segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

SEXO LENTO E A CURA DA VAGINA

Não é necessária uma violação para que uma vagina fique traumatizada. Quando tratada de uma forma bruta e violenta, mesmo que dentro de um relacionamento estável e aparentemente saudável, os tecidos da vagina, extremamente sensíveis podem perder a sua altíssima sensibilidade.

No ocidente homens e mulheres aprendem a arte de fazer amor com a pornografia, indústria que trabalha com a intenção de atrair majoritariamente um publico masculino desde tenra idade, estimulando o abuso da integridade e do corpo feminino. Neste tipo de produção, não são raras as vezes em que o homem “consome” e abusa do corpo da mulher como um animal, batendo-lhe com força e brutalidade, humilhando-a e diminuindo o seu valor.

Este tipo de mensagem é depois replicada pelo homem, nas suas relações intimas.

Ignorante da verdadeira arte de fazer amor, a maioria dos homens ocidentais desconhece a fisionomia feminina bem como a altíssima sensibilidade da vagina, a somar o fato de que muitas mulheres se submetem este tipo de comportamento, por muitas variáveis constituidas por um sistema mundo patriarcal.

Dessa forma a mulher vai sofrendo uma diminuição gradual das suas qualidades receptivas.

No Ocidente o homem penetra a mulher muito antes de que a temperatura sexual dela esteja suficientemente alta para convidá-lo a entrar.

Em segundo lugar, após a entrada do homem, produz-se uma série de fricções do pênis contra as sensíveis e suaves paredes vaginais que causam outro efeito negativo:

A vagina deixa de ser um canal altamente sensível e receptivo, para ser um canal endurecido e “couraçado”.

Em terceiro lugar, os movimentos mecânicos da pélvis, próprios do sexo convencional contribuem, ainda mais, para aumentar a crescente insensibilidade do interior da vagina.

O Sexo lento é a cura da vagina.

Um exemplo concreto da conexão entre os seios e vagina-útero, é o fato de que a sucção do recém-nascido ativa a expulsão da placenta e que as mães quando amamentam, geram oxitocina que atua ao nível do colo do útero.

Então será suficiente uma boa estimulação dos seios para chegar ao orgasmo?

Existem muitas mulheres que não necessitam deste passo para atingir o clímax, mas para a maioria este é um passo precioso, que se fosse respeitado e bem conduzido possivelmente não existiriam tantas mulheres, frigidas ou com dificuldades para atingir o orgasmo.

Quando bem estimulados, os seios promovem um tipo de energia que inunda e acende a vagina.

Numa relação heterossexual, a vagina, como polo passivo, deve estar totalmente preparada para receber o máximo de impacto da energia masculina.

É importante reconciliarmos a natureza receptiva da sexualidade feminina.

Na Sexualidade Sagrada, a mulher recebe no seu corpo a energia masculina e é por isso que se diz que é o polo receptivo: o seu movimento não é para a frente e para fora, como no caso da energia masculina, mas sim para dentro e para cima.

Quando a vagina da mulher vibra como resposta magnética às carícias dos seus seios, torna-se receptiva e ativa em si a energia sexual, criativa e prazerosa

Este é o momento em que a mulher percebe que está pronta para o coito.

É um acontecimento energético completamente espontâneo: um "Sim" absoluto à penetração que parte das profundezas. Então pode abrir-se a entrada da energia dinâmica do pênis criando um circuito eletromagnético vivo.

A vagina "derrete" à volta do pênis e bebe a energia que irradia dele.

A mulher, como força receptiva feminina, possui a capacidade de arrastar a energia masculina para cima através da sua vagina, levando-a ao coração e elevando-a a uma freqüência mais alta.

O sexo é um ato sublime de comunicação sutil e poderosa e como em toda dinâmica de comunicação, o receptor deve estar disposto e aberto para receber o que o emissor tem para expressar.

Se o emissor e o receptor estão bem sintonizados, então a comunicação flui, da mesma forma também a energia sexual flui através desta dinâmica de receptividade e abertura de um ao outro. Se não, por muito que o emissor queira dar a sua energia / informação, o receptor não pode absorver ou integrá-la.

... amor, escuta, lentidão, silêncio, interiorização, presença...

Estas são as chaves para despertar o poder sexual feminino no coito.
Um poder que deve ser aquecido em lume brando e quando chega à fervura tem uma energia tal que pode levar a mulher a estados alterados de consciência inimaginados capaz de fazer derreter o maior iceberg. E até mesmo apaziguar ou curar, algumas feridas emocionais sexuais.

O caminho da cura está nas nossas mãos ...

O primeiro passo deverá ser olharmos para a nossa sexualidade com vontade de a aperfeiçoar, só assim teremos a possibilidade de mudar a nossa energia alquímica e isto terá uma conseqüência imediata em toda a nossa vida.

A região genital do homem e da mulher precisa ser melhor explorada, elas possuem diferentes pontos de energias se assemelhando á pontos de acupuntura que podem ser ativados. Há milhares de pontos, e não um único e inatingível ponto G criado para nos manter ainda mais desconectados de nossa verdadeira sexualidade. Essa ativação tem muito pouco a ver com a penetração genital que estamos acostumados no ocidente. O movimento intenso para frente e para trás está carregado de uma energia masculina de força e violência representada pelo patriarcado. É preciso curar a vagina com a energia contrária á do patriarcado, explorando novos pontos de excitação. Quando um olha nos olhos do outro, há uma troca de fitas de DNA, que são lidas na íris do olho. Está é a conexão do coração para os olhos da alma. É possível trabalhar com os chakras um do outro, Colocando a mão sobre o chakra do coração do parceiro e mantendo o próprio coração aberto. Conforme se estimulam com os olhos, usam os chakras e ativam os pontos de acupressão na área genital, esses locais tornam-se vivos. De forma lenta e ritmada sem muito esforço, as genitais se encostam, e promovem uma reação química que nos leva a um orgasmo, que se move para fora, para todos os vários corpos que possuímos. Isso nos permite subir a escada para o conhecimento e chegar à própria divindade do sexo que não tem a ver com o nosso desempenho. O corpo será capaz de relembrar e sustentar essa freqüência naturalmente. A velha energia da violência associada ao sexo a qual fomos acostumados será substituída pela integridade, parceria e respeito. Esse processo de cura se torna possível com o equilíbrio da energia feminina em ambos os sexos. Os homens irão verificar que precisam atrair para si mesmos aquelas que irão integrá-los nessas mudanças. As mulheres quando aceitarem a si mesma e a seu próprio corpo, criaram um padrão para si do tipo de homem para o qual estarão disponíveis. Ela irá atrair esse tipo de homem, porque ele estará disposto a aprender e a mudar com ela. Quanto mais as mulheres estiverem estabilizadas em seu amor pelos próprios corpos e em sua vontade de saber o que desejam e quais são as próprias intenções, mais fácil será para os homens.

Muitas mulheres, durante muitos anos, mantiveram as bocas fechadas e ficavam felizes simplesmente por ter um parceiro. Elas não criavam nenhum padrão para os homens alcançarem. Com a ativação da energia da Deusa e a compreensão da forma feminina completa, como ela foi projetada para ser, irá se criar um novo padrão. As mulheres precisam aprender a falar sobre seus sentimentos e desejos, para que esse novo padrão de experiência seja criado. Então, será mais fácil para os homens abrirem seus próprios centros do sentimento, experimentarem as próprias emoções, levar a energia sexual através dos chakras e confortavelmente experimentarem uma intimidade maior do que jamais imaginaram ser possível. Essas coisas levam tempo. As mulheres foram levadas a não falar por tanto tempo, assim como os homens a não sentir, que tais mudanças não ocorrerão da noite para o dia.

É através da experiência orgásmica que enviamos energias de cura e rejuvenescimento para o corpo e essa energia precisa ser honrada.

(Este escrito foi adaptado de um texto de Ollin Mazatzin Emekauko por Rute Alegria)

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA