Minhas faltas
Eu e as minhas faltas seguimos junto ao longo da estrada dessa vida. É a falta de jeito, a falta de ar, a falta do que falar. São tantas coisas, são todas frutos de ausências, uma falta irreversível, como uma escolha sem volta. Falta-me postura, tenho falta da minha armadura, não me deram uma para lutar. Além de tudo, ainda tenho falhas, outras faltas, que o tempo não pode apagar. Se não me falha a memória, é a falha de paciência, tolerância, competência, gentileza e justiça, que eu canso de usar.
Mas as minhas faltas faltam no caminho de quem me acompanha. Tanta incompletude deságua num mar intenso, que sempre esvai em outros oceanos. Não basto, sou caminho para quem chega, entretanto não posso chegar.
Escrito por Hilda Freitas, em 25 de maio de 2012, São Paulo.
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA