terça-feira, 1 de maio de 2018

Nuvem, ser... céu ou seu...

Olhando as nuvens soltas no céu
Senti um imenso sentido
Um intenso desejo
Um sonho preferido
Ser seu

Senti um vento
Um sopro divino
E eu menino
Corri de dentro de mim
Fui meu

O céu era azulado
Tinha nuvens por todo lado
Eu, o céu e o vento
Ah, meu Deus
Imenso senti

Toda aquela amplidão em tudo
Era meu lugar no mundo
Eu e eu e o céu
Sem nenhum vazio
Sou eu

E olhei de lá do alto
E mesmo de tão longe
Eu vi chão
Me viu de lá a hora da chegada
Meu vão

E eu vi cair em mim
Uma realidade sem medida
Uma justa certeza
Voar tem suas fronteiras
Embora no céu

Não era só planar
Nem bastava só ventar
Tinha uma necessária queda
A liberdade estava nessa justeza
Entre mim e eu

Eu era um voador
Capaz de viver uma queda-livre?
Não podia achar a resposta
Antes de tentar quebrar a barreira
Em mim, meu

Desci até a experiência
Lhe senti todas as dores
Pude confessar medos e erros
Fui eu quem soube o limite da altura
Fui erro meu

E agora o caminho não é mais novo
Nem o sou mais um jovem pássaro
Eu, o céu e o chão
Eu seu e meu do mesmo jeito
Ser seu e ser são?

Ser de mim não me impede de estar contigo
E o meu céu é o limite para o seu chão?
Igual meu ser é o limite para o seu vão?
E seu chão é onde liberto o meu céu?
Seu céu, meu chão

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA