terça-feira, 6 de agosto de 2019

Por isso que admitir que existe uma cultura do estupro e que ela está diretamente relacionado ao machismo e as demandas de uma sociedade moralista  é tão importante! Não há realmente como se prevenir! Não há como garantir que sua família não será atingida, afinal de contas nas escolas os professores também assediam alunas! Padres, pastores, avós, amigos, PAIS e cuidadores de crianças abusam delas! Não há como se prevenir a não ser através de uma campanha efetiva de mudança de mentalidade na qual as mulheres não sejam culpabilizadas pelo "fracasso familiar", nem por serem culpadas por serem abusadas, por exemplo. Essa conscientização precisa estar no currículo oficial escolar do Brasil. É obrigatório combater o machismo e as suas doenças tal como o estupro. A inferiorização das mulheres, a sobrecarga de trabalho que as escraviza, a responsabilidade absoluta pela "educação" e pelos cuidados com a família é uma escravidão e uma forma de não responsabilizar e de deixar impunes a esmagadora maioria dos agressores. Não posso dizer que não haja caso de violência sexual contra crianças provenientes de mulheres, existem embora sejam muito menores, mas eles são reprodução pura da dominação sexual patriarcal. Minha preocupação é com minha aluna de 16 anos grávida e "casada" com um rapaz de 21 anos que ano passado ameaçou matar ela na escola. Entre outros tantos casos. Por isso eu duvido que seja uma medida realmente determinante tranferir a responsabilidade para os pais quando o Estado brasileiro é negligente e não é questionado de fato, ao contrário atualmente é apoiado nas suas irresponsabilidades. Eu fico preocupada demais com o rumo que a cultura no Brasil está tomando. Somos cada vez mais um país de desumanidade e individualismo radical o que afeta diretamente às crianças e qualquer segmento social mais vulnerável. Será um desastre humanitário, eu sinceramente não consigo não ser realista sobre isso.

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"Quebrem as correntes dos seus pensamentos e conseguirão quebrar as correntes do corpo..." ("A História de Fernão Capelo Gaivota" BACH, 1970, p. 122/3).
Hilda Freitas, Belém/PA