*Não comemorem. Está tudo errado.*
*O matador foi contratado.*
Por semanas, aterrorizaram toda uma região, onde pequenos agricultores mantinham suas terrinhas com água perto.
A TV ajudava o bando a aterrorizar a população, com boatos sobre demônios e sacrifícios.
Milicianos com foro privilegiado faziam apologia às armas que o matador colecionava a cada assalto executado.
Fundamentalistas aproveitavam a boataria para invadir terreiros de umbanda.
Lázaro foi contratado para aterrorizar esse Brasil sem Lei, sem autoridade, sem remédio e sem juízo.
Sem ordem, nem mandato, policiais ameaçaram os familiares do bandido. O que saberia a mãe, a esposa de Lázaro? Nada que algumas ameaças de morte não as fizesse esquecer.
Descobrem o bandido na casa de um fazendeiro local. Só depois da desconfiança de um caseiro, invadem a propriedade e apertam o fazendeiro. Ele confessa: era crime de mando.
Antes que Lázaro delatasse quantos o ajudaram, quantos o contrataram, quem estava com ele na barbárie, fazem do homem menos perigoso que Jair, peneira. Com tantos tiros na cara, nem a mãe vai reconhecer aquele pedaço de corpo que sobrou da queima de arquivo.
Não comemorem. Os serial killers que mandam matar e tacar terror no país, estão livres e sequer serão revelados.
Pela capacidade de zombar desse país ingênuo e crédulo em crendice, é capaz dos contratantes ainda ressuscitarem seu demônio.
Não comemorem. A festa é dos assassinos.
Malu Aires
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA