Se eu mergulho em mim, derramo amor...prazer... ódio... rupturas. Se eu te mergulho, deságuo em fúrias...feras...feridas...e amar. É sobre o encontro de mágoas às vezes, mas em um vigoroso oceano há sempre vida!
quarta-feira, 31 de março de 2021
Eu tenho uma visão muito minha sobre esse assunto. Queria muito compartilhar porque acho que nessa postagem o essencial é o que não se pode mais ser calado, silenciado e apagado mesmo. Infelizmente, a experiência histórica precisa ser considerada sobre a interrelação pessoal afetiva, mesmo também esses termos sendo aparentemente repetitivos colocados assim. Então, o que se faz necessário para mim sobre isso é que monogamia, poligamia, heterogamia e homogamia são possibilidades na nossa jornada particular. Eu vejo mesmo que ser ou não ser mono, poli, homo, heterogâmico são estados transitórios, mesmo não sendo legitimados assim, por isso seja bem mais definida a monogamia nesse formato patriarcal de civilização em que nos encontramos. Porém, mesmo a monogamia precisa ser olhada com certa atenção porque faz parte da natureza sexual da gente; muito embora seja a versão artificial patriarcal de violência corpórea de monogamia como monopólio (exclusiva sexualidade com um par predefinido, como o casamento heterossexual teoricamente seria), a versão posta como única. Monogamia não é monopólio em si, mas monopólio é a parte de controle sexual feminino mais exercida pela mentalidade civilizatória centrada no binarismo machológico e, por tudo isso, machocêntrico. Isso não é estritamente sobre homens que impõe uma dominação sobre mulheres, mas sobre a concepção de mulher como objeto para o homem que assim, no capitalismo e no liberalismo, se torna o seu proprietário, com o aval político institucional da microfísica do poder patriarcal que entra em nossas casas, tranca os armários em que nos escondemos e rouba o lençol na hora da sessão de autoconhecimento.
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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA