sexta-feira, 22 de abril de 2022

família patriarcal e a exploração do trabalho executado em casa POR MULHER

Geralmente,  as mulheres da família tradicional,  família patriarcal (dispositivo de violência simbólica de gênero) , SÃO OBRIGADAS A FAZER AS TAREFAS DOMÉSTICAS, o que é UMA PRISÃO violenta para uma vida.
Não se trata de dizer que as tarefas domésticas sejam por si mesmas escravizantes, violentadores ou sacrificantes. Não é isso! Mesmo porque QUALQUER ADULTO FUNCIONAL, ou jovem, ou adolescente (até mesmo crianças e idosos) podem fazer isso de acordo com uma distribuição equitativa e bem distribuída a fim de que uma casa seja o lugar de DESCANSO, SOSSEGO, AFETO e ACONCHEGO para os moradores.
Entretanto,  são,  SOBRETUDO,  as mulheres obrigadas, isto é,  COMPULSORIAMENTE incumbidas desse FARDO - que se torna até a escravização,  a exploração,  o aprisionamento dessa subjetividade e dessa pessoa. Esse trabalho se torna INVISÍVEL,  ou melhor dizendo, se faz invisibilizado para que a exploração possa ser perpétua. Muitas são as mulheres que se tornam subalternizadas, submissas, escravizadas e prisioneiras de um cotidiano exaustivo, exauridor e potentemente patológico. Essa violência patriarcal gera sofrimento contínuo,  dores, angústias e prostração. 
A família patriarcal é o meio pelo qual essa violência de gênero FUNCIONA. É, em casa, no seio da família que essa forma de exploração acontece.  Não tem repercussão pública,  por se tratar de um padrão de exploração de mulheres NATURALIZADO. Por exemplo, quando a mãe cuida de TUDO dentro de casa enquanto marido e filhos podem ter seus planos, sonhos, projeto e objetivos traçados,  executados e vivenciados.  Nesse mesmo momento,  a vida dessa mulher está PRESA nos tentáculos de um "amor" em forma de trabalho doméstico NÃO REMUNERADO,  NÃO RECONHECIDO,  NÃO MOSTRADO E MUUUUUUUITO MENOS VALORIZADO,  isso porque a demonstração pública dessa violência deixaria a família fragilizada enquanto "lugar de amor", "lar" e "refúgio", sendo na realidade lugar de exploração,  subalternização, submissão,  escravização  e subordinação de mulher.
Muitas vezes, a mentalidade (aparentemente ingênuo) de que uma mãe TEM QUE CUIDAR DA FAMÍLIA,  DA CASA, DOS FILHOS, DE TODOS E DE TUDO é o motor, a principal engrenagem, o dispositivo VIOLENTO e colonizador contra as mulheres. Consequentemente,  a mulher que é OBRIGADA  a ficar com o "trabalho doméstico" se torna esvaziada de sua VONTADE, de seus próprios planos, de seus objetivos e de sua própria vida que passa a ser ALIENADA e dolorosamente dependente do que os outros querem, precisam, exigem e demandam. Ela deixa de ser mais uma pessoa da casa e se torna COISA DE TODOS, como uma máquina mantenedora da rotina para que as outras pessoas da casa possam ter suas vidas funcionando socialmente.  Essas mulheres deixam de existir no espaço público e político,  passando a serem enclausuradas e até prisioneiras de um patriarcado SENHOR, SEVERO e DONO da própria vivência delas.
A família tradicional é o patriarcado mais CRUEL que uma mulher conhece, pois seus mando e desmandos são TIRÂNICOS, como em uma ditadura silenciosa a esmagar a liberdade de ser, de estar e de viver dela. Essa violação apelidada de "amor incondicional", de "cuidado materno", é uma violação brutal da própria dignidade e da existência da pessoa, sobretudo, da mulher doméstica ou "mãe " a "rainha" ou seria melhor definir "escrava do lar", a "serva da família ". Todo cuidado é pouco quando se mexe no centro substancial da falácia do "amor familiar".

segunda-feira, 4 de abril de 2022

minimalista desde que me reconheci

Eu tenho um excesso de mim...é como me sinto. Então,  desde criança - vinda de uma família ribeirinha (interior do Pará) - convivi com as mínimas certezas, com simplicidade e muitos valores de espírito.  Era preciso ser de dentro pra fora... e na busca de esvaziar-me dos excessos de mim mesma, procuro limpar os outros sentidos: visão menos cheia de estímulos,  paladar mais sensato, olfato limpo e orientado paraba natureza, audição afinada e econômica, por fim, um tato que não anseia mais do que equilíbrio na temperatura,  nos apegos e no que se referir. Eu sou de fato assim e hoje me lapido tanto mais aos 34 anos completos.