No meio do feminismo tinha uma pedra...
Tinha uma heteronormatividade "sutil" liberalzinha no meio do feminismo
mana, preciso te dizer uma coisa que para o feminismo COMO LUTA POLÍTICA COLETIVA é pesado, mas eu vou te dizer de mana feminista para mana feminista... ESSE TRABALHO DOMÉSTICO que vocês contratam para "resolver " a pendência ou o dilema é o núcleo de uma das PIORES VIOLÊNCIAS que mulheres negras (ou racializadas) e periféricas (ou SUBALTERNIZADAS pela desigualdade social) MAIS PADECEM. Como o nosso feminismo anda muito "individualizado", tipo faço por mim primeiro para que eu possa tentar ajudar outras mulheres "depois", infelizmente A OPRESSÃO DE FATO NUNCA TERMINA. Lavar uma louça, uma roupa, cuidar do espaço da casa, arrumar o básico, achar soluções que transformem esse "problema" em PRÁTICA FEMINISTA de luta contra a exploração do trabalho MUITO MAL REMUNERADO das mulheres em serviço DOMÉSTICO, assim como é a PAUTA MAIS TRIVIAL no lema "meu corpo, minhas regras". Porque "meus corpo, minhas regras" nunca foi sobre COM QUEM EU QUERO TRANSAR ou sobre saber dizer "não" ou sobre poligamia, modernidades... não. É sobre como o CORPO das mulheres é explorado nesse tipo de "sistemática" habitual... Na classe media alta, muitas vezes é praticamente impossível conceber que cuidar de uma casa é responsabilidade de uma pessoa adulta e não de uma mulher preta ou racializada, ou de uma mulher periférica.... Então, vamos compreender de modo autêntico que a pauta feminista não é liberal, porque Silvia Federici, Gerda Lerner, Virgínia Woolf, Angela Davis, Maia Angelous, Djamilla Ribeiro, Grada Kilomba, Lélia Gonzales, Waleska Zanello, Judith Butler, entre tantas outras não estão falando de outra coisa a não ser de VIOLÊNCIA contra a existência das mulheres, o que limita e causa SOFRIMENTO está na prática "naturalizada" da exploração até de mulheres com outras mulheres. Desculpa vir até sua postagem. Estamos em processo , mana. Eu entendo muito a sua fala, respeito demais o seu comentário, só precisa sinalizar o que não posso de fato mais calar. Como diria Audre Lorde "silêncio no patriarcado é a VOZ da CUMPLICIDADE".
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA