segunda-feira, 13 de maio de 2013

Infância roubada

      No menino apreendido por assalto mora uma infância roubada, por adultos que levaram a liberdade de ser aprendiz. Aprender a amar, a trabalhar, a aestudar, dar carinho, dizer a verdade, ter responsabilidade, cuidar com lealdade, entre tantos outros aprendizados tão importantes para uma vida digna..
Essa criança na lei é conhecida como menor, não menino ou menina, garoto, moleuqe, pequeno. Do latim puer, menino indica o homem criança, que vai crescer, que irá amadurecer, envelhecerá e tão só virará poeira, talvez antes do que qualquer um queira.
      A pesar de parecer o passado da gente, a criança também é nosso futuro. Curioso e irõnico, não é? Muito do que eramos, veio de onde fomos, está onde somos e irá conosco para onde seremos. São movimentos do nosso ser a nossa essência, que é a mabneira de viver nossa de cada dia. Não significa dizer que somos "pau que nasce torto e nunca se indireita", não assim. Quer dizer que a infância é importante para construir e desconstruir caminhos por onde se anda.
     Ao se roubar uma infância, não se presenteia com a juventude, joga-se na marginalidade, lugar em que não se é nada, nem se chega a nada. Claro que as possibilidades humanas não podem ser ignoradas, no entanto, há momentos em que são escondidas. Enquanto se procura a hombriedade, o bom senso, a normalidade, embora estas são sejam difíceis de se encontrar., escamoteia-se a fragilidade, a diferença histórica, a sensibilidade, que também são comuns a espécie, mas, acredita-se por aí,  que só alguns tem. Por isso, não é preciso enxergar, é algo indiferente, tal qual aqueles que foram acometidos por essa doença. Que na verdade é uma falta, um vazio mesmo, é a pura ausência, que para uns é de família, ou educação, embora seja a falta que uma infância digna faz na vida.

Escrito, em 13 de maio, de 2013, em São Paulo.
Hilda

Um comentário:

  1. Verdade, mana!
    E dói tanto essa realidade, que parece não ter saída, mas tem, né?
    O problema é criar as pontes necessárias para alcançar essas criança, em um mundo onde o comum é colocar o fone de ouvido e não ouvir mais nada fora de si... (Sei por que faço isso, fugindo do que acho que não posso mudar)...
    Beijo
    "Milagres acontecem quando agente vai à luta! (O teatro mágico)

    ResponderExcluir

"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA