quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Meu amor,
cantar é um paço bambo
como na dança, 
driblar meu ritmo.
Essa pena, só balança
em desequilíbrio, rimo.
Em si, meu desatino
despejo em riso
e não te almejo
sou teu desejo
languido
caído


Hilda Freitas, São Paulo, em 07 de novembro de 2012.

domingo, 22 de julho de 2012

                         Minhas faltas

           Eu e as minhas faltas seguimos junto ao longo da estrada dessa vida. É a falta de jeito, a falta de ar, a falta do que falar. São tantas coisas, são todas frutos de ausências, uma falta irreversível, como uma escolha sem volta. Falta-me postura, tenho falta da minha armadura, não me deram uma para lutar. Além de tudo, ainda tenho falhas, outras faltas, que o tempo não pode apagar. Se não me falha a memória, é a falha de paciência, tolerância, competência, gentileza e justiça, que eu canso de usar.
         Mas as minhas faltas faltam no caminho de quem me acompanha. Tanta incompletude deságua num mar intenso, que sempre esvai em outros oceanos. Não basto, sou caminho para quem chega, entretanto não posso chegar.
Escrito por Hilda Freitas, em 25 de maio de 2012, São Paulo.

sábado, 23 de junho de 2012


Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".

Amor para não acabar...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sobre a Exatidão...
A quem me pergunta se reconheço a justiça, digo que sei que existe e ouço falar de suas penas e danos, seus caminhos legítmos, sua constitucionalidade e das fendas que fragilizam sua máscara. Quando me questionam , então, se acredito nela, francamente titubeio, recorro aos meus instintos hipócritas e arrisco um palpite sórdido: "às vezes, infelizmente, nada mais nos é possível fazer". Por fim quando me exponho, com nudez pervesa, confesso: "A Deus não cabe dizer que é justo, ou que sua justiça tarda mas não falha, ou que é a sua a melhor. A mim, penso que Deus não se vale da Justiça posto que é Exato, desta forma, quando trato de Deus sei de sua EXATIDÃO, seu caminho certo, embora nosso traçado seja torto, assim como nossa visão". 
Esboço do dia-a-dia.
Hilda Freitas, São Paulo

quarta-feira, 13 de junho de 2012


Sabedoria da compreensão...
“O amor não prende, liberta! Ame porque isso faz bem a você, não por esperar algo em troca. Criar expectativas demais pode gerar decepções. Quem ama de verdade, sem apego, sem cobranças, conquista o carinho verdadeiro das pessoas”. Chico Xavier
... isto é para quem precisa amar todos os dias mesmo sabendo que as pessoas se vão e esse vão que fica entre as mãos não significa secura na fonte apenas que o mar transbordou e oceano precisa se preencher. 
Hilda Freitas, São Paulo

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Mãe
A mãe que eu mais admiro é a mãe águia.
Olhos atentos, asas fortes, amante do perigo.
Tão predadora, quanto protetora.
Tão feroz, quanto precisa.
Impetuosa, embora livre.
A mãe águia sabe que seu filho precisa viver.
Sabe que precisa desprender.
E enxerga por isso a liberdade de seu infante.
E seu amor voraz tem apenas como missão
saber empurrar do alto do penhasco esse filhote
saber que se ficar ali, ele morre
saber que não se espera o ladrão.
A mãe águia precisa libertar
mas para isso precisa enxergar
na sua cria, iguais águias
eternizando a capacidade de vida
que todo vivente traz.

Homenagem às mães, em especial a minha querida mãe.
Hilda Fretas, São Paulo

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Moro em São Paulo agora e já gosto deste lugar.
Nele já consegui alguns bons amigos e as experiências novas são mais um bom fruto desse caminho.
Espero encontrar bons ventos neste novo lugar e poder ser feliz com o que eu escolher construir aqui.



Bons ventos...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pulmão e coração de aço

A semana começa como um novo ano, até um novo século, tudo porque alguém decidiu compartilhar sua trajetória extraordinária. Foi Eliana, a autora do livro Pulmão de aço. 


Ela abriu suas lindas e preciosas asas, e suas penas nos mostram que ser gente é muita mais do que o que se vê por aí. É ser inteligente, mas sábio; é poder apenas ver, mas conseguir enxergar; é querer ser melhor, e com isso ser - e não há nada mais intenso! Não consigo imaginar como Eliana autora dessa vida tão suprema pode não ser nosso exemplo de ser HUMANO - ela é prova de que é muito melhor do que somos! Ela não desperdiçou seu tempo, vive, ama, escreve e desse jeito compartilha seu conhecimento, que talvez ela nem perceba, mas é DIVINO! Sabe porque: amplia a nossa noção de gente e chega onde NIETIZCHE disse certa vez, no SUPER-HOMEM. Sim Eliana você é esse ser, exemplo para todos os seres humanos porque usa sua vida para ser melhor a cada dia.
Esse é o exemplo do que é ser um PULMÃO DE AÇO, e ter que viver por um longo tempo respirando por vias artificias, mas superar esse momento a fim de escrever a VIDA, e mostrar muito mais do que ela é.

Com muita admiração, só mais uma de suas fãs.
Hilda freitas.


quarta-feira, 4 de abril de 2012

"a noite vem
sendo o descanso do sol
a ponte vem
sendo a distancia de quem tá só
e um sol
com a cabeça na lua
a lua, que gira e gira só"
O teatro mágico
Por esse 1 ano no caminho sem medo dos domínios meus....

quinta-feira, 15 de março de 2012

Há momentos em que parece que ainda não acordamos ainda. O mesmo café de ontem e a mobilha igual a do ano passado; a mesma história da tv e no rádio o som da semana passada;  o mesmo percurso de outros dias iguais; a mesma saudade, nas mesmas horas e no mesmo lugar que há um tempo atrás; não se sabe o dia de hoje; nem se entende em que momento se está; só se sabe que ainda não chegou tanta coisa que mas parece que ainda estou dormindo esperando a hora para acordar.
Hilda Freitas, março, São Paulo 

quinta-feira, 8 de março de 2012

"delicadeza torna a gente banca de flores libertando sorrisos no ar"
 (Carta 1899, Wanessa da Mata")
Às mulheres que passeiam neste céu,
continuem libertando, meus, seus e nossos sorrisos
libertem-se, só assim o riso tem sentido e chega à minha direção.
Por Hilda Freitas - São Paulo, 2012.


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Seduzir (Djavan)

Cantar, é mover o dom
do fundo de uma paixão
Seduzir, as pedras, catedrais, coração
Amar, é perder o tom
nas comas da ilusão
Revelar, todo o sentido



Vou andar,

vou voar,

pra ver o mundo

Nem que eu bebesse o mar


Encheria o que eu tenho de fundo

 

(E o que eu tenho de mais profundo são as minhas asas, que me levam a conhecer - Hilda Freitas, São Paulo, 2012)


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Os primeiros voos

Só para começar
não basta querer
de repente a gente olha para frente
e já está tudo lá
como se não fosse preciso andar
como se cair fosse apenas
deixar de estar em pé...

As coisas começam
mas ninguém sabe ao certo quando,
onde ou como
sabe que estão ou são
isso é o que há
a demais, são suposições...

Então, não vou esbarrar no impossível
quero só que seja algo
que exista
sem perder o sopro
anima pura
pelo qual fomos criados...