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA